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O dia em que os pescadores de Olhão venceram as tropas de Napoleão

Quando os pescadores de Olhão se revoltaram contra as tropas francesas estavam longe de imaginar que os seus feitos iriam inspirar o resto do país a seguir os seus passos.

VxMag by VxMag
Ago 6, 2021
in História
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Invasões Francesas em Portugal olhão

Invasões Francesas em Portugal

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Sabia que foi a vitória de um grupo de pescadores pobres que inspirou a insurreição contra os franceses em Portugal? Este episódio da história portuguesa não é muito conhecido pela generalidade da população, mas a verdade é que esta vitória popular sobre os invasores incendiou a revolta noutros pontos do nosso país. Mas afinal, como é que um exército pode ser derrotado por pessoas sem preparação nenhuma?

Em junho de 1808, em Olhão, que na altura era uma aldeia pobre, deu-se tão singular facto. Mas vamos por partes. A 29 de novembro de 1807, a Corte portuguesa tinha embarcado para o Brasil, dado que os franceses tinham já entrado em território nacional e tomado conta de uma grande porção dele.

Em Olhão, terra de homens e mulheres de vida agreste, pela lida do mar, criava-se um sentimento de ressentimento em relação aos invasores, dado o tamanho dos impostos a que o novo poder obrigava. Verdade seja dito que a maioria do país não apreciava os invasores e vivia subjugado pelo peso desses mesmos impostos. Mas Olhão insurgiu-se.

Invasões francesas em Portugal
Invasões Francesas em Portugal

A 12 de junho de 1808, João Rosa, o escrivão do Compromisso Marítimo de Olhão, destapou as armas de Portugal na igreja onde assistia à missa, uma vez que os opressores tinham obrigado ao encobrimento desse símbolo. A notícia correu e todas as embarcações na praia e em terra levantaram a bandeira portuguesa, em desafio. Quatro dias depois, foi a vez de José Lopes de Sousa, governador de Vila Real de Santo António (entretanto destituído por não ceder aos franceses), decidir rasgar os editais franceses e instigar o povo a segui-lo na revolta. 

Quem o ouviu respondeu ao seu repto e chamou ainda mais pessoas, correndo pelas ruas. Algumas pessoas deitaram-se ao mar, em busca das peças de artilharia que se encontravam nas ilhas, enquanto outros pegaram no que podiam, desde paus, espadas velhas, forcados ou até pedras. A população respondeu em massa à revolta, tendo dela participado não só homens, mas também mulheres e até padres.

Ao longo dos dias seguintes, a população procurou apoio junto da armada inglesa, ao largo da costa e em Ayamonte, tendo conseguido aprisionar três barcos franceses e respetivos ocupantes. Com isto, reuniram mais armas e conseguiram impedir o reforço do contingente francês em Faro. Os invasores responderam pedindo reforços de Tavira e Vila Real de Santo António, mas isso não demoveu o valente povo de Olhão. 

O episódio mais dramático desta contenda deu-se na Ponte de Quelfes, em que as perseguições se seguiram aos tiros, tendo-se matado 18 franceses e ferido dois. Do lado português, apenas houve uma baixa durante a contenda, embora os franceses, ao retirarem, tenham matado mais dois rapazes.

Invasões Francesas em Portugal
Invasões Francesas em Portugal

Os dias da contenda foram incrivelmente penosos para os olhanenses, que não tinham mantimentos externos e que não podiam ir ao mar, já que não tinham descanso. Ao verem que a força não conseguiu vergar Olhão, os franceses ainda tentaram comprar a sua vontade com isenções e privilégios, sem sucesso.

Tentaram depois arrasar a localidade, mas era tarde demais: já Faro, Tavira e outras localidades se começavam a revoltar também. Com a ajuda dos algarvios, o Alentejo levantou-se contra os invasores, a que se seguiu o resto do país. Em setembro, terminava a primeira invasão francesa.

Não contentes, o povo de Olhão tomou nas suas mãos a missão de levar as boas notícias ao Brasil. Assim, a 6 de julho, saía de Olhão o caíque Bom Sucesso, embarcação de pesca totalmente desadequada para tamanha viagem.

Tinha uma tripulação de 18 homens, todos eles estreantes em tais empresas. Sem instrumentos de navegação e munidos apenas de cartas marítimas incompletas, bem como o conhecimento das correntes e das estrelas, conseguiram aportar no Rio de Janeiro sãos e salvos, sob o comando do piloto Manuel de Oliveira Nobre, a 22 de setembro.

Mais do que levar a boa nova, os olhanenses procuravam a independência que já há muito ansiavam. Assim, D. João VI concedeu a Olhão o estatuto de vila, com todos os privilégios e liberdades das restantes vilas do reino.

Os tripulantes do Bom Sucesso receberam tenças e medalhas pelos seus feitos. Assim, em menos de um século, um pequeno aglomerado de cabanas era elevado à categoria de vila, com tal distinção a ser conquistada a pulso pelo povo.

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