A Alemanha é um país que sempre despertou a imaginação dos turistas mais curiosos. O povo alemão é visto como frio, conservador e metódico e, provavelmente, associamos essa imagem também às suas cidades. Mas não é bem assim… As cidades alemãs são organizadas e bem preservadas, sem dúvida, mas também são coloridas e cheias de vida. Algumas delas parecem ter resistido ao passar dos séculos e parecem, ainda hoje, cenários que nos fazem recordar a Idade Média.
Grandes cidades como Berlim ou Munique atraem milhões de turistas todos os anos, mas pequenos tesouros como Cochem ou Celle começam a entrar no mapa do turismo europeu.
São muitas as atracções turísticas e os pontos de interesse na Alemanha e a sua lista de locais considerados como Património da Humanidade é extensa. Há de tudo um pouco para os turistas mais exigentes: pequenas cidades medievais, palácios repletos de romantismo, grandes cidades com monumentos e muita cultura e parques naturais. Estes são os melhores locais para visitar na Alemanha.
1. Berlim
A cidade de Berlim, capital da Alemanha, é uma cidade cada vez mais na moda entre os turistas portugueses. Berlim pode não ser tão majestosa como outras cidades europeias (Paris ou Londres, por exemplo) mas possui um charme muito especial e cativante, talvez por causa do seu passado histórico. De facto, Berlim foi uma cidade dividida durante várias décadas. Ainda hoje é possível encontrar vestígios do famoso e infame muro de Berlim, que dividiu a cidade entre a zona de influência ocidental e a zona de influência soviética.

Grande parte da cidade foi destruída durante a segunda guerra mundial mas, bem ao estilo alemão, reergueu-se e foi capaz de preservar o seu encanto histórico e aliar este sentimento a um toque de modernidade. Não faltam atracções turísticas e pontos de interesse em Berlim, suficientes para manter os turistas ocupados durante vários dias. Por isso mesmo, para aproveitar e descobrir a cidade ao máximo, é aconselhável elaborar um roteiro turístico de Berlim com antecedência e escolher os locais que pretende visitar. Museus, palácios, monumentos, parques verdes… há de tudo um pouco na capital da Alemanha.
2. Munique
Uma metrópole moderna com simpatia e uma longa tradição, charmosa e descontraída, animada, mas também sonhadora: Munique é a cidade alemã mais famosa pelo seu estilo de vida. Não é preciso ser rico e bonito para se sentir em casa em Munique, mas isso não atrapalharia. Se bem que a definição de riqueza é muito relativa: quem pode passear pelo centro da cidade com tempo e tranquilidade, parando aqui e ali, sentindo a atmosfera local, bem pode considerar-se rico. E beleza, é claro, também é relativa. Mas não há dúvida de que uma das praças mais bonitas da Alemanha é a Marienplatz, o coração de Munique, com a antiga e a nova Câmara Municipal, Altes e Neues Rathaus. O seu famoso toque dos sinos pertence a Munique tanto quanto a cervejaria Hofbräuhaus e a igreja Frauenkirche, o símbolo da cidade, com as cúpulas verdes das suas torres, que podem ser avistadas de longe.

Um passeio pelo Viktualienmarkt é uma festa para todos os sentidos, há simplesmente de tudo aqui – desde coisas tipicamente bávaras até exóticas. Só não tente negociar preços – isso não faz parte do estilo de viver em Munique. Isso vale principalmente nas ruas nobres de comércio, como a Ludwigstraße, Maximilianstraße, Kaufinger Straße e Tal: aqui está reunido tudo o que há de melhor e mais caro, desde moda actual até antiguidades maravilhosas. As coisas ficam mais baratas, mas também mais alegres, nos bairros da moda em Munique, que há muito tempo incluem não só Schwabing, mas também a área em torno da praça Glockenbachplatz, da Gärtnerplatz e da rua Müllerstraße. Já uma visita ao parque Englischer Garten, o oásis de lazer em Munique, entre o rio Isar e a cidade, é gratuita e uma garantia de pura descontracção. Tudo é válido: simplesmente não fazer nada ou observar quem pratica o “Slackline” balançando na corda-bamba (melhora ainda: participar), ou surfar no Eisbach. Para passar uma tarde tranquila aqui, você ainda pode escolher entre duas das cervejarias ao ar livre, os “Biergärten”, mais bonitas da cidade: uma delas fica junto à Chinesischer Turm (torre chinesa), a outra às margens do lago. Aliás, os “Biergarten”, onde um público heterogéneo aproveita à vida à sombras das castanheiras, são um símbolo do verdadeiro estilo de vida de Munique.
3. Frankfurt
Quando se fala em Frankfurt, talvez se pense primeiro em grandes negócios, corretores, bancos e bolsa de valores. Tudo é verdade – mas não é só isso. Pois Frankfurt tem um circuito de museus como poucos. Principalmente o Museumsufer, na parte sul do Meno, é impressionante, tendo à frente o maravilhoso instituto de arte Städelsche Kunstinstitut, com a galeria municipal, a Städtische Galerie. Um dos museus de arte mais importantes da Alemanha, que fica no coração do centro de museus de Frankfurt, ele apresenta obras-primas da arte europeia produzida durante nove séculos. A ala ampliada no subsolo, abriga o acervo a partir de 1945, que inclui estrelas como Joseph Beuys e Gerhard Richter. Um pouco adiante, na direção leste, as atrações são o Museu do Cinema e o Museu da Arquitectura, que é, ele próprio, um exemplo de arquitectura inovadora e nada convencional. E a poucos metros de distância encontra-se o Museum für Angewandte Kunst (MAK), o museu de arte aplicada: 1.000 anos de artesanato artístico expostos em uma obra impressionante do arquitecto americano Richard Meier.

