Preparar uma cafeteira de manhã, deixar sobrar e reaproveitar no dia seguinte é um hábito comum – muitas vezes por conveniência, outras por não querer desperdiçar.
Mas poucos sabem que beber café que ficou de um dia para o outro pode representar um risco para a saúde.
Além da alteração evidente no sabor, existem mudanças químicas e microbiológicas que tornam esta prática menos inofensiva do que parece.
O que acontece ao café depois de arrefecer?
Assim que a bebida arrefece, o processo de oxidação começa a transformar os seus componentes. Os óleos naturais e os compostos aromáticos que lhe conferem sabor fresco degradam-se rapidamente, tornando o café mais ácido e amargo.
Se permanecer várias horas à temperatura ambiente, como acontece frequentemente em máquinas de filtro ou cafeteiras, cria-se um ambiente propício ao desenvolvimento de bactérias e fungos – especialmente se o recipiente não estiver limpo.
Mesmo na ausência de sinais visíveis, como bolor, podem estar presentes microrganismos invisíveis que, ao serem ingeridos, causam desconforto gastrointestinal, azia ou pequenas intoxicações.
E quando o café fica na máquina?
Deixar restos de café no interior de máquinas expresso, de cápsulas ou de filtro não afeta apenas o sabor da próxima chávena.
A humidade e os resíduos favorecem a formação de biofilmes – finas camadas de microrganismos difíceis de eliminar – que podem danificar o equipamento e contaminar o café acabado de fazer.
O risco invisível da cafeína degradada
A cafeína em si mantém-se estável ao longo do tempo, mas a interação com outros compostos degradados pode alterar a forma como o organismo a processa.
Há quem relate palpitações, ansiedade ou irritação gástrica após consumir café velho – sintomas que tendem a ser menos comuns quando a bebida é fresca.
Como evitar estes riscos?
Para garantir qualidade e segurança, as recomendações são simples:
- Preparar apenas a quantidade necessária para consumo imediato
- Lavar diariamente a cafeteira, incluindo filtros e bicos
- Se for necessário guardar, colocar o café num recipiente fechado e refrigerado, e consumir em menos de 24 horas
- Evitar reaquecimentos sucessivos, que apenas agravam a degradação
Conclusão: café bom é café fresco
Beber café que ficou de um dia para o outro pode parecer um gesto prático, mas compromete a qualidade da bebida, a saúde e até a durabilidade da máquina.
Num hábito tão presente no quotidiano, vale a pena optar por segurança e frescura.







