A região de Estremoz, no Alentejo, é habitada pelo Homem desde tempos remotos mas, de acordo com os dados históricos existentes, a fundação da povoação remonta a inícios do século XIII. Aqui permaneceu e faleceu a Rainha Santa Isabel, figura ímpar da História de Portugal. A Praça Militar de Estremoz desempenhou, em vários períodos da nossa História, um importante papel na defesa da fronteira portuguesa. A Convenção de Evoramonte, assinada nesta vila em 1834, pôs termo à guerra civil entre liberais e absolutistas, resultando no triunfo do liberalismo em Portugal.
Para além do Centro Histórico de Estremoz com a sua Torre Medieval e as suas fortificações seiscentistas, não deixe de fazer uma visita ao castelo de Evoramonte, com a sua imponente Torre/Paço Ducal, donde se avista um panorama único para a paisagem envolvente. Na outra extremidade do concelho, o castelo de Veiros guarda o território, sobranceiro à Albufeira de Ana Loura.
Conhecida como a “cidade branca” por causa dos seus monumentos em mármore, Estremoz é uma pérola do Alentejo que é cada vez mais visitada por turistas de todo o mundo. Estes são os melhores locais para visitar em Estremoz.
1. Castelo de Estremoz
O Castelo de Estremoz foi erguido numa posição dominante sobre uma colina a norte da Serra de Ossa, na cidade de Estremoz, dentro do distrito de Évora, no Alentejo, Portugal. É um Castelo de planta pentagonal com um recinto amuralhado, reforçado por contrafortes que se ergue em redor da Torre de Menagem, uma espectacular torre construída em mármore branco, com 27 metros de altura. Crê-se que a obra desta monumental torre passou por três reinados: D. Afonso IV, D. Pedro e D. Fernando, e, por esse motivo, é conhecida como Torre das Três Coroas

Mais além da cerca medieval, a localidade de Estremoz conta com uma vasta extensão de fortificações da épica das Guerra da Restauração, onde se distinguem as torres com ameias e duas portas em arco, próximo das quais existe uma torre rectangular de estilo romano-gótico, com várias janelas. O Paço Real foi restaurado por D. João V e está situado na periferia do Castelo. No alto deste magnífico Castelo existe um miradouro a partir de onde se podem observar várias povoações entre o manto recortado da planície alentejana. A partir deste ponto, nos dias com menos nebulosidade, é possível ver a Serra da Estrela. Um pouco mais próximo, podem identificar-se as localidades: Marvão, Portalegre, Alter do Chão, Cabeço de Vide, Fronteira e Monforte.
2. Paços do Concelho
Os Paços do Concelho medievais foram originalmente edificados, provavelmente, no século XIV, no reinado de D. Afonso IV (1325-1357). O edifício tem três corpos distintos, a Galilé, a Torre do Relógio e a Sala do Concelho. A Galilé é constituída por cinco arcos quebrados que assentam em colunas sigladas e geminadas com capitéis decorados. São ainda visíveis os modilhões que suportavam a cobertura primitiva que, como consequência da reforma manuelina, é agora construída em abóbada nervurada com chaves e mísulas vegetalistas, exibindo na chave central a cruz de Cristo.

A Torre do Relógio é originária também da reforma do século XVI e tem telhado com azulejos verdes e amarelos. A Sala do Concelho, de porta ogival, tem por cima do arco a primeira bandeira de armas conhecida de Estremoz, do reinado de D. Afonso IV. Efectivamente, só se conhece mais um – o do Paço da Audiência de Monsaraz, este bastante mais completo. Trata-se de uma pintura executada segundo a técnica do fresco que utiliza três cores básicas: vermelho, amarelo e negro com os respectivos matizes. Na extremidade parece existir o que resta de uma figura relacionada, provavelmente, com uma alegoria da Justiça. Este mural cobriria toda a parede e estará, certamente, relacionado com a campanha de obras manuelina levada a cabo no edifício nos inícios do século XVI.
3. Centro Histórico Medieval de Estremoz
O carácter ortogonal do plano, cujos eixos axiais são a Rua Direita e a Rua Gonçalo Velho, aproximam-no dos traçados característicos das urbanizações programadas do século XIII, que semearam povoações semelhantes no Sul de França e no País Basco, para nos cingirmos a paragens estudadas mais aprofundadamente.