Do outro lado do Meno, também a poucos minutos de distância, vale a pena visitar o museu de arte moderna projectado por Hans Hollein, Museum für Moderne Kunst (MMK), ou ver uma exposição no Kunsthalle Schirn, que já se estabeleceu como um dos principais espaços para exposições na Alemanha e na Europa. As diversas galerias em torno da catedral expõem arte, em menor escala e um pouco fora das correntes convencionais, mas também de qualidade seleccionada. E até o metro serve de espaço para a arte, como na estação Dom/Römer, onde o projecto “Grenzland” mostra trabalhos que combinam arte, arquitectura e design. A cultura e a história judaicas ultrapassam também limites do concreto, desde os primórdios do século XII até seu recomeço após 1945. O museu judaico, Jüdisches Museum, nos salões históricos do Palácio Rothschild, e a sucursal do museu na Judengasse (Beco dos Judeus), dão um testemunho autêntico e emocionante disso.
4. Rothenburg ob der Tauber
Rothenburg ob der Tauber, uma cidade pequena com grande reputação. Em nenhum outro lugar a Idade Média foi tão bem conservada como aqui. Será que paramos no tempo? Quem andar pela cidade antiga, com as suas casas centenárias, praças e cantinhos acolhedores, com torres, fontes, portas, fortes, arsenais e adegas, bem poderia acreditar que sim. Ainda que Rothenburg seja tão pequena, a quantidade de lugares históricos, museus, igrejas, mosteiros e monumentos é enorme. Portanto, é bom reservar tempo suficiente. Talvez também para aproveitar Rothenburg como ponto de partida para explorar o Roteiro romântico, a estrada de veraneio mais famosa – e provavelmente também a mais bonita – da Alemanha.

Seja na direcção de Füssen, dos Alpes, ou de Würzburg no Meno: aqui, a Alemanha parece sair de um conto de fadas, recheado de castelos monárquicos, belas paisagens e, não menos importante, delícias culinárias. Uma viagem como um sonho: o Roteiro romântico é pura nostalgia, no bom sentido. Voltando a Rothenburg, a nostalgia está presente também durante uma visita à “Weihnachtsdorf Käthe Wohlfahrt”. Aqui, na maior loja de artigos natalícios da Europa, aberta durante o ano inteiro, há simplesmente de tudo para tornar a sua festa de Natal perfeita: pirâmides natalicías, quebra-nozes, os típicos “Räuchermännchen” (bonequinhos usados para queimar incenso), velas, toalhas de mesa festivas e muito mais.
5. Castelo de Neuschwanstein
O castelo de Neuschwanstein, no sul da Baviera, é provavelmente uma das atracções mais fotografadas da Alemanha. Com a construção do castelo, a partir de 1869, Ludwig II uniu elementos do castelo de Wartburg com a simbologia do castelo do Santo Gral, da ópera “Parsifal”, de Wagner. Para Ludwig II, o castelo de Neuschwanstein era principalmente um refúgio. Rei da Baviera desde 1864, ele detestava sua residência oficial, a cidade de Munique, uma vez que apenas dois anos mais tarde foi subjugado pela Prússia. Além disso, ele preferia dedicar-se às artes. Como não podia mais ser o soberano do seu verdadeiro reino, ele criou o seu próprio mundo encantado. Entre os compartimentos do palácio mais representativos, há dois salões. O Salão dos Cantores toma detalhes do salão de cantores e festas do castelo de Wartburg como exemplo para combiná-los em uma sala maior e mais sumptuosa que o original – com a diferença de que, aqui, nunca ninguém cantou, nem nada foi festejado.

A sala do trono, com dois andares, arcadas e quinze metros de altura, trem uma ornamentação ofuscante em azul e ouro. Mas o interesse maior de Ludwig II era o “Salão do Santo Gral”, que combinava sua paixão pela Idade Média com a técnica mais moderna da época. Mesmo com relação à comida, o rei insistia em suas referências à Idade Média – sua sala de refeições está decorada com motivos do Torneio dos Trovadores de Wartburg, da lenda e ópera de Tannhäuser. Seus aposentos tinham inspiração no gótico e há detalhes fazendo referência a óperas de Wagner, como a pia com uma torneira em forma de cisne, uma homenagem à ópera “Lohengrin”. Uma outra atracção de Neuschwanstein é a gruta com pequenas cascatas e iluminação colorida, que transmite a ilusão de se estar em uma gruta de estalactite. Vale a pena também dar um passeio até o castelo de Hohenschwangau, que foi reconstruído em 1832 no estilo gótico a partir de ruínas do século XII, ou ao Balneário Romano em Tegelberg.
6. Cochem (Alemanha)
Banhada pelo Rio Mosela (Mosel), Cochem– pronuncia-se “correm” – é uma pequena cidade medieval, situada no chamado Moseltal, o Vale do Mosela, que vai de Trier (na fronteira com Luxemburgo) até Koblenz. Fica distante entre 55 a 66 Km de Koblenz (mais ou menos uma hora de carro), e localiza-se na confluência dos Rios Reno e Mosela. Chega-se até lá pela estrada que segue o Rio Mosela ou pela parte alta da região. Quem chega por cima depara com a bela visão do castelo que domina a região, e que foi construído no século 11.

Destruído no final dos anos 1600, foi reconstruído no século 19. Da cidade avista-se, no alto, o castelo, e o facto é que quem vai a Cochem é premiado com uma belíssima visão que reúne o rio, a cidade medieval e a colina sobre a qual foi edificado o castelo. Pés de videira nas encostas que cercam o rio completam o cenário. A cidade é pequena, mas tem uma infraestrutura razoável, com pequenos hotéis e hospedarias e bons cafés e restaurantes, todos situados à margem do rio.
7. Hamburgo
Um cruzeiro pelo porto, depois um passeio pelo centro histórico e, em seguida, descobrir a HafenCity, o novo centro de Hamburgo? Ou talvez ao contrário? Há muitas maneiras de conhecer o charme fascinante desta cidade tão tradicional e, ao mesmo tempo, tão moderna. Mas o passeio de barco pelo porto é certamente a base de qualquer visita bem sucedida em Hamburgo. Começando num dos cais, a barca passa entre os enormes navios cargueiros, cruzeiros majestosos e iates elegantes ao longo de um dos maiores portos da Europa; uma experiência que merece o receber o selo “inesquecível”. Esta experiência é complementada com um passeio relaxante pela parte antiga da cidade, onde comerciantes finos faziam negócios antigamente com café, chá e especiarias e hoje, entre belas residências e escritórios dos séculos XVII a XIX, restaurantes e bares originais convidam a passar tempo.

