Muito se ouve falar sobre pesticidas e seus efeitos negativos, mas sem uma noção clara. A utilização indiscriminada de pesticidas na produção de alimentos provoca danos ao meio ambiente e à nossa saúde.
Existem estatísticas que garantem que um número elevado de mortes está relacionado com substâncias químicas perigosas. Mais de 110 mil. É por isso muito importante conhecer alimentos ricos em pesticidas, para fazer escolhas com maior consciência.
O controlo pelas entidades sanitárias e de fiscalização, testa muitos produtos anualmente e o objectivo é perceber aqui aqueles que podem apresentar maior quantidade de pesticidas. Uma percentagem significativa dos produtos não orgânicos analisados apresenta valores destes perigosos componentes acima do limite permitido para essas culturas.
De forma genérica, podemos afirmar que são avaliados alimentos como morango, abacaxi, manga, alface, pimento, arroz, batata-doce, beterraba, cenoura, chuchu, laranja, alho, tomate e uva.
Em alimentos não orgânicos desta lista, que são os analisados com maior frequência, consegue perceber-se que mais de 50% das amostras apresenta resíduos, o que torna menos de metade a percentagem de alimentos sem a presença de componentes perigosos.
Um número próximo dos 30% contém tipicamente resíduos de componentes perigosos dentro do limite permitido. Praticamente 25% dos alimentos analisados apresentam inconformidades, ou seja, resíduos perigosos acima do permitido por lei. E existem ainda, em percentagem que ronda 1%, o que não deixa de ser significativo, produtos onde são detectadas substâncias químicas com potencial de risco agudo.
As entidades oficiais de fiscalização esclarecem que os problemas estão relacionados ao uso de pesticidas não autorizados em culturas específicas, ao uso de pesticidas não autorizados na generalidade, independentemente da cultura, e à respetiva aplicação com quantidades acima do permitido.
A análise do risco tem em consideração os potenciais danos à saúde a curto prazo, quando se fala de risco agudo e longo prazo, quando se refere a situações com possível efeito crónico.
No que se refere ao risco agudo é necessário ter em atenção os seguintes alimentos: laranja, morango, uva, batata-doce e abacaxi.
No caso das laranjas, aproximadamente 10% da amostra analisada apresenta risco agudo para um pesticida. Esse é o carbofurano, que é proibido no país.
Referência para o facto dos dados mencionados serem respeitantes a países como o Brasil, mas outros países como os Estados Unidos da América, também apresentam problemas muito complexos a este nível.
Assim, é de referir que nos Estados Unidos a quantidade de resíduos de pesticidas encontrada é muito relevante em alimentos como Morango, Espinafre, Couve, Nectarina, Maçã, Uva, Pêssego, Cereja, Pera, Tomate, Aipo, Batata e Pimenta.
Estes são os alimentos com maiores quantidades de pesticidas presentes, que durante todo o ano são estudados pela organização americana Environmental Working Group (EWG – Grupo de Trabalho Ambiental), a qual organiza uma lista proveniente da Dirty Dozen, com estes 12 alimentos ricos em pesticidas.
Nos alimentos da lista, um estudo da EWG constatou a presença de mais de um pesticida e em concentrações muito altas, quando comparados com outras verduras, legumes e frutas.
Os principais pontos de atenção destacados pela entidade que pesquisa este assunto são os mais de 90% de amostras com resultado positivo para resíduos de dois ou mais pesticidas. Pode a este nível destacar-se o morango, maçã, cereja, espinafre, nectarina e couve.
Existem amostras de couve que chegaram a mostrar 18 pesticidas diferentes. Para além da couve, o vegetal que apresentou maior percentagem de resíduos de pesticidas foram os espinafres.
Um fator importante reside nos alimentos não orgânicos que apresentam menor quantidade de resíduos de pesticidas. Assim, destaque para o Abacate, Milho doce, Ervilha doce congelada, Cebola, Mamão, Papaia, Beringela, Espargos, Kiwi, Repolho, Couve-flor, Brócolos, Cogumelos e Melão.