A primeira referência conhecida à igreja homónima, datada de 1279, a par da sua implantação topográfica, exterior à malha urbana, não exercendo função nuclear na sua expansão, são alguns dos indícios que remetem para D. Afonso III, aliás Conde de Bolonha, como o seu possível promotor.
4. Evoramonte
Évoramonte, ou Santa Maria, é uma bonita freguesia pertencente ao concelho de Estremoz, situada na vasta planície Alentejana, dentro de muralhas, numa calmaria e paz de espírito única. Esta freguesia onde reina a paz de espírito, parecendo perdida no tempo, apresenta um orgulhoso património, desde o seu altaneiro e curioso Castelo, o Paço Ducal com a sua Torre quinhentista e o que resta das Muralhas, até outros monumentos como a Igreja Matriz erguida sobre um anterior templo bem antigo, a Igreja de São Pedro, datada dos séculos XV e XVI, situada na parte baixa da povoação, a Igreja da Misericórdia do século XVI, a Capela de Santa Rita de Cássia, as Ermidas de Santa Margarida, de Santo Estêvão e de São Sebastião (século XVI).

Outros monumentos são de destacar, como a Casa da Convenção, o Chafariz de Santo Estêvão do Século XV, a quinhentista Cisterna Pública, o Pelourinho ou o Celeiro comunitário, denotando a história rural da freguesia, que sobreviveu às dificuldades ao longo dos séculos através da sua ligação em comunidade. As ruas de Évoramonte guardam um sabor medieval, de paz de espírito e tradição, que tem sobrevivido até aos dias de hoje, rodeada da vasta planície Alentejana que emoldura esta povoação histórica amuralhada.
5. Veiros
Veiros é uma pacata freguesia pertencente ao bonito concelho de Estremoz, situada na vasta planície Alentejana, caracterizada pelo seu alvo casario rural e pelo seu altaneiro castelo. Esta é uma povoação bem antiga, apresentando mesmo vestígios de ocupação Romana, tendo sido reconquista aos Mouros em 1217 por D. Afonso II, que terá doado estes domínios à Ordem de Avis, altura em que o Castelo foi fundado ou apenas recuperado.
Veiros é conhecida por ter sido o local onde teve origem a Casa de Bragança, pois aqui nasceu em 1377 o primeiro Duque de Bragança, D. Afonso, filho do Mestre de Avis com D. Inês Pires (natural de Veiros). Esta pacata povoação apresenta interessantes monumentos como o que resta do seu altaneiro Castelo, a renascentista Igreja Matriz ou Igreja de São Salvador do Mundo, provavelmente fundada no século XIII, mas muito alterada posteriormente, a bonita Igreja de Nossa Senhora da Mileu (século XIII/XIV) ou o belo Pelourinho renascentista construído em 1539.
6. Convento das Maltezas
O Convento das Maltezas, também conhecido como Convento de São João da Penitência, é um dos edifícios que deves visitar antes de subir para a zona alta de Estremoz. É um convento fundado no século XVI por freiras da Ordem de Malta, em cujo claustro exibe frescos dos séculos XVI e XVII e uma singular fonte. Presume-se que o claustro é o mais amplo de todos os conventos da cidade e tem uma arquitectura manuelina. Cada uma das suas alas tem dez arcos, subdivididos em quatro arcadas geminadas e dois simples. Os fustes (parte central das colunas) estão apoiados em bases quadradas, cujos capitéis se mostram simples e lisos ou com motivos naturais; enquanto que a cúpula apresenta motivos tipicamente manuelinos antropomórficos e zoomórficos.

