Pequeno, azul-metálico e de aspeto quase mágico, o dragão azul é uma das criaturas marinhas mais surpreendentes que se podem encontrar junto à costa.
Mas apesar da aparência inofensiva, esta espécie esconde um perigo real.
Recentemente avistado em praias espanholas, o Glaucus atlanticus – nome científico do conhecido dragão azul – é um nudibrânquio raro, mas altamente venenoso.
E embora os casos em Portugal sejam ainda pouco frequentes, as autoridades alertam para o risco de contacto, especialmente durante o verão, altura em que as correntes e os ventos podem trazer estas espécies para zonas balneares.
Um predador pequeno, mas perigoso
O dragão azul alimenta-se da caravela-portuguesa, conhecida pelas suas dolorosas picadas. O mais impressionante? Este pequeno molusco consegue armazenar as toxinas da sua presa, concentrando-as nos seus apêndices.
Mesmo depois de morto, os seus nematocistos continuam ativos, podendo causar queimaduras intensas, comichão, febre e, em casos mais graves, reações alérgicas.
Avistamentos recentes em Espanha: poderá chegar a Portugal?
As autoridades espanholas emitiram recentemente alertas após a deteção de dragões azuis em praias da Galiza e da Andaluzia.
Em Portugal, segundo o projeto GelAvista, foram registados casos esporádicos nos Açores e no Algarve, normalmente após tempestades ou ventos fortes vindos do Atlântico.
Ainda que raro, o aparecimento da espécie no nosso litoral não pode ser descartado, sobretudo num verão em que as alterações climáticas continuam a influenciar o comportamento marinho.
O perigo de confundir beleza com segurança
Com apenas 3 a 4 centímetros, o dragão azul destaca-se pelos tons metálicos e forma invulgar, o que pode atrair facilmente crianças ou banhistas desatentos.
Mas o contacto direto com este animal, mesmo que morto, não é seguro.
Entre os sintomas mais comuns estão:
- Sensação de queimadura forte
- Irritação cutânea
- Náuseas e febre
- Em casos raros, reação anafilática
O que fazer em caso de avistamento ou contacto?
Se encontrar um dragão azul na praia:
- Não toque no animal (nem com as mãos, nem com objetos ou toalhas)
- Afaste crianças e animais de estimação
- Avise o nadador-salvador ou as autoridades locais
Se houver contacto acidental:
- Lave a área com água do mar (nunca com água doce)
- Não esfregue a pele
- Procure assistência médica imediata
A prevenção começa com a informação
Nem tudo o que é fascinante no mar é inofensivo. O dragão azul é um exemplo claro de como a natureza pode esconder riscos nas formas mais inesperadas. Informar é o primeiro passo para prevenir.
Este verão, mantenha-se atento, respeite a sinalização nas praias e partilhe esta informação. A curiosidade pode ser natural, mas a segurança deve vir sempre primeiro.







