Localizada à beira-mar e a cerca de 10 kms de Lisboa, a vila de Oeiras foi ao longo dos séculos, o local escolhido por muitas famílias nobres ou endinheiradas para estabelecer as suas residências de verão. Destes edifícios, salientam-se o Palácio do Marquês de Pombal (séc. XVIII), ministro do Rei D. José que muito contribuiu para o desenvolvimento de Oeiras e a sua elevação à categoria de vila, e a Real Quinta em Caxias.
No séc. XVII, foi edificada junto à costa uma série de fortificações que defendiam a barra do Tejo, e portanto a entrada de Lisboa. De entre estas, destacam-se o Forte do Areeiro, o Forte das Maias, o Forte de Catalazete, o Forte de São Bruno em Paço de Arcos, e o mais característico situado no meio do rio Tejo – o Forte do Bugio.
Nas redondezas, vale a pena visitar o Museu da Pólvora Negra, nas instalações da Antiga Fábrica da Pólvora em Barcarena, que foi desactivada e transformada em área de lazer, o Museu do Automóvel Antigo em Paço de Arcos e o Aquário Vasco da Gama no Dafundo. Estes são os melhores locais para visitar em Oeiras.
1. Palácio Marquês de Pombal
Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu em Lisboa, a 13 de maio de 1699. A ligação da família Carvalho a Oeiras remonta ao ano de 1676, quando o avô paterno adquiriu as primeiras terras que estão na origem desta quinta. No início do século XVIII, Paulo de Carvalho e Ataíde, seu tio paterno, mandou erguer um solar nestas terras e instituiu o Morgadio de Oeiras, que deixou em testamento a Sebastião José. O Morgadio permitiu dar início ao grande projecto da Quinta de Oeiras – um espaço de recreio e de produção de grande envergadura. O Palácio, cujo projecto contou com a mestria do arquitecto Carlos Mardel, apresenta situação estratégica em relação ao primitivo núcleo urbano de Oeiras e o acesso é feito por um amplo e cenográfico terreiro. As portas do piso térreo abrem-se ao amplo jardim que prolonga o espaço de sociabilidade – os passeios, as merendas, os jogos, a música e a dança, fazem parte da componente recreativa da quinta, que exibe ainda cascatas, tanques, terreiro dos jogos e um pequeno cais, que permitia navegar na ribeira.

A par do recreio, a componente produtiva – os mais de 200 hectares da quinta possibilitavam um elevado rendimento, com gestão próxima de Sebastião José: azeite, vinho, frutas e cereais, uma unidade modelar à época. Oeiras acompanhou, ao longo dos anos, o crescimento dos arredores da capital e foi abandonando a sua vocação rural. No século XX já a terra não detinha o mesmo valor – as grandes propriedades desagregam-se e dão lugar a novas vivências. A Quinta de Recreio de Oeiras foi vendida em 1939 e posteriormente dividida por diferentes proprietários. O Palácio, jardins e Casa da Pesca são classificados como Monumento Nacional em 1953.
2. Jardim da Cascata da Quinta Real de Caxias
A Real Quinta de Caxias é actualmente considerada um dos elementos de maior interesse histórico e arquitectónico do Concelho de Oeiras. Embora, como em tantos outros casos, os desígnios da sua história a tenham votado ao abandono e à utilização indevida durante décadas, o reconhecimento do seu valor como objecto patrimonial levou a que no final do século passado se tenham desenvolvido esforços, em particular por parte do município de Oeiras, no sentido de fazer renascer toda a sua linguagem e grandeza. No panorama da Arte dos Jardins em Portugal, o jardim do Paço Real da Caxias pode ser considerado como um exemplar único, não tanto pela sua organização espacial comum a muitos outros jardins, mas sim pelo valor arquitectónico, escultórico e alegórico do conjunto da cascata, miradouro e grupos escultóricos.