O renascimento também passou por aqui, e é visível no tanque central do jardim. Em 1973, após umas obras de pinturas no exterior, ficou a descoberto o portal primitivo da Sala do Capítulo, do período manuelino, que tinha sido tapado no século XVIII. Este antigo solar foi utilizado, também, como hospital da Misericórdia, e na actualidade funciona como igreja e como uma das sedes da Universidade de Évora. Ademais, na ala sul também alberga o Centro de Ciência Viva de Estremoz, um museu interactivo e pedagógico dedicado à Geologia.
7. Convento dos Congregados
O Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Congregados do Oratório de São Filipe Nery de Estremoz teve ordem régia de D. Pedro II (r. 1675 – 1706) para ser construído em 1697. Entre 1698 e 1700 começam-se as obras e em 1703 inicia-se a segunda campanha, já com a igreja começada. Em meados deste século são assentados os painéis de azulejo que estão por todo o convento. A igreja nunca foi acabada até 1961, ano em que se recomeçou a empreitada de construção do restante da fachada, concluída em 1967. Em 1974 fechou-se a abóbada da capela-mor. Depois de alguns anos sem trabalhos, a igreja, propriedade da Câmara Municipal, foi cedida à Paróquia de Santo André e esta inaugurou a igreja completa em 1995, praticamente três séculos depois de ter sido começada.

A fachada da igreja, elemento raro e erudito, trouxe uma novidade à “monotonia” da arquitectura alentejana: o alçado principal “ondulante”. Segundo a estética arquitectónica italiana seiscentista ligada a Francesco Borromini (n. 1599 – m. 1667), este efeito dinâmico aparece como oposição à veia clássica renascentista e maneirista, mais estática e estável. Dedicados à Vida e Milagres de São Filipe Nery, o conjunto azulejar pertencente à Portaria-Mor é um dos mais interessantes, juntamente com o da Escadaria que mostra o vestuário das várias classes sociais no tempo de D. João V (r. 1707-1750), com motivos de caça e guerra. O conjunto da sala do Antecoro mostra episódios dos Evangelhos e da vida de vários santos. Estes painéis são datáveis de cerca de 1748 e atribuíveis à oficina dos Oliveira Bernardes.
8. Pedreiras de mármore de Estremoz
Visitar uma pedreira de mármore é uma experiência única. Descubra a magnificência do património industrial associado à extracção de mármore, visitando a Pedreira Municipal. Na região de Estremoz, a indústria de extracção do mármore branco assume proporções de excepção que merecem ser conhecidas. Entre nesta aventura e verifique com os seus próprios olhos a imponência das pedreiras de mármore e a marca que deixaram na paisagem estremocense.

Estremoz é conhecida pela “cidade branca” do Alentejo, devido ao mármore branco, elemento que marca fortemente a paisagem urbana, já que não deve existir na cidade um único edifício, calçada ou chafariz que não possua este material de construção. Este recurso geológico é explorado há muito pelo Homem, tendo sido utilizado em inúmeros monumentos nacionais e internacionais de grande valor patrimonial e arquitectónico, como o são exemplo o palácio islâmico de Madinat al Zahra, em Córdoba, e o Templo Romano de Évora, entre outros.
9. Convento de São Francisco
Já existia na década de 1270, sabendo-se que em 1272 a sua custódia pertencia a Lisboa, passando apenas para a de Évora em 1330, ano em que esta foi criada. Existe também um documento interessante de 1277 que refere um litígio entre estes e os freires da Ordem de Avis durante a construção do convento. Há ainda uma referência cronística do século XIV que indica a sua existência em Estremoz na década de 1230 mas que não está comprovada por outras fontes. O interior tem planta rectangular, três naves e cinco tramos. A verticalidade gótica faz prova da sua fundação medieval, sendo que os elementos decorativos desta época são de feição naturalista, zoomórficos e antropomórficos. Do período barroco é a Árvore de Jessé, do reinado de D. João IV (r. 1640-1656). Foi paga pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário em 1652. Este raro retábulo em talha dourada corresponde a um dos três belos exemplares que ainda existem em Portugal.