A antiga zona de armazéns, a Speicherstadt, é também típica de Hamburgo, com o maior complexo de armazéns do mundo, em arquitectura clássica em tijolos, apoiada em milhares de colunas de carvalho e atravessada canais de água, os “Fleeten”. Por outro lado, a Hamburgo de hoje e de amanhã pode ser vista na HafenCity, onde está a ser construído um dos maiores projectos arquitectónicos urbanos na Europa. Um contraste entre a tradição da navegação e a arquitectura moderna, cujo coração fica no quarteirão Überseequartier: entre a Speicherstadt e o porto, surge aqui um mundo com um toque marítimo, com diversas lojas em uma ampla avenida, que leva até o Hamburg Cruise Center.
8. Dresden
Na verdade, o atributo “mundialmente famoso” não é algo que se aplique a qualquer situação. Em Dresden, porém, ele é absolutamente adequado. Não só pelas “três grandes” atracções, Zwinger, ópera Semperoper e igreja Frauenkirche, mas também pelo Brühlsche Terrasse e pelo castelo Residenzschloss, pelos castelos Elbschlösser na encosta Loschwitzer Hang, pelo bairro Blasewitzer Villenviertel, os jardins de Hellerauer Gartenstadt e, naturalmente, os doze museus do acervo de arte Staatliche Kunstsammlungen. E ainda para a localização do centro da cidade, na margem esquerda do Elba, à beira de uma graciosa curva do rio. A obra arquitectónica mais “famosa mundialmente” é provavelmente o Zwinger, admirado como ponto alto da arquitectura barroca.

A igreja Frauenkirche, reconstruída das ruínas com todo o seu brilho, é talvez a mais importante igreja do Protestantismo, e a imponente ópera do estado da Saxónia, no estilo do alto renascimento italiano, baptizada com o nome do seu autor, Semperoper, é sem dúvida uma das óperas mais bonitas do mundo. No parque Brühlsche Terrasse, chamado de “Sacada da Europa”, a vista para o Elba e a parte moderna da cidade no outro lado é extraordinária; cercada de obras arquitectónicas representativas, como a Academia de Artes e o Albertinum, com a galeria de Novos Mestres e o acervo de esculturas, ele é mais uma grande atracção cultural da cidade. E as atracções culturais alcançam superlativos também com museus grandiosos, como o Grünes Gewölbe, no castelo Residenzschloss – a maior câmara de tesouros do mundo – a Türckische Cammer ou a galeria de quadros dos Antigos Mestres, com a Madonna de Raffael. Dresden é famosa também há quase 700 anos pela sua música. Além da ópera, as orquestras e conjuntos da Staatskapelle, da Filarmônica e do coro Kreuzchor são outras atracções.
9. Nuremberga
Nuremberg e o seu castelo: até hoje, as poderosas muralhas, cuja construção foi iniciada por volta de 1140, sob a regência do Imperador Konrad III, sendo ampliada repetidamente até o século XVII, dominam a imagem da cidade. Todos os anos, centenas de milhares de visitantes fazem uma viagem no tempo, de volta à Antiguidade e à Idade Média – épocas que continuam vivas aqui. O roteiro histórico de Nuremberg termina – ou começa – no castelo. Quem faz este passeio surpreende-se com a quantidade de construções e monumentos importantes que a cidade tem a oferecer: a vultosa muralha da cidade, igrejas maravilhosas, ricamente decoradas, fontes cheias de fantasia, testemunhos do comércio mundial de épocas passadas, a Fembohaus com o museu municipal Nürnberger Stadtmuseum, ou o castelo Tucherschloss, tão autêntico que parece que os seus moradores acabaram de sair só para dar um passeio.

Já há séculos Nuremberg tornou-se um centro da mecânica de precisão. Os cidadãos ricos podiam até usar os primeiros relógios de bolso, os famosos “Ovos de Nuremberg”. Datam dessa grande época também a casa Albrecht-Dürer-Haus, onde o artista passou muitos anos, e as duas belíssimas prefeituras da cidade. Por outro lado, outros pontos históricos de Nuremberg lembram falsos ideais de grandeza, como é o caso do Centro de Documentação Reichsparteitagsgelände, onde os nazis celebravam as suas assustadoras marchas em massa, e a sala 600 do tribunal do júri no Palácio da Justiça, desde 2010 o museu “Memorial dos Julgamentos de Nuremberg”, onde os principais responsáveis pelos crimes nazis foram julgados e condenados em 1946. Lembranças de manchas negras no passado de Nuremberg, que precisam ser preservadas e sempre serão parte de sua história.
10. Bremen
A história da cidade já conta mais de 1.200 anos e pode ser sentida com maior intensidade no fantástico conjunto arquitectónico barroco e renascentista na praça Marktplatz, o património mundial da UNESCO com a sede do município e a estátua de Rolando, com casas aristocráticas e o “Schütting”, a tradicional câmara do comércio de Bremen.

