A cidade de Badajoz, na Espanha, sempre fez parte do imaginário dos portugueses. Durante largas décadas, muitos alentejanos atravessaram a fronteira, a partir de Elvas, para fazer o famoso contrabando. E também muitos espanhóis faziam o caminho no sentido contrário. Elvas e Badajoz possuem uma larga história em comum, feita tanto de batalhas como de solidariedade, como foi o caso notável do período da guerra civil espanhola, em que os portugueses deram abrigo aos espanhóis.
Badajoz foi uma importante cidade no tempo dos mouros e chegou mesmo a ser capital de uma região que incluía grande parte do território que viria a ser Portugal. Hoje, as relações com o país vizinho atravessam uma boa fase e são sobretudo as trocas comerciais e culturais que prevalecem. Muitos espanhóis vindos de Badajoz visitam o Alentejo e muitos portugueses visitam Badajoz.
Há muito para descobrir nesta cidade secular e por isso mesmo é melhor conferir tudo o que há para ver antes de fazer a sua viagem. Estes são os melhores locais para visitar em Badajoz, Espanha.
1. Praça Alta
Ainda que diferenciadas como realidades com entidade própria em cada caso, ambas praças se continuam e se conectam formando conjuntamente uma realidade especial e ambiental de carácter unitário muito peculiar e definido com grande tipicidade e conteúdo histórico, estendendo-se por em frente da Alcazaba, a que serve de marco, e com a que se identificam de maneira inseparável. Foi, até recentemente, o coração da cidade e o centro de todas as actividades da sua vizinhança.

Em finais do século passado instalaram no meio da praça uma estrutura de ferro audaz e moderna de grandes proporções para acolher um mercado e, actualmente, se encontra instalado no Campus da Universidade. Até 1799 quando se edificou a actual Praça de San Juan, a Câmara Municipal esteve nessa zona, ocupando a chamada Casa del Peso del Colodrazgo e outros centros institucionais se situaram nessas praças ou no entorno imediato até pouco tempo. A Praça Alta é quadrangular, plana, ampla e diáfana. Três das suas fachadas ficam definidas por grandes construções de carácter unitário que se juntam a cerca árabe, tendo sido levantadas no século XVII pelo bispo Marin de Rodezno, estando percorrida em quase todo seu perímetro por pórticos e arcadas.
2. Torre de Espantaperros
Resulta na mais monumental e destacada das torres albarranas da Alcáçova. Antigamente era chamada de Atalaya e actualmente é mais conhecida pelo nome popular de “Torre de Espantaperros” devido ao som agudo do sino que anteriormente possuía. Sua fisionomia resulta muito característica, sendo considerada um dos monumentos mais representativos da cidade. A sua estrutura monumental lembra a sevillana Torre del Oro que é ainda maior, mas é preciso recordar que a de Sevilla foi construída posteriormente a de Badajoz e foi edificada tomando essa como modelo.

Construída com argamassa e tabique a torre alcança 30 metros de altura. A sua planta octogonal coroada por um corpo quadrangular e avançando uns 25 metros sobre a cerca principal, onde se unem mediante a uma construção amuralhada, serviu em outros tempos para vigiar e dominar os arredores da La Galera que se estendiam a seus pés. Acoplado a torre se encontra actualmente um edifício do século XVI conhecido também como La Galera, que serviu sucessivamente como câmara municipal, paiol ou celeiro, hospício, prisão, e, finalmente, um museu arqueológico até pouco tempo. No seu entorno se cultiva um belo jardim aproveitando diversos restos arqueológicos.
3. Alcazaba
Situada na parte mais alta de Badajoz, foi originalmente construída no ano de 875 por Abd-al-Ramman Ibn Marwan “El Yilliqui” sendo modificada e completada pelos distintos governos sucedidos na cidade. Sua configuração actual é basicamente o produto de maior reforma realizada e que sofreu no século XII pelos almoades. O seu maior período de esplendor foi no século XI durante a dinastia Aftásida. Conta com três portas principais: Porta del Capitel e Porta del Alpendiz, ambas almoades; e porta de Carros ou de Yelbes posteriormente construída sobre uma porta anterior de dito período. Conta também com um postigo, o chamado La Coracha ou Del Rio. Entre os numerosos torreões de reforço das cortinas amuralhadas e das torres avançadas de vigilância (torres albarranas), cabe lembrar as do Ahorcado e a das Siete Ventanas, além da torre do Alpéndiz.

