VortexMag
  • Cultura
  • Sociedade
  • História
  • Viagens
  • Gastronomia
  • Lifestyle
No Result
View All Result
VortexMag
No Result
View All Result
Home História

Braga: a cidade que deu o nome aos dias da semana na Língua Portuguesa

Por que razão os nomes dos dias da semana são diferentes em português, quando comparados a outros idiomas como o espanhol ou francês? A resposta encontra-se em Braga…

VxMag by VxMag
Mar 24, 2021
in História
4
Braga

Braga

Partilhar no FacebookGuardar no Pinterest

ArtigosRelacionados

Portugal já deu 2 Papas à Igreja

Portugal já deu 2 Papas à Igreja: conheça-os e descubra a sua história

Abr 30, 2025
Convento de Monchique

O convento esquecido de Monchique: um tesouro perdido no tempo

Mar 29, 2025
Almanjarras de Lisboa

Os Almanjarras: o elétrico aberto que marcou a história de Lisboa

Mar 23, 2025
Bandeira de Ceuta

A cidade Espanhola com um Brasão Português na sua bandeira

Mar 23, 2025

Já se poderá alguma vez ter perguntado por que razão os dias da semana são tão diferentes em português, quando em outros idiomas de origem semelhante se mantêm os nomes da semana com a mesma raiz. Basta ver o Monday inglês e o Lunes espanhol, que significam “dia da lua”, enquanto em português o mesmo dia tem o pouco original nome de segunda-feira. A resposta está na influência do antigo Bispo de Braga, São Martinho de Dume.

Enquanto nas outras línguas latinas se manteve os nomes dos dias da semana com a referência aos deuses romanos, patronos de cada dia. Assim, temos o dia do sol, o principal dia da semana (Solis Dies), que serviria como dia de descanso e de culto aos deuses, que abençoariam os dias que se seguiam; o dia da Lua, segundo astro mais importante no culto romano (Lunes Dies); No dia de Marte, Deus da guerra (Martis Dies), dedicava-se o tempo às artes da guerra e dos exercícios físicos; Mercuri Dies (ou dia de mercúrio) era dedicado a o patrono de comerciantes e viajantes; Jovis Dies, dia de Júpiter (o Deus-Pai), criador da natureza, chuvas e colheitas; Veneris Dies, dia de Vénus, dia em que os soldados romanos recebiam o seu pagamento em ouro; e a Saturno, Deus do tempo, dedicava-se o último dia da semana, dia dedicado à reflexão, convívio em família e descanso (e que era chamado de Saturni Dies).

Após o Concílio de Nicéia, e com a maior influência da igreja católica em Roma, o sétimo dia da semana passou a ser dedicado ao Shabbat judeu, e o primeiro dia da semana passou a ser dedicado a Jesus, como forma de combater o culto do sol, chamando-se assim Dies Dominica (dia do Senhor). Esta modificação afetou apenas a Europa latina, mantendo-se na Europa Germânica os dias dedicados a Saturno e ao sol, como podemos ver atualmente no inglês: Saturday e Sunday.

Mas e quanto a Portugal? São Martinho de Dume, bispo de Braga conhecido como apóstolo dos Suevos, dirigiu o Primeiro Concílio de Braga, de 561 a 563, a mando de São Cesário, Bispo de Arles. Neste Concílio, modificou-se por completo os nomes dos dias da semana, sendo essa a razão pela qual esta mudança apenas aconteceu em território que mais tarde seria português.

Nos restantes episcopados, esta orientação não foi seguida, permanecendo a anterior nomenclatura apenas com a exceção do primeiro e do sétimo dia, que tinham sido já modificados pelo Concílio de Nicéia.

Podemos notar esta influência nos dias de hoje, no espanhol (Lunes, Martes, Miércules, Jueves, Viernes, Sábado, Domingo), no francês (Lundi, Mardi, Mecredi, Jeudi, Vendredi, Samedi, Dimanche) e no italiano (Lunedi, Martedi, Mercoledì, Giovedi, Venerdì, Sabato, Doménica).

No território nacional, manteve-se a diretiva de São Martinho, que procurava combater o paganismo romano, sugerindo não só a mudança de nome dos dias como a sua associação a festas litúrgicas.

