É fácil ignorar. Um pequeno traço branco na porta de casa, no portão ou na parede junto à entrada pode parecer apenas uma brincadeira de crianças ou poeira trazida pelo vento. No entanto, em certos casos, um sinal de giz pode ser tudo menos inocente.
As autoridades portuguesas já alertaram para a possibilidade de estes sinais fazerem parte de um código usado por grupos organizados para marcar residências – escolhendo alvos ou deixando indicações para outros elementos da mesma rede.
Uma linguagem discreta, mas com significado
Estes sinais podem ser simples riscos, símbolos ou cruzes desenhadas discretamente com giz, marcador ou tinta. A prática, embora antiga, continua a ser usada para comunicar informações como:
- “Casa vazia em certas horas”
- “Moradores idosos ou vulneráveis”
- “Vale a pena voltar”
- “Perigoso / evitar”
São, na prática, marcas deixadas por quem observa rotinas ou padrões de comportamento, usadas para facilitar futuros assaltos ou alertar outros cúmplices.
Por que razão o giz é tão comum?
A escolha do giz não é acidental. É barato, discreto, fácil de aplicar e ainda mais fácil de remover.
Sai com a chuva e desaparece com um simples pano – ideal para quem pretende deixar um sinal rápido sem levantar suspeitas.
Os locais mais comuns onde aparecem estes sinais incluem:
- Portas e portões
- Caixotes do correio
- Paredes junto à entrada
- Pavimento mesmo à frente da porta
Casos reais e como agir
Já foram reportadas situações em várias zonas do país em que, após a deteção de símbolos deste tipo, ocorreram tentativas de intrusão ou assaltos.
Embora nem todos os casos estejam ligados a criminalidade, as autoridades recomendam vigilância.
Se alguém encontrar um sinal suspeito, as recomendações são claras:
- Fotografar imediatamente (pode servir de prova);
- Remover de seguida, para evitar que o sinal continue visível a terceiros;
- Falar com vizinhos, para saber se mais alguém detetou algo semelhante;
- Informar a polícia, mesmo na ausência de outros indícios.
Pode tratar-se de uma coincidência?
Sim, é possível. Há sempre a hipótese de se tratar de uma brincadeira ou de um risco acidental.
Mas quando está em causa a segurança da habitação, o mais prudente é não ignorar.
Como reforçar a segurança da habitação
Para além de estar atento a sinais estranhos, existem medidas simples que podem dissuadir potenciais intrusos:
- Instalação de iluminação exterior com sensor de movimento
- Câmaras de vigilância visíveis
- Evitar rotinas demasiado previsíveis, para dificultar a observação por parte de terceiros
Mesmo que um risco de giz não passe de um detalhe sem importância, a atenção aos pormenores e a comunicação com a vizinhança são formas eficazes de reforçar a segurança no quotidiano.