Estes elementos são valorizados pela esplanada que os canteiros de buxo definem, pelo que o jardim tem que ser entendido como um todo, organizado e interdependente. Propriedade da Casa do Infantado, a Quinta Real de Caxias, com o respectivo palácio, foi mandada edificar na primeira metade do séc. XVIII pelo Infante D. Francisco, filho de D. Pedro II e D. Maria Sofia de Neuborg, prolongando-se a sua construção até ao início do séc. XIX. Das obras da 2ª metade do séc. XVIII datam a construção da Cascata monumental e organização do jardim, bem como os grupos escultóricos em terracota da autoria de Machado de Castro (1731-1822), considerado o maior escultor português da época.
3. Fábrica da Pólvora
A Fábrica da Pólvora fica no vale de Barcarena, local abundante de água, e constituiu um pólo aglutinador da população da freguesia e zonas circundantes. As primeiras referências à ocupação deste vale indicam a instalação de umas Ferrarias, em 1487, para o fabrico de armas, mas só no século XVII, cerca de 1618-19, terá funcionado a primeira oficina para o fabrico da pólvora negra. As ferrarias acabariam por encerrar no final do século XVII. A oficina de pólvora foi-se adaptando e ajustando aos vários tipos de pólvoras, às novas maquinarias e às diversas fontes de energia, até ao seu encerramento em 1988.

A Fábrica da Pólvora foi determinante para a vida económica e social de Barcarena durante séculos. Em 1995 a Câmara Municipal de Oeiras adquire as instalações transformando-a num complexo aberto a todos, em 1998, onde estão instalados alguns serviços da CMO, vocacionado para actividades culturais, lazer e divertimento. Integrados na área da antiga fábrica da Pólvora de Barcarena, os jardins e o parque urbano conferem um carácter idílico aos diferentes espaços deste antigo complexo industrial. A visitar: o Jardim da Caldeira dos Engenhos, o Jardim das Oliveiras, a Praça do Sol, o Pátio do Enxugo o Edifício das Oficinas a Vapor e o Edifício das Galgas.
4. Aquário Vasco da Gama
O Aquário Vasco da Gama, inaugurado em 1898 é um dos primeiros aquários do mundo constituindo a par do Jardim Zoológico de Lisboa, um expoente dos denominados museus vivos do país. Organizado em 4 grandes núcleos, desde a colecção oceanográfica de D. Carlos I, passando pela Sala dos Tubarões, pela sala de malacologia das costas portuguesas e, por último, pela sala das aves, mamíferos marinhos e mostra de conchas exóticas, este museu possui também um agradável jardim.

Actualmente, Aquário e Museu completam-se na importante tarefa de divulgar a vida aquática. Para além de exemplares comuns, o visitante pode observar animais cuja manutenção em cativeiro é difícil, ou mesmo impossível, como por exemplo animais de grande porte ou de zonas profundas, ou mesmo espécies raras. No Aquário, a exposição de seres vivos oferece uma imagem real e dinâmica do verdadeiro mundo subaquático.
5. Parque dos Poetas
O Parque dos Poetas surge do sonho de ver nascer em Oeiras um grande parque urbano e de associar no mesmo espaço a poesia e a arte escultórica, num tributo à cultura portuguesa. Do sonho à realidade, o Parque dos Poetas ganhou forma e tornou-se único. Nas três fases divididas ao longo de 22,5 hectares entre os núcleos urbanos de Paço de Arcos e Oeiras, conta com peças de estatuária de mais de 40 escultores, representando 60 poetas de diferentes épocas literárias. Em 7 de Junho de 2003, foi inaugurada a primeira fase do projecto, com os primeiros dez hectares. Nesta fase estão representadas esculturas alusivas aos 20 poetas do século do século XX. Em 2013, juntam-se mais sete hectares com poetas desde os Trovadores à Renascença.

A ligação entre as várias fases, dá-se por concluída em Junho de 2015 com a junção de mais 17 poetas da época do Barroco (Séc. XVIII) aos poetas do Romântico (Séc. XIX) e 10 poetas representativos dos Países ou Território de Expressão ou Cultura Portuguesa. Com uma vista deslumbrante sobre o rio e sobre o atlântico, agiganta-se perante o visitante uma imensidão de azul sobre o verde, proporcionando uma panorâmica de grande beleza. O Templo da Poesia, o Labirinto, a Ilha dos Amores ou as Fontes Cibernéticas, são uma parte das inúmeras possibilidades de visita e deleite que o Parque dos Poetas tem para oferecer.
6. Centro de Arte Manuel de Brito
O Palácio Anjos, um dos mais emblemáticos edifícios de Algés, exibe desde Novembro de 2006 a colecção Manuel de Brito, um acervo representativo da arte portuguesa do séc. XX. Manuel de Brito fundou a Galeria 111, uma das mais reputadas de Lisboa, e ao longo dos seus 40 anos de actividade reuniu um conjunto de peças dos vários artistas que expunha e com os quais criou grande cumplicidade.

