Conhecidos também como canastros, em função dos materiais usados na sua construção, os espigueiros são celeiros onde os lavradores guardam as espigas de milho. Podendo ser particulares ou comunitários, a dimensão de um espigueiro reflete a grandeza da produção e colheita efetuada. A sua ornamentação depende já da fantasia do construtor e dos recursos do proprietário. Estas estruturas são muito comuns no Parque Nacional da Peneda Gerês.
Normalmente, podemos encontrar os espigueiros em zonas de terreno mais elevado, de forma a permitir a secagem do milho. Por perto, existirá uma eira, num solo mais plano e lajeado, onde se malha o centeio, desfolha o milho e se dá lugar às alegres descamisadas, onde muitos namoricos se arranjavam. Os mais famosos do Parque Nacional da Peneda Gerês são os de Lindoso e os de Soajo, mas existem mais.
Este género de construção está muito relacionado com a introdução do milho na Península Ibérica, de onde irradiou para outros pontos do mundo. Chamado de “trigo índio”, o milho ter-se-á originado no México há cerca de quinhentos anos, tendo sido trazido para a Europa pelas naus de Cristóvão Colombo. Descubra os melhores locais para ver espigueiros no Parque Nacional da Peneda Gerês.
1. Lindoso
![lindoso gerês](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2021/12/31710054618_4a5ec714eb_b.jpg)
Um dos maiores tesouros do Lindoso são os seus emblemáticos espigueiros. Só a eira que se espraia junto ao castelo tem uns impressionantes 60 espigueiros, e a freguesia tem 120 ao todo. Estes pequenos celeiros são os testemunhos de vida comunitária, com alguns a irem a caminho dos 3 séculos de idade. Não é de admirar, por isso, que este seja dos locais mais fotogénicos do Gerês.
2. Soajo
![Espigueiros](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2018/01/Espigueiros_Soajo-iloveimg-compressed-e1515931994469-1024x710.jpg)
Se está a planear visitar Soajo, não pode perder certas atrações. Uma delas são os espigueiros, símbolo da aldeia, que tem 24 no total. Encontram-se no Eido do Penedo, em cima de uma enorme laje granítica, e refletem a vida comunitária da aldeia. Foram construídos para armazenar o milho e protegê-lo assim dos roedores. Ainda são utilizados hoje em dia pela população.
3. Germil
![Gerês](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2021/12/44864673971_a0de89165d_h-min-1024x683.jpg)
Tal como outras aldeias da região, possui um conjunto de espigueiros, estruturas seculares para abrigar o milho dos roedores, mas não tão imponentes como os do Soajo ou de Lindoso, por exemplo. Existe ainda um Fojo do Lobo, destinado a caçar este animal e as antigas silhas dos ursos, vestígios da presença destes últimos no Parque Nacional da Peneda Gerês.
4. Cidadelhe
![Espigueiros de Cidadelhe](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2022/01/269933992_481032380050773_53302341382959986_n.jpg)
Os espigueiros de Cidadelhe localizam-se no interior da aldeia e foram construídos nos séculos XVIII e XIX. Enquadram-se harmoniosamente na paisagem e são notáveis pela sua execução arquitetónica, sendo que um deles possui mesmo 2 andares, algo raro em todo o Parque Nacional da Peneda Gerês. A planta é retangular, de granito e paredes aprumadas.
5. Eira do Tapado
![Eira do Tapado](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2022/01/35647309965_4db8fa5942_b.jpg)
Este magnífico conjunto de 21 espigueiros localiza-se no lugar de Parada, mas precisamente na Eira do Tapado, uma antiga eira comunitária. Foram construídos nos séculos XVIII e XIX e dispõem-se em redor da eira central. Uma eira era um terreno liso ou empedrado onde se secavam legumes e cereais e onde de degranava o milho.
Os espigueiros da Eira do Tapado são semelhantes aos do Lindoso: de granito e com planta retangular, encontrando-se bem conservados e localizados numa zona arejada e soalheira.
6. Portela da Leija
![Portela da Leija](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2022/01/14148333451_85d34de3f3_h-1024x684.jpg)
Tal como os anteriores, localizam-se perto da aldeia de Parada e foram construídos nos séculos XVIII e XIX. São estreitos e inteiramente em granito. A planta é retangular com fendas verticais. No entanto, um deles possui fendas horizontais, sendo um dos raros exemplares desta tipologia existentes em Portugal.