Outras permanecem ocultas pelas edificações que se foram apoiando na fortificação em distintas épocas. No interior da Alcazaba se manteve todo o casario que constituía a cidade, excepto o importante subúrbio do nordeste, até o século XV. Encerradas em tal âmbito, e segundo a bibliografia tradicional, parece ser que existiram três mesquitas, convertidas posteriormente em igrejas baixo as invocações de San Pedro; Santiago (já desaparecido); e Santa María de Calatrava ou de los Freyres. Ibn Marwan levantou a Mesquita Mayor que se converteu, depois da conquista de Alfonso IX de León, na catedral durante certos períodos, também chamada “La Obispal”, ou “La See”, com culto até finais do século XVIII. Se levantaram, assim mesmo, no interior da Alcazaba suntuosos palácios, como o dos monarcas árabes da dinastia aftásida e, mais tarde, o renascentista dos Duques de Feria, o dos Condes de la Roca, bom exemplo de residência senhorial fortificada, com um belo claustro mudejár, e onde, na actualidade, se encontra instalado o Museu Arqueológico Provincial.
4. Fortificações de Vaubán
Erguida na segunda metade do século XVII para reforçar as defesas de Badajoz pelas guerras de separação de Portugal da Coroa da Espanha, entre 1640 e 1668, a sua disposição respeitou a Alcáçova Árabe, a qual se apoia em suas saídas pelos extremos NW e SE. A obra está fabricada em pedra, tijolo e concreto de cal, com reforços similares em distintos pontos. Constitui um completo sistema de muralhas e todos os demais elementos complementares próprios de este modelo de fortificação representam um acabado e insuperável exemplo de engenharia militar da época. A muralha contava com oito baluartes, todos dispostos para o sul, pois a defesa para o norte já estava garantida pelos rios Guadiana e Rivilla.

Distintos hornaveques e meias luas ou lunetas, semi-baluartes, taludes, fossos, escarpas, contra-escarpas, canhoneiras, passagens cobertas, guaritas angulares e outros elementos completavam o cerco amuralhado principal. Mencionemos entre as fortificações os fortes de San Cristóbal, Cabeza del Puente de Palmas y Pardarelas; semibaluartes de Puerta de Palmas; polvorines de San Vicente, Santiago, San Roque, e San Gabriel; e os revellines la luneta de San Roque, la Picuriña y Verlé ou de Orinaza, em frente ao forte de San Cristóbal. As portas principais originarias do sistema foram as citadas da Trindad, do Pilar, e Puerta Nueva ou de Palmas, passando depois tal denominação de “Nueva” a aberta atrás do Palácio de Godoy, a finais do século XVII. Parecidos sistemas dispuseram os portugueses em Olivenza e Elvas. Estes dois, junto com os de Cádiz, Pamplona, e poucos lugares mais, são as únicas realizações similares ao formidável sistema Vaubán de Badajoz.
5. Porta das Palmas
Trata-se talvez do monumento mais representativo da cidade. Consiste em uma porta disposta em frente à ponte de Palmas apoiada por dois sólidos cilindros coroados de ameias e rodeado na parte superior e na base por seus respectivos cordões decorativos. A fachada que fica de frente ao rio se estrutura mediante um duplo arco de meio ponto com medalhões e outros elementos decorativos de gosto renascentista e como escudo imperial de Carlos V, enquanto que, do outro lado, fica disposto de maneira mais complexa por meio de um corpo apoiado do qual formam parte um terraço e um nicho triplo, possivelmente posterior a construção original.