No Palácio Anjos estão expostas 105 obras desta colecção, que abrange um período desde 1914 à actualidade. Para além de dois baixo-relevos de Almada Negreiros, provenientes do Cine San Carlos de Madrid, é possível encontrar obras de Amadeo de Souza-Cardoso, Paula Rego, Júlio Pomar, Francis Smith, Eduardo Viana, Milly Possoz, Mário Eloy, Vieira da Silva, Carlos Botelho, Abel Manta, Julião Sarmento, Mário Cesariny, Joana Vasconcelos, entre outros. O Centro de Arte possui também salas de workshops e serviços educativos para atrair os visitantes mais jovens, e um parque envolvente onde se podem passar agradáveis momentos de lazer.
7. Centro Desportivo do Jamor
O Estádio Nacional, construído na margem direita do rio Jamor e já perto da sua embocadura com o rio Tejo, constitui um primeiro marco na história das infraestruturas desportivas de Portugal. Representou uma obra notável na época em que foi projectado e construído, tendo-se adoptado alguns dos conceitos mais modernos de então. A sua inauguração decorreu em 10 de Junho de 1944, o Dia de Portugal e representa um monumento da arquitectura oficial do regime salazarista, um marco construído para ser deixado para o futuro. O Estádio foi uma obra muito importante do Modernismo em Portugal, representando o início desta arte no país pela mão de Francisco Caldeira Cabral.

Numa fase inicial do processo participaram duas equipas formadas pelos arquitectos Carlos Ramos e Jan Wills e outra formada por Cristino da Silva e Constantino Constantini. Contudo, foi Francisco Caldeira Cabral e Konrad Wiesner que deram o mote para o conjunto tal como hoje o vemos. Posteriormente, os arquitectos e engenheiros Miguel Jacobetty Rosa, Sena Lino (entre outros) assumiram a continuidade do projecto e construções. Actualmente, o Estádio de Honra é constituído por um campo de jogo em relva natural de 105x68m, com iluminação artificial, pista de Atletismo com 8 corredores de 400m, zonas para Salto em Comprimento e triplo salto, vala para Corrida de Obstáculos, 6 balneários, auditório/sala de conferências, bar/cafetaria e 3 parques de estacionamento para 5.000 viaturas.
8. Centro Cultural Palácio do Egipto
Localizado no centro histórico da vila de Oeiras, a nascente da Igreja Matriz, a sua construção remonta ao séc. XVIII, tendo sido, o edifício mais importante e nobre, até à edificação do Palácio do Marquês. Foi mandado construir pela família Rebello de Andrade e estava, então, integrado na Quinta de Recreio Nossa Senhora do Egipto. Nos finais do séc XIX, pertencia ao Dr. Zeferino Pinto Coelho, cujos herdeiros, nos anos 20 do século passado, venderam o edificado e a quinta ao Sr. Álvaro António dos Santos. Por decisão dos herdeiros de Álvaro António dos Santos, em 1980, o Palácio foi vendido à CMO, fazendo desde então parte do espólio e património municipal.

