Em Loulé, no Algarve, esconde-se uma experiência que transporta a quem a visita para um mundo subterrâneo de milhões de anos. As minas de sal gema são uma verdadeira cidade sob a terra, onde ciência, história e cultura se cruzam num cenário surpreendente.
Formado há cerca de 230 milhões de anos, o sal gema depositou-se durante a fragmentação da Pangeia, dando origem a um enorme depósito subterrâneo que agora é possível explorar.
A pressão das rochas e os movimentos tectónicos empurraram este sal para a superfície, criando domos de sal que deram origem às minas sob Loulé.
A aventura começa numa descida de elevador até 230 metros de profundidade, onde o visitante é recebido por Fininho e Salty, as mascotes da mina, que acompanham o percurso interpretativo de cerca de 1,3 km.
Pelo caminho, as paredes de sal gema exibem cores e texturas variadas, enquanto máquinas antigas e modernas testemunham a longa história da exploração.
As esculturas feitas pelos próprios mineiros, esculpidas no sal, são um dos encantos do percurso, que também revela as múltiplas utilidades do sal gema ao longo do tempo, da alimentação à indústria química, passando pela medicina e cosmética.
Num espaço dedicado a Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, pode admirar-se a coleção de pinturas do artista Klaus Zylla, que retrata a vida e o martírio da santa, bem como uma das maiores coleções do mundo dedicadas a esta figura, com esculturas e objetos religiosos oriundos de vários países.
A visita termina com a subida ao exterior, onde a loja da mina convida a levar para casa produtos feitos com sal gema. Para quem quiser prolongar o dia, o restaurante serve pratos típicos algarvios, completando a experiência.
Aberta ao público desde 2019 e gerida pela TechSalt, a mina recebe visitantes todos os dias, das 9h00 às 18h00 (última entrada às 17h00), exceto nos dias 1 de Janeiro e 25 de Dezembro. A visita guiada dura cerca de 90 minutos e exige reserva prévia, podendo ser feita por telefone ou e-mail.
Recomenda-se roupa e calçado confortáveis, adequados à temperatura constante da mina, que ronda os 22ºC. A visita não é indicada para pessoas com mobilidade reduzida, claustrofobia ou problemas cardíacos e respiratórios.
Mas Loulé vai além das minas. O centro histórico da cidade merece uma visita, com o castelo medieval, a igreja matriz e o museu municipal a destacarem-se. O mercado municipal, um dos mais bonitos do país, revela sabores e aromas da região.
E se não dispensa o contato com a natureza, há percursos na serra do Caldeirão e na zona protegida da Fonte Benémola. Se o mar é o destino, as praias de Vilamoura e Quarteira, a cerca de 15 km, esperam com as suas areias douradas e águas claras.
Para uma experiência mais tradicional, a aldeia de Alte mantém intactas as suas raízes algarvias, tornando-se uma paragem perfeita.
Com tantas razões para visitar, Loulé e as suas minas de sal gema prometem uma descoberta memorável, onde o passado geológico e a cultura local se unem num cenário único.










