A aletria conventual é um dos doces mais tradicionais da gastronomia portuguesa, especialmente na época natalícia. Trata-se de uma sobremesa feita com massa fina e delicada, cozida em água e açúcar, e enriquecida com manteiga e gemas de ovos.
Este típico doce de Natal tem origem nos conventos e mosteiros, onde se usavam muitas gemas para fazer doces, aproveitando as claras para engomar as roupas. A aletria conventual é um doce simples, mas muito saboroso, que se polvilha com canela e se serve frio ou à temperatura ambiente.
Hoje, vamos ensinar-lhe como fazer uma aletria conventual deliciosa, seguindo uma receita antiga e tradicional. Vamos também dar-lhe alguns truques e dicas para que a sua aletria fique cremosa, brilhante e com o ponto certo.
Acompanhe-nos nesta viagem pelo mundo da doçaria conventual e prepare-se para surpreender a sua família e os seus amigos com esta sobremesa irresistível ideal para enriquecer a mesa da Consoada.
Ingredientes:
- 250 g de aletria (massa fina)
- 350 g de açúcar
- 750 ml de água
- 10 gemas de ovos
- 25 g de manteiga
- 1 pau de canela
- 1 casca de limão
- Canela em pó para polvilhar
- Sal q.b.
Preparação:
- Num tacho, ponha água com sal e leve ao lume até ferver.
- Junte a aletria partida em pedaços e deixe cozer, mexendo de vez em quando, até ficar macia mas firme.
- Escorra a aletria num passador e passe-a por água fria para parar a cozedura. Reserve.
- Noutro tacho, ponha a água, o açúcar, a casca de limão e o pau de canela e leve ao lume até formar uma calda em ponto de pérola fraco.
- Para verificar o ponto, retire um pouco de calda com uma colher e deixe cair em fio. Se ficar uma gota suspensa na ponta da colher, como uma pérola, está no ponto.
- Junte a aletria escorrida à calda e deixe ferver mais um pouco, mexendo sempre, até a aletria absorver a calda e ficar brilhante.
- Retire do lume e deixe arrefecer um pouco.
- Numa tigela, bata as gemas com um garfo e passe-as por um passador de rede fina.
- Junte um pouco da calda quente às gemas e misture bem.
- Depois, junte esta mistura à aletria e leve novamente ao lume, mexendo sempre, até engrossar. Não deixe ferver, para as gemas não talharem.
- Retire a casca de limão e o pau de canela e junte a manteiga em pedacinhos.
- Mexa bem até a manteiga se derreter e se incorporar na aletria. Prove e retifique o açúcar, se necessário.
- Deite a aletria numa travessa grande ou em taças individuais e deixe arrefecer completamente.
- Antes de servir, polvilhe com canela em pó, fazendo desenhos a seu gosto.
- Pode usar um molde de papel ou cortar formas com uma faca.
- Sirva a aletria fria ou à temperatura ambiente.
Dicas:
Não coza demasiado a aletria, pois ela vai continuar a cozer na calda de açúcar. O ideal é que fique al dente, ou seja, cozida mas firme.
Não deixe a calda de açúcar ferver muito tempo, pois pode ficar demasiado grossa e cristalizar. O ponto de pérola fraco é o ideal para a aletria conventual, pois dá-lhe brilho e consistência.
Não deixe as gemas ferver, pois podem talhar e estragar a textura da aletria. Mexa sempre e mantenha o lume baixo, até obter um creme espesso e homogéneo.
Não se esqueça de juntar a manteiga no final, pois ela vai dar mais cremosidade e sabor à aletria. Pode usar manteiga com ou sem sal, conforme a sua preferência.
Não polvilhe a canela antes de a aletria arrefecer, pois pode manchar e perder o efeito decorativo. Faça os desenhos que quiser com a canela, usando um molde ou a sua imaginação.
Pode usar massa de cabelo de anjo em vez de aletria, pois são muito semelhantes. A massa de cabelo de anjo é um pouco mais fina e delicada do que a aletria, mas o resultado final é igualmente delicioso.
A aletria conventual não leva leite, ao contrário de outras variantes da aletria. A receita original é feita apenas com água, açúcar, gemas e manteiga. No entanto, se preferir, pode substituir parte da água por leite, para obter uma aletria mais branca e suave.
Não é aconselhável congelar a aletria conventual, pois pode perder a textura e o sabor. O ideal é consumir a aletria no próprio dia ou guardar no frigorífico por até 3 dias, bem tapada com película aderente.