Para dar um passeio pelas principais atracções, você nem precisa de um mapa: 2.000 pregos de bronze e aço conduzem o visitante do Liebfrauen-Kirchhof através da praça Marktplatz até a rua Böttcherstraße, antiga rua dos artesãos e hoje centro cultural e de artes plásticas, um dos pontos altos da história cultural europeia. As pessoas aqui sabem aproveitar a vida: o seu café tem fama mundial, o chocolate é finíssimo, os temperos são raros, os pratos de peixe saborosos e, não se deve esquecer também, as melhores cervejas internacionais podem ser encontradas em lojas maravilhosas que parecem ter saído de outra época. Ou também nos mais de 1.000 bares, cafés, bistrôs e restaurantes da cidade.
11. Colónia
“Kölle alaaf”: quando se houve esse chamado, a cidade entra em transe, uma época que chamam também de “Fastelovend”, ou Carnaval. Dizer que as pessoas ficam totalmente desvairadas ou fora de si é pouco para descrever o que acontece na cidade da famosa catedral na semana que antecede a quarta-feira de cinzas. O Carnaval em Colónia começa oficialmente no dia 11/11 às 11:11 horas e termina, como nos outros lugares, na quarta-feira de cinzas. Mas é só isso que o Carnaval de Colónia tem em comum com os outros e, principalmente na última semana, quando o Carnaval de rua toma conta da cidade, fica claro que a festa aqui é de outra categoria. Essa alegria especial da cidade é resultado também – e isso durante o ano inteiro – dos bares característicos e aconchegantes nas redondezas das praças Alter Markt e Heumarkt, e das grandes cervejarias espalhadas por todo o centro histórico. Nelas, além das especialidades da região, litros e mais litros da cerveja típica da cidade, a “Kölsch”, são servidos sem parar, e o clima costuma ser tão descontraído que parece que o Carnaval em Colónia nunca termina.

Cada tipo de Kölsch tem um sabor individual – e também, é claro, a sua própria cervejaria. Já os garçons, que aqui são chamados de “Köbes”, parecem não se deixar contagiar pela alegria geral, mas isso faz parte: segundo a tradição, um verdadeiro Köbes deve ser sempre um pouco rude. A única coisa que restringe um pouco a alegria dos habitantes de Colónia é o fato de que, descendo o Reno, a uns 30 quilómetros fica Düsseldorf, a cidade vizinha um pouco mais fina, cuja existência é considerada resultado de uma série de situações infelizes, na melhor das hipóteses.
12. Mainz
A paisagem da cidade é dominada há mais de 1.000 anos por uma obra arquitectónica: a catedral de Mainz. Uma das obras sacras mais importantes da Alemanha, cuja pedra fundamental foi colocada por volta do ano de 975, por ordem do bispo Willigis, ele impera majestosa no centro da cidade. À sua sombra, estende-se a parte de Mainz que data da Idade Média e da Antiguidade: pelas ruas estreitas e tortuosas, com nomes como Nasengässchen (Beco do Nariz) ou Heringsbrunnengasse (Rua da Fonte de Arenques), nas diversas lojinhas, boutiques e cafés em torno do belo jardim Kirschgarten, com suas românticas casas de enxaimel, e da fonte Marienbrunnen, corre uma vida dinâmica. Quando o dia vai chegando ao fim, você percebe que Mainz é mesmo a rainha do vinho entre as cidades alemãs; a região de Rheinhessen é a maior zona vinícola do país e a cada ano a nova geração de vinicultores prova que é capaz de alcançar resultados extraordinários.

Os habitantes de Mainz gostam de desfrutar de seus produtos em adegas e bares aconchegantes, baptizados com nomes religiosos como “Klingelbeutel” (cesto da coleta) ou “Beichtstuhl” (confessionário). O “Weinmarkt” (Feira do Vinho) é também uma das três maiores festas da cidade. Quando ela foi realizada novamente pela primeira vez depois da guerra, em 1946, as forças de ocupação francesas contribuíram com 100.000 litros de vinho, um grande gesto de reconciliação e amizade. Como não poderia deixar de ser no Reno, uma das outras grandes festas de Mainz é a Fastnacht, o carnaval da região. A outra é a Johannisnacht, que acontece sempre em quatro dias no final de Junho: uma festa cultural gigantesca, que originalmente pretendia homenagear Johannes Gutenberg e manter viva sua lembrança. Hoje, ela tornou-se uma mistura alegre de música, costumes antigos, variedades, culinária e, naturalmente, barracas de vinho.
13. Leipzig
Deve ser algo muito especial que faz o tempo em Leipzig passar conforme as notas musicais. E isso tem uma tradição literalmente notável: desde 1254, o ano em que documentos mencionam pela primeira vez o coro Thomanerchor, um dos coros de meninos mais antigos do mundo, a música criou raízes nos corações das pessoas e nos veneráveis muros da cidade. É o caso da Gewandhaus, sede da orquestra criada em 1743 com o mesmo nome, a Gewandhausorchester, que durante muito tempo foi dirigida pelo maestro Kurt Masur, o semblante da revolução pacífica. Os impressionantes órgãos da casa produzem um efeito sonoro inesquecível, com seus 6.638 tubos. Ou a maravilhosa ópera, uma das mais antigas da Europa, famosa pelo seu repertório do barroco até o moderno.

Quem nunca deixa de ser moderno em Leipzig, mesmo com o passar do tempo, é Johann Sebastian Bach, o mais famoso cantor solista da igreja Thomaskirche, assim como Richard Wagner, natural de Leipzig, e Felix Mendelssohn Bartholdy, que fundou aqui o primeiro conservatório alemão, em 1843, ou ainda Robert Schumann e Clara Wieck, que fascinaram a cidade tanto como músicos como par amoroso. Os habitantes de Leipzig têm também um caso de amor apaixonado com um dos cafés mais antigos da Europa: desde 1711, o Zum Arabischen Coffe Baum é o ponto de encontro predilecto de religiosos e outras grandes personalidades. Bach, Schumann, Liszt, Grieg, Wagner e outros frequentaram a casa. E a lista inclui também Goethe e Lessing, além de Napoleão e Augusto, o Forte. Uma prova de que Leipzig atraía e atrai gente de todos os tipos, não só músicos e compositores.
14. Castelo de Hohenzollern
Quando o príncipe herdeiro prussiano, aos 24 anos, visitou as muralhas abandonadas de seus antepassados, numa noite de verão do ano de 1819, começou a sonhar com a sua reconstrução. Coroado mais tarde como rei Frederico Guilherme IV, ele era considerado um homem espirituoso, empreendedor e amante das artes. O seu coração tinha uma queda poética e sentimental pela Idade Média, o que o levou a encarregar o famoso arquiteto berlinense Friedrich August Stüller de realizar a reconstrução. Este inspirou-se em edificações medievais da França e da Inglaterra, onde o gótico e o neogótico passavam por um renascimento e eram bastante populares. A pedra fundamental foi colocada em 1852 e em 1867 a reconstrução tinha sido terminada. O castelo tem 140 quartos. Vale a pena ver principalmente a biblioteca com suas paredes pintadas, os aposentos do rei, uma sala com a árvore genealógica e o “Salão Azul”, o quarto da rainha. Ele ostenta um tecto de painéis quadrados, ou “caixotão”, folheado a ouro, pisos com valiosos mosaicos e retratos de regentes prussianas.

