Com a chegada do inverno, a humidade instala-se em muitas casas, deixando paredes frias, roupa a secar lentamente e um ambiente pouco saudável. Perante este cenário, surge uma dúvida comum: será mais eficaz usar um desumidificador ou recorrer ao ar condicionado no modo “Dry”?
Ambos conseguem retirar água do ar, mas fazem-no de formas diferentes, com impactos distintos no conforto térmico e na fatura da eletricidade.
Ar condicionado no modo Dry: rápido, mas com efeitos no conforto
Grande parte dos aparelhos de ar condicionado dispõe do modo “Dry”, identificado pelo símbolo de uma gota. Nesta função, o equipamento reduz a humidade ao arrefecer as bobinas internas, fazendo com que a água condense e seja drenada para o exterior.
A principal vantagem é a rapidez, sobretudo em divisões amplas. No entanto, como o processo assenta no arrefecimento, a temperatura da divisão desce.
Em pleno inverno, isso pode tornar o ambiente desconfortável. Acresce ainda o facto de o ar condicionado ser um equipamento fixo, limitado à divisão onde está instalado.
Desumidificador: foco total na humidade
O desumidificador é um aparelho pensado exclusivamente para controlar a humidade. Aspira o ar, retira a água para um depósito e devolve o ar ao espaço.
Ao contrário do ar condicionado, liberta ar ligeiramente mais quente do que o ambiente, o que ajuda a manter uma sensação térmica mais estável durante os meses frios. A portabilidade é outra vantagem clara: pode ser usado em diferentes divisões, conforme a necessidade.
Como ponto menos positivo, o depósito de água precisa de ser esvaziado com regularidade, salvo nos modelos com drenagem contínua.
Consumo energético: diferenças a considerar
No que toca ao consumo de eletricidade, o desumidificador é, regra geral, mais económico. Os consumos situam-se habitualmente entre 200 e 400 watts, dependendo do modelo.
O ar condicionado tende a gastar mais energia, sobretudo em equipamentos mais antigos. Os modelos mais recentes, com tecnologia inverter, são mais eficientes, mas continuam a ser menos vantajosos se o objetivo for apenas reduzir a humidade.
Qual a melhor escolha em cada situação?
| Situação | Melhor Opção |
| No Inverno (frio e húmido) | Desumidificador (não arrefece a casa e é portátil). |
| No Verão (quente e abafado) | Ar Condicionado (retira a humidade e arrefece o ar). |
| Para secar roupa dentro de casa | Desumidificador (especialmente se tiver função “Laundry”). |
| Para divisões com infiltrações graves | Desumidificador (pode ser colocado encostado à parede afetada). |
No inverno, quando a casa é fria e húmida, o desumidificador surge como a opção mais equilibrada, por não baixar a temperatura e poder ser usado em vários espaços. No verão, o ar condicionado ganha vantagem, já que reduz a humidade e refresca o ambiente.
Para secar roupa dentro de casa, o desumidificador é particularmente eficaz, sobretudo nos modelos com programas específicos para esse fim. Em casos de infiltrações localizadas, a possibilidade de colocar o aparelho junto à zona afetada faz também a diferença.
Uma nota importante sobre temperaturas baixas
Em casas muito frias, alguns desumidificadores de compressor perdem eficácia quando a temperatura desce abaixo dos 15 °C. Nesses casos, os modelos dessecantes podem ser uma alternativa mais adequada, mantendo o desempenho e libertando ar mais quente.
Em resumo, a escolha entre desumidificador e ar condicionado depende da estação do ano, do nível de humidade e do conforto térmico desejado. Para o inverno português, o desumidificador continua a ser, na maioria dos casos, a solução mais prática e económica.







