Muitas das aldeias mais pequenas de Portugal encontram-se hoje praticamente desertas, já que os seus habitantes foram emigrando e deixando estas terras ao abandono. No entanto, estas aldeias são apenas pequenas em dimensão, tendo uma história rica e um património natural inigualável e que é perfeito para todos aqueles que querem passar uns dias longe do stress da cidade e da rotina.
Esta é apenas uma pequena amostra de um país que está quase a desaparecer. De norte a sul de Portugal, existem muitas pequenas aldeias com menos de 10 habitantes. Algumas acabam mesmo por desaparecer, dando origem a aldeias abandonadas. Outras começam a recuperar algum fôlego graças à recente onda de pessoas que procuram o interior do país com o objetivo de ter uma vida mais calma, como é o caso de algumas das Aldeias de Xisto.
De qualquer das formas, vale a pena olhar para um destes casos e pensar: devemos deixá-las ao abandono e seguir o caminho inevitável do progresso? Ou devemos apostar em revitalizar o interior e manter vivas as nossas tradições e as nossas origens? Deixamos-lhe aqui 5 das aldeias mais pequenas de Portugal:
1. Aldeia de Cubas (Vila Pouca de Aguiar)
![Cubas](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2021/05/53970488_434278190657551_2325788224739495239_n-e1620376995250.jpg)
Em 2012, esta aldeia tinha apenas quatro habitantes, na forma de dois casais de idosos. Em 2017, apenas um destes casais ainda aqui se encontrava. Nesta lista, esta é a aldeia menos habitada. Situada entre encostas e montanhas, a Aldeia de Cubas caminha rumo ao esquecimento, graças à sua localização de difícil acesso e à distância que a separa do centro urbano. Esta aldeia poderá inclusivamente desaparecer nos próximos anos.
O casal que ainda aqui vive, Francisco Costa e Maria da Liberação Alves, que têm 76 e 68 anos, respetivamente, são os únicos moradores desta terra que tinha mais de 70 pessoas, há cerca de 30 anos. O casal trabalha no campo e cuida dos seus animais como forma de combater a solidão, já que podem passar dias inteiros sem ver outras pessoas. A exceção é o mês de agosto, em que alguns emigrantes aqui voltam.
A aldeia é palco de paisagens magníficas que convidam à contemplação. Poderá também percorrer o Trilho de Cubas, com cerca de 12 quilómetros e duração de cinco a seis horas, circulando entre caminhos rurais e montanhas num percurso de dificuldade elevada.
2. Aldeia da Pena (São Pedro do Sul)
![Aldeia da Pena](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/11/pena930-1-1024x684.jpeg)
A 325 quilómetros de Lisboa e a 20 quilómetros de São Pedro do Sul, em Viseu, poderá encontrar a Aldeia da Pena, no fundo do vale de São Macário. É uma das aldeias mais pequenas de Portugal mas tem conseguido resistir graças a algum turismo.
Esta pequena aldeia caracteriza-se pelas suas casas de xisto e por estar perfeitamente integrada na natureza envolvente que se estende até à ribeira da Pena. Apenas existem dez casas de habitação, morando no local seis pessoas. Os carros não circulam na aldeia, que se situa a 600 metros de altitude. Os campos são regados a partir da ribeira, sendo esta usada para banhos refrescantes no verão, tanto por habitantes como por visitantes.
3. Cortecega (Góis)
![Cortecega](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2021/05/106589175_313049459705919_8975871041844496300_n-819x1024.jpg)
A 45 quilómetros de Coimbra e a 4 quilómetros de Góis pode encontrar Cortecega, rodeada por vales e montes verdejantes e constituída por uma mistura de casarios novos e antigos, uns de xisto, outros pintados de branco, amarelo e azul. No entanto, esta pequena aldeia não se deixa definir pelo tamanho e marca a sua presença online, num esforço para contrariar o rumo à extinção. O ambiente na aldeia é ativo e dinâmico, apesar de a maioria da população ser idosa e praticante de uma agricultura de subsistência ou familiar.
As tradições ainda aqui se mantêm, como a festa em honra de Nossa Senhora das Neves (agosto), o Almoço da Amizade (março/abril) a concentração de motards (agosto) e o Encontro de Concertinas e Almoço das Vindimas (outubro), entre outras celebrações comunitárias. Apesar de ser uma das aldeias mais pequenas de Portugal, ainda vai tempo alguma vida graças à dinamização popular.
4. Cevide (Melgaço)
![Cevide](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2021/04/Cevide-Melgaco-OsMeusTrilhos-1.jpg)
Pouco conhecida, mas com grande significado, já que marca o início de Portugal, a aldeia de Cevide encontra-se no concelho de Melgaço e tem menos de meia dúzia de habitantes, hoje em dia. Tem como vizinha a Galiza e a sua paisagem é marcada pelo rio Trancoso, que nasce na Portelinha e se estende por 13,6km, definindo de forma natural a fronteira entre Portugal e Espanha. Toda a região é hoje pouco povoada, estando bem preservadas a ribeira e as suas margens graças à pouca presença humana.
A aldeia em si é pequena, tem apenas 3 habitantes, e o mais digno de visitar é a sua pequena capela. Modesta mas bonita e acolhedora, vale a pena entrar nela e apreciar os seus detalhes. E acima de tudo, converse com os moradores locais: terão com certeza muitas histórias para lhe contar, a maioria ligada às aventuras do contrabando.
5. Asnela (Murça)
![Asnela](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2021/05/14092103_rdoNQ-1024x683.jpeg)
Há apenas 50 anos, a aldeia de Asnela, em Murça, tinha cerca de 250 pessoas. Atualmente são apenas 6. Os motivos: a falta de empregos na região e a emigração para o estrangeiro ou para outras cidades portuguesas. Uma das atrações desta aldeia transmontana são as casas de granito, típicas desta região. Os seus habitantes são autossuficientes: cultivam tudo aquilo de que precisam e criam os seus próprios animais.