Na sala do tesouro há objectos da memória prussiana expostos, entre eles a coroa real do imperador Guilherme II. As paredes do saguão de entrada estão decoradas com uma pintura da árvore genealógica dos Hohenzollern. Ela representa os Reis prussianos, imperadores alemães e seus sucessores até os dias de hoje. Passeios Não deixe de visitar a catedral de Ulm. Com uma altura de 161,53 metros, a torre da catedral de Ulm é a maior torre de igreja do mundo. A construção da igreja foi praticamente concluída entre 1377 e 1543, conservando seu estado original até hoje. Na cidade de Villingen-Schwenningen, você encontra um centro histórico medieval, além da catedral em estilo gótico primitivo, a prefeitura em gótico tardio, o Museu Franciscano e as muralhas da cidade.
15. Bamberg
Situada sobre sete colinas, no coração da paisagem da Francónia, a cidade imperial e diocesana com mais de mil anos de história é chamada por muitos também de “Roma da Francónia”. À sombra da catedral imperial, ela é uma obra de arte característica e muito bem conservada do urbanismo entre a alta Idade Média e o barrocos burguês. O centro histórico, mantido sem alterações, inclui os três bairros históricos Bergstadt, Inselstadt e Gärtnerstadt. Todas três pertencem ao património mundial da UNESCO e representam de forma especial as cidades da Europa Central desenvolvidas a partir das estruturas básicas do início da Idade Média. Já no ano de 1007, quando Henrique II promoveu Bamberg a sede da diocese e do poder, a cidade estava destinada a ser monumento, centro da nova diocese e também uma segunda Roma. O projecto é caracterizado por cinco construções sagradas na forma de uma cruz latina.

A paisagem histórica da cidade caracteriza-se por inúmeras construções monumentais dos séculos XI a XVIII e cerca de 1.200 monumentos arquitectónicos. A catedral de São Pedro e São Jorge é uma das catedrais imperiais e a construção que mais se destaca no centro histórico. No interior fica a estátua do cavaleiro de Bamberg, o “Bamberger Reiter”, uma obra de arte de perfeita simplicidade e valor inestimável, o túmulo do papa Clemente II, o único jazigo de um papa na Alemanha, e o túmulo do imperador Henrique II e sua esposa Kunigunde. A praça da catedral é complementada pela luxuosa Nova Residência barroca e pela “Alte Hofhaltung”, antiga administração da corte. Outras atrações são a antiga câmara municipal Brückenrathaus, os jardins Rosengarten, com vista do centro histórico, as Gerberhäuser, casas de curtume no antigo canal, o bairro Mühlenviertel e a aldeia de pescadores “Klein Venedig” (pequena Veneza). Sem esquecer, é claro da cerveja de Bamberg: é aqui que existe a famosa Rauchbier, uma cerveja com um sabor acentuado, como defumado, que pode ser apreciada juntamente com outras especialidades locais de preferência durante um passeio individual, o BierSchmeckerTour, pelos bares e cervejarias da cidade bávara.
16. Gorlitz
Görlitz – a cidade mais ao leste e para muitos a mais bonita da Alemanha. A cidade surpreende o visitante apresentando orgulhosamente seus mais de 3.500 monumentos arquitetônicos erigidos há 500 anos, grande parte deles restaurados cuidadosamente. Entre fachadas ricamente ornamentadas, robustas fortificações e igrejas veneráveis, você vai descobrir uma cidade maravilhosa, jovem e hospitaleira. É verdade que Görlitz é uma cidade dividida – seu lado oriental fica na Polónia e chama-se Zgorzelec –, mas ninguém aqui percebe essa divisão. O lema de Görlitz e Zgorzelec bem poderia ser “construir pontes”. Isso fica evidente principalmente nas grandes festas realizadas na cidade: no festival de filmes de curta-metragem “Dreiland-Kurzfilm-Festival”, com produções da Alemanha, da Polónia e da República Checa, ou no festival de teatro de rua “Via Thea”, ponto de encontro de artistas e grupos de teatro vindos de toda a Europa, e, é claro, na festa da cidade em Zgorzelecer, que acontece sempre no final de Agosto, no mesmo fim de semana da festa no centro histórico de Görlitz. Uma festa municipal dupla como não há em nenhuma outra cidade, razão dobrada para uma alegria sem fronteiras.

