O furacão Erin, que surpreendeu meteorologistas ao atingir brevemente a categoria 5 no Atlântico, está agora em processo de transformação numa tempestade extratropical.
Apesar de não representar uma ameaça direta para Portugal, a sua passagem pelo Atlântico Norte poderá originar efeitos indiretos no território continental, sobretudo ao nível da agitação marítima e do vento.
No passado dia 16 de agosto, Erin atingiu ventos superiores a 260 km/h ao largo de Porto Rico. Desde então, deslocou-se para norte e prepara-se para cruzar o Atlântico ao longo do fim de semana de 23 e 24 de agosto.
Os modelos meteorológicos indicam que o sistema será absorvido por um vasto vale depressionário entre a Islândia e as Ilhas Britânicas, deixando de apresentar características tropicais e tornando-se uma tempestade de grandes dimensões, com ventos intensos e forte ondulação.
Agitação marítima e vento forte no início da próxima semana
Embora se afaste da Península Ibérica, a perturbação gerada pelo ex-furacão Erin poderá ter impacto no estado do tempo em Portugal.
A previsão aponta para uma ondulação significativa ao largo da costa atlântica, com particular incidência no litoral Norte e Centro.
Na terça-feira, 26 de agosto, a altura das ondas poderá atingir os 6 a 7 metros nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto. Mais a sul, entre Aveiro e Faro, esperam-se ondas entre os 5 e os 6 metros.
A agitação marítima deverá manter-se ao longo de quarta-feira, dia 27, embora com tendência para diminuir gradualmente.
Paralelamente, prevêem-se rajadas de vento entre os 50 e os 60 km/h em várias regiões do país. As zonas mais afetadas deverão ser as terras altas do Norte e Centro, como Vila Real e Guarda, bem como o litoral Oeste (Leiria e Lisboa), o litoral alentejano (Setúbal e Beja) e o Barlavento Algarvio.
Depressão em altitude poderá afetar a Península Ibérica
Uma das consequências da influência de Erin sobre a circulação atmosférica poderá ser a formação de uma depressão isolada em altitude sobre a Península Ibérica, no domingo, dia 24.
Este fenómeno poderá dar origem a alguma instabilidade nos dias seguintes, embora sem precipitação significativa. As previsões indicam que eventuais episódios de chuva serão esporádicos e de fraca intensidade.
Apesar da intensidade esperada da tempestade no Atlântico Norte, os meteorologistas sublinham que situações deste tipo são relativamente comuns na transição de furacões para tempestades extratropicais. Ainda assim, a ocorrência de uma depressão tão cavada nesta fase do verão é pouco habitual.
As autoridades e os serviços de meteorologia continuarão a acompanhar a evolução do ex-Erin nos próximos dias.
Recomenda-se especial atenção à informação meteorológica, sobretudo por parte de quem vive ou trabalha nas zonas costeiras.







