A idade legal da reforma vai voltar a aumentar em 2026. A partir de 1 de janeiro, o acesso à pensão sem cortes passa a ser possível apenas aos 66 anos e 9 meses, mais dois meses do que em 2025. A alteração resulta da atualização automática que acompanha a evolução da esperança média de vida.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a esperança de vida aos 65 anos subiu para 20,02 anos no período 2022-2024.
Este aumento explica o novo ajustamento, depois de uma fase de estabilidade influenciada pela pandemia, que chegou a reduzir temporariamente a idade da reforma.
O que muda para quem planeia reformar-se
O novo limite etário representa o valor mais elevado desde a criação da fórmula atual, definida no Decreto-Lei n.º 187/2007. Para muitos trabalhadores, este aumento significa rever datas previstas de saída do mercado de trabalho e ponderar o impacto financeiro de adiamentos ou reformas antecipadas.
Penalizações mais pesadas para quem sair antes do tempo
A antecipação da reforma continuará a implicar cortes significativos. Em 2026:
- o fator de sustentabilidade será de 16,9%, aplicado como redução direta no valor da pensão;
- mantém-se a penalização adicional de 0,5% por cada mês de antecipação.
Um trabalhador que se reforme um ano antes da idade legal terá um corte de cerca de 6% devido à penalização mensal, além da redução do fator de sustentabilidade. Para muitos, isto pode significar uma quebra expressiva no rendimento mensal.
Quem escapa aos cortes
Existem, contudo, exceções importantes:
- Quem tem 60 anos de idade e 40 anos de descontos fica isento do fator de sustentabilidade, embora mantenha a penalização mensal.
- Quem iniciou atividade profissional antes dos 16 anos e reúne 46 ou mais anos de carreira contributiva pode reformar-se sem qualquer corte. Nestes casos, há uma redução da idade pessoal da reforma: retiram-se quatro meses por cada ano de carreira acima dos 40 anos.
Impacto nos planos pessoais e financeiros
A subida da idade legal obrigará muitos trabalhadores a rever contratos de pré-reforma, estratégias de poupança e projeções de rendimento. Especialistas recomendam simulações com base nos novos valores e uma análise cuidada do impacto da antecipação.
Trabalhar alguns meses adicionais pode fazer diferença no valor final da pensão, reduzindo penalizações e aumentando a sustentabilidade financeira a longo prazo.
Um ajuste ligado ao aumento da esperança de vida
O INE registou um acréscimo de três meses na esperança média de vida entre os períodos 2021-2023 e 2022-2024. A fórmula automática pretende equilibrar o tempo de descontos com o período médio de reforma, garantindo estabilidade ao sistema.
Em síntese
Com a idade legal da reforma a aproximar-se dos 67 anos, a saída antecipada torna-se cada vez mais penalizadora. A decisão exige planeamento rigoroso e adaptação a um contexto demográfico em que a longevidade continua a aumentar.







