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Túrdulos: o povo esquecido que partilhou território com os lusitanos

Antes de Roma e dos lusitanos, os túrdulos já habitavam o sul de Portugal. Descobre quem eram, como viviam e porque quase foram esquecidos.

VxMag by VxMag
Ago 21, 2025
in História
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Túrdulos

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Pouco se fala deles, mas estiveram cá. Enquanto os lusitanos ganharam destaque nas páginas da nossa história, os túrdulos ficaram nas margens da memória coletiva.

No entanto, este povo pré-romano habitou o atual território português, especialmente a zona a leste do Alentejo, entre os vales do Guadiana e do Guadalquivir, e tem muito mais relevância do que possa parecer à primeira vista.

De Tartesso a Porcuna

Os túrdulos são descendentes da civilização de Tartesso, uma cultura que floresceu no sul da Península Ibérica graças aos contactos com gregos e fenícios. Rica em metais, arte e escrita,

Tartesso desapareceu por volta do século VI a.C., provavelmente devido à pressão cartaginesa ou a alterações no curso do Guadalquivir. Mesmo assim, os túrdulos mantiveram traços dessa herança.

A capital deste povo situava-se no ópido de Ipolka — mais tarde Obulco para os romanos —, correspondente à actual cidade de Porcuna, na Andaluzia.

Como muitos outros povos ibéricos, os túrdulos viviam em ópidos, povoações fortificadas em zonas elevadas, e dedicavam-se à agricultura, à criação de gado, à metalurgia e ao comércio.

Língua própria e arte singular

Uma das particularidades mais interessantes dos túrdulos era o seu sistema de escrita. Usavam um alfabeto próprio, com 28 letras, derivado do fenício — algo que os distinguia de outros povos ibéricos.

Ainda hoje são escassas as inscrições conhecidas nesta língua, muitas delas gravadas em pedra ou metal, contendo nomes de pessoas, locais e divindades.

A arte túrdula também se destacava pelos seus motivos geométricos e figuras animais, como se pode ver nos célebres bronzes encontrados em Porcuna. Esta expressividade visual revela uma ligação profunda com a natureza e com o simbolismo religioso do seu quotidiano.

Política, religião e migrações

Organizados em cidades-estado independentes, os túrdulos mantinham entre si ligações culturais e comerciais. A sua religião era politeísta, com divindades associadas aos ciclos da natureza e aos astros — uma espiritualidade que refletia as preocupações práticas e existenciais da época.

Por volta do século V a.C., parte deste povo migrou para norte, acompanhando os Celtici, e instalou-se na região que hoje conhecemos como Beira Litoral. Eram conhecidos como os “túrdulos velhos”.

Alianças e resistência

Ao longo da sua história, os túrdulos cruzaram-se com vários povos, incluindo os lusitanos, turdetanos, cartagineses e, mais tarde, os romanos. Resistiram aos cartagineses e aos próprios lusitanos em certos momentos, mas chegaram a aliar-se aos galaicos e aos lusitanos contra as legiões romanas.

Essa resistência não foi suficiente para travar o avanço romano. No final do século I a.C., os túrdulos foram finalmente conquistados e integrados na Hispânia Ulterior. A língua e cultura foram gradualmente absorvidas, e com o tempo, a identidade túrdula diluiu-se na romanização.

Um legado pouco lembrado

Hoje, os túrdulos são uma nota de rodapé na história peninsular. No entanto, o seu passado está inscrito na terra que pisamos.

Foram parte do mosaico de povos que moldaram o que viríamos a chamar Portugal, e por isso, vale a pena lembrar que não foram apenas os lusitanos que aqui viveram antes de Roma chegar.

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