A partir do primeiro Concílio de Braga, os dias passaram a ser denominados da seguinte forma: Dominica dies, Feria Secunda, Feria Tertia, Feria Quarta, Feria Quinta, Feria Sexta, Sabbatum. De notar que Feria tinha o sentido de Festa (no caso, festa litúrgica), sendo daqui que vem o nome feriado.

Ao longo dos anos, a língua portuguesa foi evoluindo, tendo a palavra feria sido substituída por feira nos dias da semana, chegando-se assim aos nomes dos dias da semana atuais. E se se pergunta porque existe uma terça-feira e não uma terceira-feira, é porque o nome manteve a pronúncia latina original de Tertia. 

Curiosamente, este bispo pediu também para que os nomes dos planetas na altura conhecidos tivessem o seu nome modificado. O Concílio decidiu não ir para a frente com esta mudança, e por isso mantemos ainda a raiz original dos planetas Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno.

Quando Portugal se tornou por fim um estado unificado, a tradição do uso destes nomes para os dias da semana tinha já mais de meio século, preferindo-se manter estas nomenclaturas no território. Mais tarde, os nomes dos dias da semana foram repassados para os países que Portugal colonizou, como o Brasil. 

O que podemos concluir? Que, apesar de São Martinho ter sido um doutro da Igreja de grande importância na unificação do território que formou Portugal, este deixou como legado nomes dos dias da semana poucos originais, naquela que é a quinta língua mais falada do mundo.

VxMag

VxMag

Comments 4

  1. Guido Boufleur says:
    4 anos ago

    Tudo começou porque a Semana Santa, a semana antes da Páscoa, era um feriado de semana inteira, sendo os dias sucessivamente contados como: segunda féria, terceira féria, quarta féria… depois adaptado a: segunda feira, terceira feira… A experêcia da semana agradou tanto que, aos poucos as respectivas denominações foram estendias para os dias das demais semanas do ano… como está firmado até hoje!

    Responder
  2. Jim says:
    4 anos ago

    Talvez também haja alguma herança árabe, uma vez que eles contam os dias da semana de modo semelhante, por sequência numérica.

    Responder
  3. ANGELI ROSE DO NASCIMENTO says:
    4 anos ago

    Adorei a matéria sobre os dias da semana! Parabéns ,Alberto!
    Braga também recentemente esteve entre as cidades qu facilitaram a mudança de cidadãos do mundo para lá, barateando moradia! Em vez de Pasárgada, acho que é pra lá que eu vou…
    Abraços

    Responder
  4. Rui Mendes says:
    2 anos ago

    São Martinho de Dume nunca foi Bispo de Braga, mas apenas de Dume, que apesar de vizinha de Braga era uma diocese distinta, e assim permaneceu até à sua morte.

    Nenhum Bispo é Bispo em simultâneo de duas dioceses, por isso quando vagou a Sé Metropolitana de Braga este tornou-se seu administrador apostólico e não Bispo, como se diz no texto.

    Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Tarte de iogurte e chocolate
Gastronomia

Tarte fria de iogurte e chocolate: deliciosa e fácil de fazer

by VxMag
Mai 13, 2025
0

Se há combinação que nunca falha, é a doçura do chocolate com a leveza do iogurte. Esta tarte fria junta...

Read moreDetails
Tarte de maçã e amêndoa

Tarte de maçã e amêndoa: fácil de fazer e perfeita para o lanche

Mai 12, 2025
Queijadas de Évora

Queijadas de Évora: receita tradicional de um doce irresistível

Mai 11, 2025
Queijadas de Sintra

Queijadas de Sintra: deliciosas e fáceis de fazer

Mai 10, 2025
Toucinho do Céu de Murça

Toucinho do Céu de Murça: receita antiga e tradicional

Mai 9, 2025
Bolo de iogurte com maçã e canela

Bolo de iogurte com maçã e canela: fofinho e perfeito para o lanche

Mai 8, 2025

© 2024 Vortex Magazine

Mais infomação

  • Ficha Técnica
  • Quem somos
  • Política de privacidade
  • Estatuto editorial

Redes Sociais

No Result
View All Result
  • Cultura
  • Sociedade
  • História
  • Viagens
  • Gastronomia
  • Lifestyle

© 2024 Vortex Magazine