Guimarães, Coimbra, Lisboa, Rio de Janeiro e Angra do Heroísmo. Estas foram as cinco capitais que Portugal já teve ao longo dos seus quase 900 anos de história. Comecemos pelo início, Guimarães, primeira capital do Condado Portucalense e do país é uma das mais importantes memórias vivas, da afirmação e independência de Portugal.

O papel de Guimarães desempenhado na formação da nacionalidade portuguesa confere-lhe uma singularidade, muito marcada no contexto turístico nacional, um estatuto simbólico que mantém desde há séculos. Primeira capital do Condado Portucalense e do país é uma das mais importantes memórias vivas, da afirmação e independência de Portugal.

Coimbra renasce e torna-se a cidade mais importante abaixo do rio Douro, capital de um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela a sua residência, e viria a ser na segurança das suas muralhas que alguns autores pensam que nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que fez dela a capital do condado, substituindo Guimarães (é aliás esta mudança da capital para os campos do Mondego que se virá a revelar vital para viabilizar a independência do novo país, a todos os níveis: económico, político e social).

Coimbra foi capital até 1255. Depois de Coimbra foi a vez de Lisboa. Nesse ano, D. Afonso III quis mudar toda a corte para Lisboa, que se havia tornado numa cidade cada vez mais próspera. O estuário estava de tal forma desenvolvido que podia receber os navios de mercadorias, o que motivou muita gente a escolher viver por perto.
A certa altura, Coimbra tinha ficado para trás nas condições de vida que oferecia. Então D. Afonso III fez as malas e rumou para a cidade. Mas nem ele, nem nenhum outro rei assinou qualquer documento que oficializasse Lisboa como capital oficial portuguesa: passou a sê-lo de facto, na prática, porque a corte lá vivia em permanência. Algo que nunca foi oficializado, pelo que Coimbra continua a ser a capital oficial de Portugal.

No entanto durante as invasões francesas a família real estabeleceu-se no Brasil, fazendo com que o Rio de Janeiro fosse a nova capital do Reino de Portugal. Nesta altura registou-se o que alguns historiadores denominam de “inversão metropolitana”, ou seja, da antiga colónia passou a ser exercida a governação do império ultramarino português.

No século XIX, Angra do Heroísmo constitui-se no centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. Portanto foi natural que em 1830 fosse nomeada capital do reino.

Durante a sua história, Angra do Heroísmo foi capital do reino de Portugal mas, em condições bastante difíceis. A primeira e a mais complicada foram entre o dia cinco de Agosto do ano de 1580 e o dia cinco de Agosto de 1582 aquando da fundação do governo de D. António, Prior do Crato.
A segunda foi anos mais tarde, em 1828, quando foi ali instalada a Junta Provisória, em nome da rainha D. Maria II de Portugal, pelo Decreto de 15 de Março de 1830. Os títulos atribuídos a esta cidade no ano de 1641 e em 1837 vieram confirmar a nobreza de carácter e a lealdade das pessoas destas terras.
Quando é que Lisboa volta a ser capital de Portugal?
Angra do Heroísmo foi a capital oficial de Portugal durante a Guerra Civil Portuguesa travada em Portugal entre liberais constitucionalistas e absolutistas sobre a sucessão real, que durou de 1828 a 1834. Em causa estava o respeito pelas regras de sucessão ao trono português face à decisão tomada pelas Cortes de 1828, que aclamaram D. Miguel I como rei de Portugal.
As partes envolvidas nesta guerra civil em Portugal foram o partido constitucionalista progressista liderado pela rainha D. Maria II de Portugal com o apoio de seu pai, D. Pedro IV, e o partido absolutista de D. Miguel e ainda o Reino Unido, a França, a Espanha e a Igreja Católica. Após a vitória dos liberais, Lisboa é novamente declarada capital do Reino, situação que se mantém até aos dias de hoje.