O Palácio da Dona Chica é uma das construções mais fascinantes e misteriosas de Braga. Situado na freguesia de Palmeira, este edifício apalaçado combina vários estilos arquitetónicos, desde o neogótico ao neoárabe, passando pelo romântico e pelo rústico. Projetado pelo arquiteto suíço Ernesto Korrodi em 1915, o palácio nunca chegou a ser concluído e teve uma história atribulada, passando por vários proprietários e disputas judiciais. Hoje em dia, o palácio encontra-se abandonado e degradado, mas ainda conserva o seu encanto e mistério.
Trata-se de um edifício apalaçado que foi mandado construir por Francisca Peixoto de Sousa, uma senhora brasileira que se casou com um português e regressou a Portugal no início do século XX. Francisca era uma mulher rica e excêntrica, que gostava de arte e de natureza. Por isso, escolheu um terreno junto ao rio Cávado, rodeado de uma mata exuberante, onde mandou plantar várias espécies arbóreas trazidas do Brasil.
O palácio começou a ser construído em 1915, mas quatro anos depois as obras pararam. Francisca separou-se do marido e perdeu o interesse pelo palácio. O edifício nunca foi acabado nem habitado. Ao longo do século XX, o palácio teve muitos donos e muitos destinos. Foi ocupado por soldados republicanos que lutaram contra os monárquicos. Foi vendido a um empresário que quis fazer dele um hotel de luxo.

Foi comprado por um médico que quis fazer dele a sua casa de família. Foi adquirido por um industrial que quis fazer dele uma fábrica de têxteis. Foi incendiado, invadido por hippies, vandalizado e abandonado.
Em 1985, o palácio foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Estado Português, mas isso não impediu o seu declínio e ruína. Em 1990, o palácio foi comprado pela Junta de Freguesia de Palmeira, que o arrendou a uma empresa de turismo, que o transformou numa zona de lazer, com bar, discoteca, restaurante e salas de reuniões e congressos.
Mas a empresa faliu e o palácio foi vendido em hasta pública à Caixa Geral de Depósitos, que depois o vendeu a um empresário do ramo imobiliário. Em 2019, o palácio foi novamente vendido a um novo proprietário, que anunciou a intenção de o recuperar e valorizar.
Apesar de estar abandonado e degradado, o Palácio da Dona Chica ainda é um local que vale a pena visitar, pela sua beleza arquitetónica e pelo seu valor histórico e cultural. O palácio é um exemplo único de ecletismo e de romantismo em Portugal, que revela a personalidade e o gosto da sua enigmática fundadora.

O palácio também é um testemunho das várias épocas e acontecimentos que marcaram a história de Braga e do país. Além disso, o está inserido numa paisagem natural deslumbrante, junto ao rio Cávado e rodeado de uma mata frondosa, onde se podem observar várias espécies de plantas e animais.
O Palácio da Dona Chica está aberto ao público? Não, o palácio está fechado ao público por questões de segurança e conservação. No entanto, é possível apreciar o seu exterior e a sua envolvente natural.
Se visitar o Palácio da Dona Chica, pode aproveitar para conhecer outras atrações turísticas e culturais que ficam perto do edifício. Aqui ficam algumas sugestões:
- Bom Jesus do Monte: um dos santuários mais emblemáticos de Portugal, situado no alto de uma colina, com uma escadaria monumental e uma vista panorâmica sobre Braga. Pode subir de carro, a pé ou no elevador movido a água, o mais antigo do mundo em funcionamento.
- Mosteiro de Tibães: um dos maiores e mais importantes mosteiros beneditinos de Portugal, fundado no século XI e reconstruído nos séculos XVII e XVIII. Pode visitar a igreja barroca, o claustro, o museu e os jardins.
- Parque Nacional da Peneda-Gerês: o único parque nacional de Portugal, que abrange uma área de cerca de 70 mil hectares, com paisagens naturais deslumbrantes, rica em fauna e flora, e com vestígios arqueológicos e etnográficos. Pode fazer caminhadas, passeios de bicicleta, canoagem, observação de aves e outras atividades ao ar livre.
- Braga: a cidade mais antiga de Portugal e uma das mais antigas da Europa, com um património histórico e cultural muito rico. Pode visitar a Sé Catedral, o Arco da Porta Nova, o Palácio dos Biscainhos, o Museu dos Biscaínhos, o Museu D. Diogo de Sousa e outros monumentos e museus. Pode também desfrutar da gastronomia local, das lojas e dos eventos culturais que animam a cidade.