No lado externo se encontra uma inscrição onde se menciona a data de 1551, sendo príncipe Felipe II e imperador Carlos V, segundo consta na correspondente inscrição. Durante um período foi conhecida como “Puerta Nueva” até que a denominação passou a corresponder a outra entrada feita posteriormente nas proximidades da Ermida de los Pajaritos. Em sucessivas etapas o entorno da Porta de Palmas sofreu enormes remodelações na sua ordenação e elementos adjacentes, ainda que se mantivesse sempre como ponto de acesso fortificado da cidade e mais tarde ponto de controle para efeitos de aduana e fiscais. Somente há pouco tempo perdeu essa condição ficando como monumento externo. Até pouco tempo atrás os dois torreões dessa porta formaram uma prisão real “para os réus de delitos muito graves”, segundo informam os documentos.
6. Museu Arqueológico
Foi edificado no século XIV-XV no interior da Alcáçova por Lorenzo Suárez de Figueroa para estabelecer sua residência quando foi requerido como regedor da cidade de Badajoz, construindo um notável exemplo, muito representativo, do modelo de mansão senhorial fortificada. Posteriormente passou a posse dos Condes de la Roca.

A obra tem alvenaria de pedra e tijolo, apresentando um aspecto sólido, porém de grande valor plástico. No edifício ressaltam as quatro torres angulares que flanqueiam as esquinas e o amplo arco que enfatiza a fachada principal. O interior se articula em torno de um belo claustro mudejár com arcadas de tijolo sobre colunas octogonais. Recentemente foi remodelado para servir de sede do Museu Arqueológico Provincial.
7. Ermida La Soledad
Antiga ajuda da paróquia da Catedral, esta ermida, que acolhe actualmente a Padroeira de Badajoz, foi erguida as custas do Duque de San Germán no ultimo terço do século XVIII, ainda que não no mesmo lugar que agora, se não em frente do mesmo, exactamente no lugar onde hoje se encontra o edifício da Giralda. As obras que actualmente conhecemos se iniciaram em 1931 por haver sido demolida a original devido a seu estado de ruína. Possui um espaço muito reduzido, mas de ostentosa e rica profusão de elementos decorativos. A Soledad é objecto de profunda devoção e carinho por todos os vizinhos da cidade.

Duas torres emblemáticas presidem a Plaza de la Soledad. A Ermida da Padroeira se coroa com um pequeno templo de tijolo rematado por uma custodia e adornado com belas peças vitrificadas. A construção se deve ao arquiteto Martín Corral com data de 1935. Em 1930 e graças ao impulso da família Cancho se inaugurou o belo edifício da Giralda, obra de Adel Pinna, segundo o projeto de Delgado Millán. A torre surpreende por sua beleza e arquitetura neo-árabe de estilo regionalista andaluz, misturando telhas de cerâmica, flores, azulejos, forja e rematado com o Deus Mercúrio, símbolo do comercio. Ocupa o lugar deixado pela primeira Ermida de la Soledad, levantada no século XVII.
8. Catedral de São João Baptista
A Catedral de São João Batista (em castelhano: Catedral de San Juan Bautista) ou Catedral de Badajoz é um templo católico situado na Praça de Espanha, no centro da cidade de Badajoz, Estremadura, Espanha. É a sé da Arquidiocese de Mérida-Badajoz. Juntamente com as catedrais de Cória e Plasencia é sócia fundadora da associação “Ciudades Catedralicias”, da qual fazem parte outras quinze catedrais espanholas. A catedral foi declarada Monumento Histórico-Artístico (designação actual: Bem de Interesse Cultural) em 3 de Junho de 1931. Após a conquista da cidade aos mouros pelo rei Afonso IX de Leão em 1230, foi nomeado bispo de Badajoz Frei Pedro Pérez. Durante os primeiros anos do seu bispado, foi usada como catedral a antiga mesquita, consagrada a Santa Maria do Castelo.

Dois anos depois da finalização da conquista foi decidido construir uma catedral, tendo para esse efeito sido concedidos vários privilégios por Afonso X. As obras começaram em meados do século XIII no local onde existia anteriormente uma igreja visigótica ou moçárabe, situada no Campo de São João, um terreno situado no exterior da alcáçova. A catedral foi consagrada em 1276 sob a advocação de São João Batista, apesar das obras ainda não estarem concluídas. A construção das partes principais prolongou-se até ao século XV e nos séculos XVI e XVII foram realizadas sucessivas reformas e adições, que deram à catedral o seu aspecto actual. Só foi completamente terminada no século XVIII. Foi na Catedral de Badajoz que tiveram lugar em 1729 os esponsais do então Príncipe das Astúrias e futuro rei Fernando VI com a infanta portuguesa Maria Bárbara de Bragança, que seria rainha de Espanha até à sua morte em 1758.
9. La Giraldilla
Foi erguido na década dos anos trinta do século passado segundo projecto dos arquitectos Rodolfo Martínez e de Abel Pinna, reproduzindo em uma de suas partes a Giralda de Sevilla e adequando-se ao resto das formulas compositivas ornamentalmente imperantes na época.