Nesta igreja estão sepultadas algumas figuras ilustres da História Portuguesa, como sejam D. Fradique de Portugal; Vasco Pereira, irmão de D. Nuno Álvares Pereira, morto à traição no castelo de Vila Viçosa; o desembargador do paço António Henriques da Silveira. Segundo a crónica de Fernão Lopes, em Estremoz morreu também o rei D. Pedro I (r. 1357-1367), julgando-se que terá perecido concretamente neste convento. Em relação ao Túmulo trecentista de Vasco Esteves de Gatuz, é um óptimo exemplar da segunda metade do século XIV. Feito em mármore da região, tem no topo uma figura masculina deitada que representa o escudeiro. Lateralmente há vários motivos zoomórficos e antropomórficos, correspondentes ao imaginário da época. De grande interesse são também as cenas de falcoaria aqui representadas.
10. Café Águias d’Ouro
Edifício construído entre 1908 e 1909, foi inaugurado como café a 4 de Abril de 1909. O seu proprietário inicial era Francisco Rosado, da firma Rosado & Carreço e o estabelecimento funcionava também como buffet e sala de bilhar. Entre 1937 e 1939 tiveram lugar algumas obras a cargo do arquitecto Jorge Santos Costa, cujas principais alterações foram a transformação de uma das portas exteriores numa montra-janela e a remodelação da fachada térrea, ao gosto modernista da altura. Em 1964, sob responsabilidade de José Manuel Pinheiro Rocha, transformou-se o primeiro piso em restaurante, destituindo o edifício de alguns elementos originais. Após um abaixo-assinado de moradores de Estremoz, é classificado como Imóvel de Interesse Público em 1997.

A sua arquitectura ecléctica, especialmente visível na linguagem decorativa da fachada, torna-o num dos melhores exemplares do património edificado do concelho de Estremoz. É notória a sua influência da Arte Nova (movimento artístico ocidental iniciado em finais da década de 1880 e que entra em Portugal a partir de 1905), nomeadamente no seu exterior a nível dos primeiro e segundo pisos, como o provam a platibanda decorada com flores-de-lis ou a propositada diferença dos sete vãos. É também visível a utilização de vários materiais diferentes (cantaria, vitral, ferro forjado e azulejos) e a decoração com motivos geométricos, naturalistas e exóticos. É um raro sobrevivente dos antigos cafés de tertúlia portugueses de início do século XX, tornando-o numa referência sociológica importante e um marco da memória colectiva de quem por aqui conviveu e convive.
11. Museu Municipal de Estremoz
O Museu Municipal de Estremoz apresenta uma reconstrução de uma casa tradicional alentejana e do artesanato característico da região. Neste museu contemplarás excelentes obras de cerâmica dos séculos XVIII e XIX, trabalhos em cortiça, chifre e madeira, e importantes peças de mobiliário da época, pintadas à mão.

Este museu também tem núcleos de arqueologia romana e medieval, azulejos e de arte sacra. Num dos seus pátios encontrarás uma oficina em que poderás apreciar o trabalho dos “barristas”, que criam as figuras de barro, típicas de Estremoz.
12. Museu de Ciência Viva de Estremoz
No Centro Ciência Viva de Estremoz a Ciência e a Tecnologia rompem as paredes dos laboratórios que normalmente os confinam, indo ao encontro dos seus visitantes. Um local onde é possível interagir com o que está exposto; tocar, experimentar, descobrir, são uma necessidade ao longo de toda a visita. Aqui descobre-se como funciona o local onde todos habitamos… a Terra – um planeta maravilhoso onde todos os fenómenos aparecem interligados. Na exposição “Terra, Um Planeta Dinâmico” podemos perceber o que torna o nosso planeta tão especial. Como se formou? Como evoluiu? Para onde vai? As respostas a estas questões estão ao seu dispor nesta exposição cuja visita será de horas ou minutos… a sua vontade decidirá.

A exposição “Rovin, uma viagem aos fundos oceânicos” vai fazer as delícias dos miúdos. Querem conduzir um submarino? Querem sentir a pressão que sentem as baleias a 1000 metros de profundidade? Aqui podem fazê-lo! Também permanentes são a exposição “Evolução; Resposta a um planeta em mudança” e “ Sistema Solar à escala do concelho de Estremoz”. Nesta última, é possível fazer uma viagem que começa no Sol, colocado à frente do Centro de Ciência Viva e que vai até Plutão, junto da muralha do castelo de Évora-Monte.