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Mazagão: a fantástica odisseia de uma cidade portuguesa em Marrocos

Mazagão faz hoje parte da cidade marroquina de El Jadida. Em tempos, foi uma importante cidade portuguesa. Descubra a sua história e o que lhe aconteceu.

VxMag by VxMag
Jun 22, 2021
in História
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Fortaleza de Mazagão - Marrocos

Fortaleza de Mazagão

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A cerca de 90 quilómetros de Casablanca, pode encontrar a fortificação de origem portuguesa, chamada Mazagão ou Mazagan, e que faz hoje parte da cidade de El Jadida. Esta colónia fortificada foi criada em inícios do séc. XVI, tendo sido assumida pelos marroquinos em 1769, consequência da partida dos portugueses e abandono desta cidade. Aliás, o seu nome, El Jadida, significa A Nova, já que foi reabilitada por marroquinos após o abandono da cidade.

Apesar desta reabilitação, podem-se encontrar ainda edifícios portugueses, como a Igreja da Assunção (onde ainda estão guardadas lápides funerárias portuguesas), a cisterna, vestígios do Palácio dos Governadores (na atual mesquita) e a fortificação em si.

As primeiras construções foram edificadas por ordem de D. Manuel, começando pelo castelo, em 1514. D. João III acabou por considerar a obra pouco eficaz, tendo entregado ao engenheiro italiano Benedetto de Ravena o projeto da construção de uma cidade fortificada. A fortaleza foi fundada em 1541, sendo o primeiro exemplo de arquitetura militar erigido fora da Europa.

Mazagão
Mazagão

Todo o projeto acabou por servir de guia e referência a outras praças portuguesas do Norte de África. A situação geográfica da cidade salientava o iminente caráter militar desta, justificando a construção da fortificação. No interior desta, havia um hospital, celeiros, armazéns, cisterna, igrejas, ermidas, chafarizes e a vedoria.

Hoje, a cidade tem uma população de 214 mil habitantes, e é uma das mais visitadas internacionalmente. É Património Mundial da UNESCO desde 2004 e foi eleita uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, em 2009.

El Jadida é um centro comercial com uma sociedade multicultural, onde convivem muçulmanos, judeus e cristãos. A sua beleza é-lhe dada pela baía natural onde assenta e pelo facto de estar mais bem preservada que outras fortificações portuguesas em Marrocos, que foram sendo alteradas ao longo do tempo. 

El Jadida é conhecida pela qualidade do sável e do marisco. O porto no centro da cidade está reservado à pesca, aos desportos aquáticos e aos barcos de recreio, mas a 17 quilómetros a sul da cidade encontra-se o porto de Jorf Lasfar, o primeiro porto mineral de África e aberto ao comércio desde 1982. As principais exportações da cidade são as amêndoas, o feijão, o grão-de-bico, milho, cera, ovos, lãs e peles. Por outro lado, importa-se muito açúcar, algodão, chá e arroz.

Cisterna de Mazagão
Cisterna de Mazagão

As praias da cidade e arredores são de mar calmo e o clima é geralmente agradável. De janeiro a abril, as temperaturas rondam os 25 graus, mas em agosto podem facilmente chegar aos 40 graus. A temperatura acaba por cair gradualmente a partir daí, atingindo os 30 graus em dezembro. Assim, não é de admirar que seja um destino muito visitado!

A 5 de outubro de 1988, o Município de Sintra assinou um protocolo com o Município de El Jadida, para reforçar os laços de amizade e desenvolver a cooperação económica entre Portugal e Marrocos. Este protocolo abrange as áreas industrial e comercial, o turismo, a cultura e o desporto.

O que aconteceu aos portugueses que viviam em Mazagão?

Depois do enorme terramoto de 1755, que também afetou a cidade portuguesa de Mazagão, na costa africana de Marrocos, Portugal viu-se obrigado a abdicar da praça-forte por dificuldades económicas para a recuperar e pelos constantes ataques dos muçulmanos. Decidiu-se então mudar todos os colonos da cidade para o interior da Amazónia e fundar aquela que seria a Nova Mazagão, hoje conhecida por Mazagão Velho.

Entre os anos de 1770 e 1773, fidalgos portugueses (cerca de 2 mil pessoas distribuídas em 470 famílias) exilados pela invasão muçulmana da Vila de Mazagão, em Marrocos, desembarcaram em Belém do Pará com o objetivo de reconstruir, na foz da Bacia Amazónica, no Amapá, sua cidade-forte.

O povoado também serviria de apoio tático à expansão territorial pelo interior do Brasil. No entanto, bastaram alguns anos e, em 1783, o plano de reconstrução foi abandonado. A obra, cópia da versão africana, não resistiu às condições hostis da selva amazónica.

Trata-se de uma história muito importante mas quase desconhecida. Este foi um acontecimento único na história do mundo e envolveu 3 países de 3 continentes diferentes: Portugal, Brasil e Marrocos. Nunca antes tinha sido transferida uma cidade inteira de um continente para outro. E apesar de a empreitada não ter tido o sucesso desejado, o simples pormenor de isso ter acontecido revela muito sobre a tenacidade daquelas pessoas.

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