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Revolta dos taberneiros: a revolução que começou por causa de um copo de vinho

Ficou conhecida como a Revolta dos Taberneiros e deveu-se aos privilégios exagerados da elite em relação aos pequenos consumidores. Conheça esta história.

VxMag by VxMag
Jul 5, 2021
in História
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revolta dos taberneiros

Caves do Vinho do Porto

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Em 1757, deu-se no Porto uma sangrenta revolução, que ficaria conhecida como a Revolta dos Taberneiros, instigada pela decisão do Marquês de Pombal de proibir a venda de vinho a avulso. O motim acabou por causar centenas de feridos e algumas dezenas de condenações à morte. Mas afinal o que se passou exatamente?

Na manhã de 23 de fevereiro de 1757, Quarta-Feira de Cinzas, juntou-se uma pequena multidão junto ao Campo do Olival, protestando contra os privilégios que a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro tinha. Os amotinados não eram muitos, mas eram ativos, agitando uns algumas flâmulas de pano vermelho, e outros ramos de oliveira e de carvalho. De vez em quando, ouviam-se gritos de “Viva El-Rei! Viva o Povo! Morra a Companhia!”. Assim se iniciava a rebelião que ficou conhecida como a “Revolta dos Taberneiros”.

Da Cordoaria, seguiram pela Rua de São Bento da Vitória e pelas antigas Escadas da Esnoga até ao Largo de S. Domingos, onde vivia o taberneiro e alfaiate José Fernandes da Silva, “o Lisboa”, que era também Juiz do Povo. Pretendiam que ele assumisse a cabeça da revolução e subscrevesse as reivindicações dos revoltosos, que pretendiam que se revogasse a criação da Companhia e se restabelecesse o comércio do vinho a retalho, tal como antes acontecia.

Caves do Vinho do Porto
Caves do Vinho do Porto

O cortejo de manifestantes, bastante numeroso e exaltado, dirigiu-se então até à Rua Chã com a intenção de se encontrarem com o Regedor das Justiças, a quem exigiriam a extinção da Companhia e dos seus privilégios. Aqui chegados, um dos criados do Regedor disparou contra eles, sem no entanto causar vítimas. Perante esta atitude e a falta de resposta do Regedor, os revoltosos optaram por vandalizar as casas vizinhas pertencentes ao secretário e a um deputado do Regedor.

Os episódios violentos serenaram durante a tarde, enquanto a cidade do Porto assistia à Procissão das Cinzas. No entanto, esta afronta ao poder instalado estava longe de ser esquecida. As autoridades, que num primeiro momento demonstraram alguma passividade, resolver responder em força após as notícias do motim terem chegado a Lisboa.

Cinco dias mais tarde, o Rei D. José I mandou abrir um inquérito aos acontecimentos. A chegada do enviado do Rei para apurar responsabilidades motivou uma segunda onda de protestos que culminaria com a detenção de 462 suspeitos, 26 dos quais seriam condenados à pena capital (21 homens e 5 mulheres, sendo que 8 dos condenados conseguiu fugir e uma das mulheres seria perdoada por se encontrar grávida).

Para serenar os ânimos e impor a ordem, a cidade do Porto foi ocupada por tropas vindas do Minho, das Beiras e de Trás-os-Montes. Os habitantes da cidade foram ainda condenados a alimentar as tropas e a pagar um imposto especial para pagar o salário dos soldados e as munições. O episódio levou ainda a mudanças na vereação da cidade do Porto e na estrutura do comando militar da cidade.

vinho do Porto
Vinho do Porto

Diga-se que a intenção do Marquês ao criar a Companhia era compreensível, já que pretendia evitar a degradação da qualidade do vinho do Porto, numa época em que se praticava todo o tipo de alterações a este produto.

Como o vinho do porto era uma das principais exportações do país, tendo-se desenvolvido o seu comércio ainda mais após a assinatura do Tratado de Methuen, tornava-se essencial manter a qualidade do produto. Assim, com a criação da Companhia, o estado assumia o monopólio do comércio de vinho do Porto e controlava assim todo o seu circuito comercial, inclusivamente nas tabernas. 

Quanto aos revoltosos, diz a lenda que alguns dos implicados foram enforcados no ramo de um velho ulmeiro que existia na Cordoaria, e que por isso essa árvore ficou conhecida como a Árvore da Forca. Isto, no entanto, é mentira, já que ninguém foi enforcado nos troncos dessa árvore. Mas a árvore existiu.

Era um dos muitos ulmeiros que o rei Filipe II mandou plantar na alameda, substituindo os velhos carvalhos, castanheiras e oliveiras que por lá existiam, na altura em que a Câmara quis transformar o campo do Olival em logradouro público. O ulmeiro resistiu e durou mais de 370 anos, apenas morrendo de velhice em 1986.

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