A obra levantou-se como sede de um importante estabelecimento comercial desaparecido há pouco tempo. A construção evoca as formulas de Aníbal González impostas depois da realização da Feria Ibero-americana de Sevilla de 1929, constituindo uma criação certamente singular. O edifício foi reabilitado e actualmente acolhe a Telefónica.
10. Câmara Municipal
Construído a finais do século XVIII por iniciativa do Capitão Geral e Corregedor da cidade Dom Carlos de Wite y Pau em substituição as antigas Casas Consistoriais existentes na Praça Alta. Junto a Catedral, o edifício preside a Praça de San Juan. Na sua fachada, de vocação classista, destaca um corpo avançado com arcos no andar térreo sobre o qual se situa um terraço abalconado com seis colunas de ordem toscana e larga cimalha.

O conjunto apresenta um ritmo equilibrado e harmónico, configurado pela serie de balcões e janelas, cimalhas e demais elementos formais próprios da linguagem arquitectónica da época. O edifício se completa com coroamento abalaustrado sobre o qual se sobressai um pequeno campanário de ferro forjado dispostos no final do século passado.
11. Ponte de Palmas
Levantada sobre outra ponte, anterior a essa, datada de 1460 e destruído por uma forte cheia do rio em 1545, a actual ponte foi concluída em 1596, sendo o Rei da Espanha Felipe II e o governador de Badajoz D. Diego Hurtado de Mendoza. Até à sua construção no século XV, a cidade tinha carência de pontes, realizando-se a travessia do rio por meio de barcos ou aproveitando os vaus em tempo praticável. Erguida em finais do séc. XVI é, basicamente, a mesma de nossos dias, tratando-se de uma obra de carácter herreriano, solidamente fabricada em pedra.

Devido a diferentes estragos ocasionados pelo rio em diferentes épocas, foi preciso submetê-la a sucessivas reparações para manter-la em funcionamento. Em 1603, reinado já de Felipe III, uma grande cheia do Guadiana destruiu 16 dos seus 24 mananciais, motivando sua pratica reconstrução. O que se sabe sobre tal reparação é através de umas inscrições, já desaparecidas, segundo as quais os trabalhos se desenvolveram entre 1609 e 1612 e consistiam em “Tirar todos os cimentos, fazer treze pilares, seis arcos e outras coisas”, sendo o corregedor da cidade D. Fernando Ruiz de Alcalón. Em 1833 a ponte voltou a ser reedificada. Nessa ocasião as obras se executaram sobre os planos do engenheiro José María Otero, baixo a direcção do arquitecto Valentín Falcato, sufragando-se os gastos, por ordem real, mediante uma divisão de custos entre toda a província.
12. Museu de Badajoz
O Museu da Cidade de Badajoz, inaugurado em 2001, surgiu como um espaço inovador em nosso território que pretende converter-se em guia para o conhecimento, divulgação e interpretação do passado, presente e futuro da cidade de Badajoz. O museu se estrutura sobre a chamada Casa Luis de Morales situada na rua San Pedro de Alcântara, em pleno Casco Antigo da cidade e inclui em suas instalações um edifício anexo de planta nova.

No andar de baixo desse novo anexo se abrirá uma sala de exposições de 400 metros quadrados com entrada pelo Museu e com acesso directo desde a nova praça que coroa o estacionamento subterrâneo. Esta sala de exposições albergará os acontecimentos quotidianos de interesse para a cidade como um complemento vivo e actualizado pelos conteúdos do Museu. O Museu inclui recepção, espaço previsto para serviços didácticos, atenção a grupos, cafetaria, loja do museu e pequeno centro de documentação.
Olá, obrigada pelo roteiro de Badajoz ! em quantos dias é possível percorrer esses 12 pontos ??
Obrigada !!