Mas o charme de Görlitz, que sobreviveu à guerra quase intacta, não se deve apenas a seu toque medieval, nem só às festas e festivais. São também as ruas e praças elegantes do período de prosperidade conhecido como “Gründerzeit”, no início do século XIX, e os belos prédios em estilo “art nouveau”, com detalhes encantadores, que fazem qualquer visita valer a pena. Um paraíso especial para compras é a loja de departamentos na praça Demianiplatz: uma jóia em puro estilo “art nouveau” que sobreviveu às mudanças e à passagem do tempo praticamente intacta, com um grande pátio coberto e áreas de venda na forma de uma galeria. Bem pertinho fica também o “Schönhof”, uma antiga cervejaria e um do prédios mais bonitos da cidade. Hoje ele é sede do Museu da Silésia: artesanato e manufactura artística dos séculos XVII a XIX, produtos artesanais e industrializados do século XIX e do início do século XX. Já no museu de brinquedos, Görlitzer Spielzeugmuseum, a diversão não é só para crianças: mais de 4.000 brinquedos da região montanhosa de Erzgebirge transportam o visitante para um mundo só de brincadeiras, de 1850 até hoje.
17. Quedlinburg
Situada num local maravilhoso, na Rota Românica, a cidade de Quedlinburg foi um dos palatinados mais importantes do império e da monarquia durante a Idade Média. Com mais de 1.300 casas de enxaimel, construídas ao longo de seis séculos, uma série de edificações em art noveau e uma planta histórica da cidade, ela é considerada um exemplo excepcional de cidade medieval extraordinariamente bem preservada. A igreja colegiada Stiftskirche St. Servatius, que abriga os túmulos do primeiro rei alemão, Henrique I, e da sua esposa Matilde, é uma obra-prima da arquitectura românica e contém um dos três tesouros eclesiásticos mais valiosos da Alemanha. A basílica de três naves, construída entre 1070 e 1129, foi antes igreja do convento de mulheres de Quedlinburg. Hoje, a igreja serve também ao turismo, como a realização de eventos musicais durante o festival de verão, o Quedlinburger Musiksommer. Ela é literalmente o monumento arquitectónico que mais se destaca na cidade, situada ao alto da colina do castelo, mas é apenas uma das muitas atracções que tornam Quedlinburg, no Harz, uma obra artística completa representando a cultura das cidades medievais.

Um passeio pela cidade pode partir da praça do mercado, Markt, com a maravilhosa Câmara Municipal Renascentista e a estátua de Roland, até a Münzenberg, com a igreja românica do convento de Santa Maria, continuando pelos jardins históricos da abadia e pelo parque Brühl-Park – todas atracções de primeira que pertencem ao património mundial da UNESCO. Quedlinburg oferece ainda uma atracção especial sempre durante o Advento: é quando o Mercado de Natal, alegremente decorado em frente à Câmara Municipal, e os pátios internos iluminados, que durante o ano ficam escondidos por trás dos muros, como uma Bela Adormecida, despertam para criar um mundo natalício como nos contos de fadas. Mas, se você preferir passar o Natal em casa, os trens da linha Harzer Schmalspurbahnen são uma atracção que pode ser aproveitada o ano inteiro para passeios nas redondezas maravilhosas de Quedlinburg – por exemplo, até Brocken ou na cidadezinha de Wernigerode.
18. Trier
Fundada pelo imperador romano Augusto sob o nome de Augusta Treverorum, no ano de 16 a.C., Trier é conhecida não só como a mais antiga cidade alemã, mas também como importante centro de monumentos arquitectónicos e patrimónios artísticos da Antiguidade. Isso se comprova quando se vê a Porta Nigra, o mais bem conservado portão de cidade da Idade Antiga e hoje símbolo da cidade à beira do rio Mosela. O perfil da cidade foi sendo moldado por muitos imperadores romanos, mais tarde dos bispos, príncipes eleitores e cidadãos. Uma série de monumentos arquitectónicos de importância mundial – muitos incluídos no Património Mundial da UNESCO desde 1986 – e relíquias de arte foram conservadas e contam as vicissitudes da sua história. A Porta Nigra, o Anfiteatro ou as famosas Termas Imperiais, onde os romanos desfrutavam dos prazeres da vida, as relíquias das Termas de Bárbara, do século II, e a antiga Ponte Romana, da mesma época e usada ainda hoje como importante via de tráfego, são testemunhos do amplo projecto da cidade realizado na Antiguidade Clássica.

Mas há também monumentos medievais que impressionam o visitante, como a Catedral de São Pedro, a mais antiga da Alemanha, ou a Igreja de Nossa Senhora, a Liebfrauenkirche, da fase inicial do estilo gótico. E nota-se também que a França não fica muito longe, principalmente quando se trata de bom gosto. Restaurantes excelentes oferecem cardápios de iguarias gastronômicas que dispensam falsa modéstia, mesmo em nível internacional. Grandes vinhos da região Mosel-Saar-Ruwer não poderiam faltar, é claro, e os produtores de vinho da região se apresentam em diversas festas públicas, para alegria dos apreciadores. O ponto alto todos os anos é o período das festas Mosel WeinKulturZeit, que dura um mês. Nessa época, na região de Trier, a oferta de criações de fino paladar é enorme – uma boa razão para reservar um mês inteiro de vida boa para a sua visita. A praça do mercado medieval, com a residência burguesa Steipe, a Rotes Haus (literalmente “casa vermelha”), a igreja St. Gangolf, a cruz do mercado, a Fonte de São Pedro e a vizinha Judengasse (rua dos Judeus), o mosteiro beneditino de São Matias e as torres fortificadas, como a Frankenturm (torre dos francos) ou a Turm Jerusalem (torre de Jerusalém), são outras estações durante um passeio pela histórica Trier.
19. Celle
É uma cidade ou um conto de fadas? Quem der um passeio por Celle, involuntariamente fará essa pergunta. Um centro histórico maravilhoso, com centenas de casas de enxaimel, além de um castelo em estilo entre o renascimento e o barroco, tudo situado à beira do pequeno rio Aller e no limite sul da planície da “Lüneburger Heide”: tudo aqui é pura beleza. A igreja da cidade e o antigo edifício do Município (Altes Rathaus) estão entre as mais antigas construções da cidade, ilhas em um mar de enxaimel de diferentes séculos; entre elas estão também a sinagoga de Celle e a casa provavelmente mais conhecida da cidade, a Hoppener Haus, de 1532, uma casa de gablete ricamente decorada com relevos em madeira e respeitáveis seis andares. Em frente a ela estão as surpreendentes lanternas falantes, um grupo de figuras iluminadas, cada uma simbolizando um carácter humano diferente. Sensores de movimento fazem as lanternas falarem – separadamente ou todas juntas. O sistema abre arquivos de som com vozes contando fatos, anedotas ou mesmo ditados engraçados e pequenos esquetes. Não surpreende que alguns visitantes desconfiem até da própria saúde mental.

