À saída de Lisboa, mesmo ali ao lado da ponte Vasco da Gama, esconde-se um lugar onde o tempo parece correr de forma diferente.
Nas Salinas do Samouco, a paisagem abre-se em tons de branco, azul e verde, entre tanques de evaporação, aves em voo lento e trilhos de terra batida.
Mais do que um espaço de produção de sal, é um refúgio de biodiversidade que merece ser descoberto com tempo e curiosidade. Com 360 hectares, este complexo natural em Alcochete combina história, tradição e ecologia.
A sua preservação deve-se à Fundação para a Proteção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco, criada precisamente para garantir que a construção da ponte Vasco da Gama não apagava um património com séculos de existência.
Ainda em laboração, estas salinas são das poucas que continuam ativas na região de Lisboa e têm um papel importante na economia local. O chamado “ouro branco” continua a ser extraído e, embora em menor escala, é um elo entre o passado e o presente.
Ao mesmo tempo, o espaço funciona como Zona de Proteção Especial, atraindo mais de 170 espécies de aves e centenas de visitantes por ano.
Há várias formas de conhecer as salinas. Pode fazer visitas guiadas, percorrer os trilhos por conta própria ou aventurar-se pelo trilho do flamingo, aos fins de semana, com binóculos ao ombro e olhos atentos ao horizonte.
Os flamingos, aliás, são a estrela do lugar, com a sua elegância rosada a contrastar com o branco dos montes de sal. Também é comum ver garças, pernilongos e outras aves aquáticas, sobretudo ao nascer e ao pôr do sol.
Quem quiser aprofundar a experiência pode alugar binóculos e usar as cabinas de observação para praticar birdwatching com mais conforto.
Para os mais pequenos (e não só), há ainda um outro atrativo: os burros mirandeses, que vivem ali e costumam fazer as delícias dos visitantes.
As Salinas do Samouco são um excelente destino para uma escapadinha de fim de semana em família, longe do ritmo da cidade mas perto o suficiente para uma visita sem pressas.
A entrada custa entre 2,50€ e 5€, sendo gratuita para crianças até aos cinco anos. O espaço está aberto todos os dias e os percursos são fáceis, planos e ideais para caminhar, fotografar e aprender.
Entre a água, o sal e os flamingos, este é daqueles lugares que ficam na memória — e que vale a pena revisitar em diferentes alturas do ano, para ver como a paisagem muda e como a natureza ali se mantém viva.










