À primeira vista parecem iguais: um fundo azul, uma seta branca e uma função aparentemente simples. Mas por detrás destes dois sinais de trânsito — H3 e D1c — esconde-se uma diferença essencial que continua a enganar milhares de condutores em Portugal.
Perceber o que distingue um sinal de informação de um sinal de obrigação pode evitar multas, acidentes e, em alguns casos, situações perigosas na estrada. A diferença está num detalhe visual, mas o impacto é bem real.
H3 e D1c: tão parecidos, mas com funções opostas
O sinal H3 indica trânsito de sentido único. Serve para informar que a via por onde se circula permite apenas um sentido de marcha. É, portanto, um sinal de informação: descreve a configuração da estrada e ajuda o condutor a perceber que não virá trânsito em sentido contrário.
Já o sinal D1c impõe sentido obrigatório em frente. Não é uma sugestão — é uma obrigação. Significa que, na próxima interseção, não é permitido virar à esquerda ou à direita, salvo indicação em contrário. Desobedecer a este sinal é cometer uma infração grave.
O segredo está na forma
Pode parecer um pormenor, mas o formato do sinal é a chave para evitar erros:
- Quadrados ou retângulos (como o H3) transmitem informação.
- Círculos (como o D1c) indicam obrigação.
Esta distinção geométrica está prevista no Código da Estrada e no Regulamento de Sinalização do Trânsito, sendo essencial para interpretar corretamente a sinalização rodoviária.
O que diz a lei (e o que acontece na prática)
Segundo o artigo 145.º do Código da Estrada, ignorar um sinal de obrigação como o D1c constitui uma contraordenação grave, com coimas e eventual perda de pontos na carta de condução.
Já entrar numa rua com sentido proibido — por má interpretação do H3 — pode ter consequências igualmente perigosas, sobretudo em meio urbano.
Além da infração, o erro aumenta o risco de colisões e compromete a fluidez do trânsito. A infração é mais do que legal: é uma questão de segurança.
Um erro comum, até entre condutores experientes
De acordo com dados partilhados por empresas especializadas em mobilidade, como a Cartrack, a má interpretação da sinalização é um dos erros mais frequentes nos exames de condução. E o mais preocupante é que muitos desses erros continuam a repetir-se depois da carta tirada.
Confundir os dois sinais pode parecer um deslize pontual, mas revela falta de atenção e conhecimento visual — e pode ser corrigido com algo tão simples como uma frase:
O quadrado informa. O círculo obriga.
Mais do que saber conduzir: é preciso continuar a aprender
A estrada exige atenção constante, e a sinalização está lá para ajudar — não para ser ignorada. Conhecer bem os sinais, os seus significados e a lógica por detrás das formas geométricas não é apenas útil: é essencial.
Partilhar este tipo de informação é também uma forma de promover uma condução mais consciente e segura. Por vezes, um pequeno esclarecimento pode fazer toda a diferença.