Foi erigido também no centro da cidade o castelo dos duques, Herzogschloss, provavelmente a construção mais importante da cidade, que remonta a uma fortificação do século XIII. A partir de 1530, ele foi reformado no estilo de um castelo renascentista e na segunda metade do século XVII, houve mais reformas e ampliações que deram ao castelo sua aparência barroca actual. Hoje, a sumptuosa residência é ocupada pelo teatro Schlosstheater – que existe desde 1671 – e pelo museu Residenzmuseum. O bons velhos tempos da cidade são lembrados também pela “Stechbahn”, a antiga arena onde eram realizados os torneios entre os cavaleiros da Idade Média. O duque Otto II, em 1471, foi vítima de um desses torneios, quando caiu de um cavalo e morreu. Até hoje, uma ferradura incrustada no pavimento em frente à farmácia Löwenapotheke mantém esse acontecimento vivo na memória dos habitantes de Celle, que normalmente sabem lidar bem com cavalos: na “Celler Hengstparade”, uma festa de equitação realizada todos os anos em Setembro, a haras do estado da Baixa-Saxónia transforma a cidade inteira em um festival de cavalos e montadores.
20. Lubeck
Durante centenas de anos, o nome Lübeck foi sinónimo de liberdade, justiça e prosperidade. A Lei de Lübeck, uma colecção de princípios básicos de direito em terra e mar, bastante progressista para a época, serviu de inspiração para a fundação de mais de 100 cidades em torno do Mar Báltico. Isso permitiu que a liga de cidades mercantis Hansa alcançasse um crescimento fabuloso, tornando-se a maior potência comercial desse período. O centro incontestável desse poder era Lübeck, uma das mais reluzentes metrópoles do antigo comércio internacional. A cidade antiga, cercada de água e com as sete torres das suas cinco igrejas principais, conta uma história intensa de mais de 1.000 anos e está protegida desde 1987, quando foi declarada Património Mundial da UNESCO. Com merecimento: os monumentos arquitectónicos nos estilos gótico, renascentista, barroco e classicista, suas ruelas e becos, igrejas e mosteiros, residências burguesas e fortalezas, tudo isso forma um conjunto de incomparável harmonia.

Uma jóia da construção gótica em tijolos é a igreja Marienkirche, a mais opulenta de Lübeck, modelo para cerca de outras 70 igrejas em toda a região da Mar Báltico, e com a mais alta abóbada de tijolos do mundo, de grande importância arquitectónica. Ela impera orgulhosa sobre o ponto mais alto da zona histórica da cidade, bem em frente do seu contraponto moderno, o Centro de Convenções e Música, chamado simplesmente de MuK. Entre as obras arquitectónicas mais importantes do centro histórico estão também o conjunto em torno da prefeitura, o castelo Burgkloster, o Koberg – um quarteirão de fins do século XIII totalmente conservado – com a igreja Jakobikirche, o hospital Heiliger-Geist e as casas entre as ruas Glockengießerstraße e Aegidienstraße, o bairro com as casas aristocráticas entre a igreja Petrikirche e a catedral, a porta e símbolo da cidade, Holstentor, é claro, e o antigo armazém de sal Salzspeicher, na margem esquerda do Trave. Um passeio pelo centro medieval de Lübeck é uma experiência inesquecível, até porque a cidade tem também um lado bem moderno para mostrar.
21. Munster
A cidade mais bonita da Alemanha? Para muitos, não há dúvida que ela seria a escolhida, e o facto de que Münster já foi premiada como a “cidade com a melhor qualidade de vida no mundo” só confirma isso. Seja como for, essa comunidade mantém vivo o seu passado – e suas casas, igrejas e praças poderiam contar muitas histórias. Isso pode ser sentido especialmente no idílico centro histórico de Münster, como na praça Prinzipalmarkt. Com um cenário absolutamente inconfundível, 48 casas com gabletes criam um mundo com um charme extraordinário, e entre elas as que chamam mais a atenção são a prefeitura e a Stadtweinhaus com suas arcadas. Já o comércio excelente da cidade é algo que está mais voltado para o presente. Logo ao lado, a rua Salzstraße, a mais antiga rua comercial de Münster, convida a descobrir as suas atracções históricas e culturais – começando com a Barockinsel, a “ilha barroca”, com o palácio Erbdrostenhof, a Igreja Dominicana e a igreja Clemenskirche, com seu belo jardim barroco. A poucos passos de distância, o visitante chega ao quarteirão Ludgeriviertel, com restaurantes, bares e cafés.

Continuando, chega-se à calçada de Rothenburg, onde o Museu de Arte Pablo Picasso encontrou um lugar ideal para se instalar, no Druffel’scher Hof. Na praça Domplatz, nos arredores, a catedral St.-Paulus, a câmara do tesouro da catedral e o museu estadual de história da arte e da cultura, o Westfälisches Landesmuseum, além da zona de Kiepenkerlviertel e Kuhviertel, são também destinos interessantes no centro histórico de Münster. É aqui, em torno da igreja Überwasserkirche, que Münster guarda seu lado talvez mais original, onde a história da cidade se une ao um estilo de vida moderno nas belas ruas e becos estreitos.
22. Würzburg
Antigo bispado e jovem cidade universitária: Würzburg é considerada uma cidade barroca com o charme do sul alemão e a hospitalidade da Francónia. Obras primas da arquitectura de diferentes épocas marcam sua paisagem. A arte, a cultura e o vinho da Francónia são partes integrantes da vida de Würzburg e irradiam uma atmosfera que pode ser captada com todos os sentidos. Würzburg é um convite para fazer um passeio emocionante por épocas e estilos diferentes: as duas torres da catedral de St. Kilian já indicam de longe o caminho para a cidade. Erigida pelo bispo Bruno em 1040, ela é a quarta maior igreja romana da Alemanha, com uma extensão total de 105 metros.