Desde essa data, foram diversas, as entidades que o ocuparam e utilizaram, sendo contudo de destacar a sede da Associação Desportiva de Oeiras (ADO). Em 2005 a Autarquia, chamou a si a responsabilidade da sua reabilitação, tendo-se aí instalado em 2009, o actual Centro Cultural Palácio do Egipto, que integra uma sala de exposições temporárias, uma livraria / loja municipal e três espaços de restauração. Dar continuidade à concretização e implementação de políticas culturais que permitam contribuir para a oferta de programações expositivas de inegável qualidade, na senda do que vem já acontecendo no Centro de Arte Manuel de Brito e na Livraria Galeria Municipal Verney / Colecção Neves e Sousa.
9. Passeio marítimo de Oeiras
O passeio marítimo de Oeiras, mais conhecido como paredão, é um sítio fantástico para passear ou andar de bicicleta em Lisboa. Começa junto à praia de Paço d’Arcos e termina na praia da Torre, passando ao lado da doca, da piscina oceânica e das várias praias da zona.
É muito procurado por todos os habitantes da zona para passear, praticar desporto e aproveitar as excelentes condições climatéricas que se fazem sentir a maior parte do ano. Venha conhecer uma das zonas com melhor qualidade de vida de Lisboa, onde o espírito descontraído e o ar do mar se conjugam numa harmonia tranquila e ideal, epítome da sua estadia em Lisboa.
10. Piscina Oceânica de Oeiras
Situada junto à Praia da Torre e ladeada pelo Porto de Recreio, esta é uma piscina de água salgada, com uma lotação para 1000 pessoas, vestiários, espreguiçadeiras e chapéus-de-sol. A Piscina Oceânica é constituída por dois planos de água: um para crianças, com 330 m2 e 40 cm de profundidade e um para adultos com uma área aproximada de 1500m2 e uma profundidade entre 1,2 e 2 metros.

A plataforma de saltos tem quatro pranchas de 0, 70 cm, 2 m, 5 m e 7,5 m, sendo que as pranchas de 5 m e 7,5 m estão encerradas entre as 11H00 e as 17H30. A Piscina Oceânica de Oeiras tem um magnífico espaço de lazer, com um amplo lobby, onde poderão ser servidos cocktails, coffee-breaks, com condições excepcionais para o desenvolvimento de provas aquáticas, jogos e competições.
11. Forte de São Julião da Barra
Integrava o sistema defensivo da barra do Tejo, sendo a maior fortificação marítima nacional e a chave da defesa da Barra do Tejo. Situa-se do lado leste da praia de Carcavelos, ocupando uma série de rochedos na confluência do Tejo com o mar. Como sofreu acrescentos ao longo dos séculos, a sua estrutura é irregular, com a articulação de vários volumes num traçado quase pentagonal.
Erguida na segunda metade do século XVI, foi alterada até o século XVIII, nomeadamente com a adaptação da torre a farol. A sua posição estratégica é excelente, dele se dominando um profundo enfiamento desde e Estuário do Tejo até ao alcantilado da Boca do Inferno, em Cascais. Visível da Estrada Marginal e da Praia da Torre. Não é habitualmente visitável.
12. Palácio dos Aciprestes
A antiga “Herdade de Ninha de Ribamar” que incluía a área do Palácio dos Aciprestes possui uma origem muito antiga (Século XIII). No Século XVII esta propriedade era designada por “Casal Grande”. Calcula-se que só no Século XVIII este palácio começou a ser chamado de Palácio dos Aciprestes. No Século XVIII o palácio foi doado por D. José I a Alexandre de Gusmão, cavaleiro da Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real e irmão de Bartolomeu de Gusmão. O Palácio sofreu danos com o terramoto de 1755. No Século XIX esta propriedade foi pertença do Visconde de Rio Seco. Neste período, aqui tinham lugar grandes recepções frequentadas pela aristocracia da época.

Na década de 60 do Século XX o palácio sofreu obras de remodelação. Do edifício inicial mantém-se a capela, outrora dedicada a Nossa Senhora do Rosário, de onde se destaca um altar em madeira policroma e painéis de azulejos do Século XVIII. Nesta quinta subsiste a estrutura de um antigo pomar, um poço com moinho de vento, um tanque e uma casa de fresco. À volta do palacete existem pequenos muros revestidos a azulejo de figura avulsa do Século XVIII. Actualmente, o Palácio dos Aciprestes acolhe a Fundação Marquês de Pombal, que intervém na área da cultura, acção social, investigação científica, artes plásticas, música e desporto.
O Forte de S.Bruno não é em Paço de arcos mas sim em Caxias. Aliás em Paço de arcos não há nenhum forte.
Só falta mesmo é a localização de alguns desses locais para melhor trajecto…