Ah, vai ser difícil você não se apaixonar pela cidade de Paraty! A cidade, localizada entre São Paulo e Rio de Janeiro, sintetiza muito da cultura, da gastronomia, da história, da natureza, da alma brasileiras. Paraty é Mata Atlântica, que se encontra no Parque Nacional da Serra da Bocaina, na Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, na Reserva da Joatinga, no Parque Estadual da Serra do Mar – e é possível visitar tudo isso.

Patrimônio Histórico Nacional do Brasil, Paraty preserva muito de sua arquitetura, com seus casarões, igrejas e símbolos maçônicos que até hoje atiçam a curiosidade e a imaginação de quem por ali passa – e não se pode passar de carro no Centro da cidade, contribuindo para sua preservação.
Fundada em 1667 ao redor da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a padroeira, Paraty viveu seu auge nos tempos dos engenhos de cana-de-açúcar, depois como importante porto para o escoamento do ouro e das pedras preciosas vindas das Minas Gerais.

Hoje, o visitante sentirá tudo isso presente em cada pedra das calçadas, acrescidas do tanto de cultura e arte mantido por gerações e gerações.
O que fazer em Paraty?
1. Centro Histórico
Considerado pela UNESCO “o conjunto arquitetônico colonial mais harmoniso”, o centro de Paraty guarda suas ruas traçadas pelo passado – as marés altas na lua cheia, a cultura do café e da cana, o porto. Todas são protegidas por correntes, impedindo a circulação de carros, colaborando para sua conservação e o livre caminhar dos turistas.

Imponentes sobrados carregam em sua fachada os desenhos geométricos da maçonaria e colaboram para o encanto colonial do lugar. O calçamento merece destaque especial: chamado de pé-de-moleque, foi introduzido pelos Portugueses no Brasil Colônia era assim chamados porque os filhos dos escravos, chamados de moleques, é que ajeitavam as pedras com os pés, durante a construção do calçamento.
2. Caminho do Ouro
Envolto pela Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra da Bocaina, o chamado Caminho do Ouro ou Estrada Real foi construído pelos escravos entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas já traçadas por índios Guaianazes.

O caminho ligava Minas Gerais a Rio e São Paulo e escoava a produção de ouro para Portugal. Hoje, o caminho segue bastante preservado e pontuado pela população de Paraty, seus alambiques, cachoeiras, ateliers de arte e restaurantes de comida caseira. A visita precisa ser realizada com guias autorizados.
3. Alambiques

A pinga produzida na cidade fez tanta fama que o próprio nome do lugar – Paraty – passou a ser sinônimo de aguardente até meados do século XX. Lá por 1700, havia cerca de 100 alambiques no lugar. Hoje são cerca de sete, mas todos mantêm a produção e venda de cachaça boa, colaborando para Paraty ser ponto de visitação obrigatório para os amantes dos destilados.
4. Praias e Ilhas
A natureza realmente é privilegiada em Paraty. Tem-se de tudo um pouco. A Área de Proteção Ambiental do Cairuçu e do Parque Nacional da Bocaina reservam Trindade, suas belas praias, trilhas e cachoeiras. A vila, de ímpar riqueza rústica, oferece várias opções de hospedagem, compras e gastronomia.

Há seis praias – Brava, Cepilho, De Fora, Dos Ranchos, Do Meio, do Cachadaço, mais a piscina natural do Cachadaço e a Cachoeira dos Codós e Pedra que Engole. Já as ilhas são mais de 60, reunidas na Baía de Paraty, que convidam para um passeio de barco, pescaria e mergulho.
5. Saco do Mamanguá

Outra surpresa da natureza em Paraty, trata-se de uma entrada no mar, com 8 quilômetros de extensão e 2 quilômetros de largura, que inclui 33 praias, oito comunidades caiçaras e uma área de mangue totalmente preservada. Árvores, bromélias, flores, pássaros e caranguejos habitam o lugar. O passeio de barco é imperdível e sai de Paraty-Mirim.
6. Cachoeiras

Iriri, Taquari, Graúna, Pedra Branca, Poço do Inglês, Tarzã, Tobogâ, Andorinhas, Cajaíba e Codós são alguns dos nomes das diversas cachoeiras que pontuam a área de Paraty. Tudo obra de mata, água e relevo acidentado, juntos.
7. Casa de Cultura

Localizada no Centro Histórico, o lugar preserva e difunde as manifestações artísticas e culturais da cidade – que são várias. Há vasta programação permanente de exposições, apresentações e cursos de arte, música, cinema e teatro.
8. Museus
O casario colonial da cidade esconde tesouros históricos em casas particulares totalmente preservadas e também nos museus. Dentro da Igreja de Santa Rita há o Museu de Arte Sacra, com peças que remontam o século XVII.

Já o Museu do Território é responsável por documentar as mudanças pelas quais passou e passa a cidade. E ainda tem o Museu do Forte Defensor Perpétuo, reaberto em 2017 e totalmente reformado.
9. Gastronomia
No mesmo ano de 2017, Paraty passou a integrar, também, a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na área da gastronomia, que mistura influências portuguesas, indígenas e africanas. Aliás, a culinária africana está bem presente nas tradições dos habitantes de Paraty.

Destacam-se a cachaça, que pode ser degustada com toda pompa e circunstância nos alambiques, e a farofa de feijão, alimento essencial aos tropeiros que percorreram o Caminho do Ouro.
10. FLIP

Desde 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty atrai, todos os anos, milhares de turistas, que, para além de todas as maravilhas naturais, gastronômicas, arquitetônicas e culturais diariamente oferecidas pela cidade, se deliciam com uma programação de tirar o fôlego e convidar à leitura de autores de ontem e de hoje, de todos os lugares do mundo. Em 2020, a 18º FLIP está marcada para o período de 29 de julho a 2 de agosto.