A Residência, Património Mundial da UNESCO, com o jardim real e a praça Residenzplatz, e a fortaleza de Marienberg, são conhecidas também como símbolos de Würzburg, assim como a ponte sobre o Meno, a Alte Mainbrücke, com as imponentes figuras de santos e seus 180 metros de extensão. Outra característica da cidade é a sua localização: elegante, nos dois lados do Meno, e em meio a vinhedos idílicos, que por si já é uma razão suficiente para visitar Würzburg. Outra razão é o vinho cultivado ali. O Bocksbeutel, com sua típica garrafa achatada e arredondada nas laterais, é uma espécie de marca registada de toda a região. Não se sabe exactamente se a forma da garrafa foi inspirada nos cantis tradicionais, mas ela tem uma grande vantagem: as garrafas de Bocksbeutel não rolam. Por todo lado há locais originais e adegas tradicionais com comida regional, mas também excelentes restaurantes internacionais. Nem é preciso dizer que aqui se pede um Bocksbeutel para acompanhar a refeição – senão, não estaríamos em Würzburg.
23. Burg Eltz
A Alemanha é famosa por seus castelos, e sem dúvida um dos mais famosos é o Burg Eltz. Ele é um castelo lindo, que fica num vale cortado por um rio e em meio a floresta. Sim, parece de conto de fadas! Cada pessoa imagina de sua maneira o que seria um típico castelo medieval. Na maioria das vezes, estão presentes elementos como grossas paredes de pedra, altas torres e salões de cavaleiros. Dificilmente um castelo consegue capturar a atmosfera e o charme de um castelo de conto de fadas tão bem como o Burg Eltz.

Uma visita mágica numa região belíssima, e que impressiona até os visitantes mais cépticos. Visitar o Burg Eltz é voltar no tempo. Afinal, um castelo que tem mais de 850 anos de idade tem muitas histórias para contar! Contornado pelo rio em 3 dos seus 4 lados e cercado por um paraíso natural, faz dele algo único. Um visual bem impactante para quem o vê seja pela primeira ou pela décima vez. O castelo de quase 40 metros de altura não é apenas um Património Protegido do país, mas também foi declarado um bem cultural protegido de acordo com a Convenção de Haia.
24. Heidelberg
Com cerca de três milhões de turistas diários por ano, Heidelberg está entre os líderes da estatística de todos os visitantes na Alemanha, na Europa e, provavelmente, no mundo. O que não deixa de ser uma pena, pois a cidade merece muito mais que apenas um dia. Quem planear um pouco mais de tempo vai descobrir as muitas belezas escondidas longe dos centros turísticos mais movimentados e será contagiado pelo jeito de viver especial que diferencia Heidelberg de tantas outras cidades universitárias. Não há dúvida de que quem vai a Heidelberg que ver o castelo, que reina magnífico cerca de 70 metros acima do Rio Neckar na encosta da montanha de Königstuhl. E é verdade que o castelo e as construções em torno dele, juntamente com a ponte Alte Brücke sobre o Neckar, são algumas das atracções mais impressionantes que se pode admirar durante uma viagem pela Alemanha.

Você pode descobrir as belezas do castelo por si próprio, mas vale a pena fazer uma visita guiada. Até mesmo para compreender melhor a história dessa fortaleza que viu muita coisa acontecer nos seus 700 anos. Para sobreviver durante períodos tumultuados, os senhores do castelo provavelmente tiveram que se esconder uma vez ou outra nas suas adegas. Ali se encontra o maior barril do mundo. Fabricado com os troncos de 130 carvalhos, ele tem mais de oito metros de comprimento, sete metros de largura e capacidade para 221.726 litros. Para vigiar o barril, o príncipe-eleitor Karl Theodor nomeou o anão da corte, o italiano Perkeo, cujo nome provinha de sua queda por vinho, como reza a lenda: sempre que lhe perguntavam, se aceitaria mais um copo, sua resposta era: “Perché no?” – por que não?
25. Tübingen
Escadarias íngremes, becos estreitos e casas de telhados inclinados marcam o perfil da cidade, desde o centro histórico até o castelo, no alto da colina. O centro medieval da cidade, restaurado cuidadosamente, a movimentação nas ruas e um estilo de vida estudantil criam um charme todo especial. As lojas, cafés e adegas, os bares de estudantes, restaurantes e bistrôs convidam a passear e passar tempo. E, com 28.500 estudantes na cidade, não é de admirar que haja sempre alguma coisa acontecendo em Tübingen. Uma diversão verdadeiramente popular é a “Stocherkahnrennen”, uma corrida de canoa em torno da ilha do rio Neckar, provavelmente o espectáculo mais alucinado no calendário de eventos de Tübingen. A equipe que cruzar a linha de chegada primeiro ganha um barril de cerveja, enquanto a equipe perdedora tem que beber meio litro de óleo de fígado de bacalhau: não é difícil imaginar a brincadeira de estudantes por trás desse evento.

Na praça Marktplatz, por exemplo, um dos lugares mais fotografados em Tübingen, com a prefeitura e a fonte de Neptuno. A prefeitura, que domina na praça, foi construída em 1435 com três andares, ampliada em 1508 e ornamentada com um relógio astronómico em 1511, que funciona até hoje. Durante um passeio de canoa pelo Neckar deslumbra-se a vista das casas à beira do Neckar, com a torre Hölderlinturm. Aqui o poeta Friedrich Hölderlin, que sofria de depressão, viveu com a família do marceneiro Zimmer desde 1807 até sua morte, em 1843. Hoje, a torre de Hölderlin é um museu e monumento literário.