A belíssima cidade de Viseu localiza-se no Centro de Portugal e, ao longo dos séculos, desempenhou sempre um papel preponderante na história do país. A região de Viseu foi o centro da resistência dos lusitanos contra os invasores romanos e, testemunho disso mesmo, é a figura do lendário guerreiro Viriato, herói da resistência lusitana.
Um dos principais locais a visitar em Viseu, a Cava de Viriato, está precisamente associado à figura e lenda do chefe dos lusitanos. Mas Viseu tem muito mais para ver e visitar. A cidade está repleta de igrejas, museus, monumentos e parques que merecem a sua visita. Além disso, possui um centro histórico muito bem conservado, do qual o Rossio é um dos seus principais pontos de interesse.
Perto de Viseu tem ainda muitos locais dignos de uma visita, nomeadamente algumas das mais belas aldeias históricas de Portugal. A cidade dispõe de boas acessibilidades, uma excelente gastronomia e uma oferta cultural abundante, o que a tornam ainda mais atractiva. Estes são os melhores locais para visitar em Viseu.
1. Sé de Viseu
Visto de longe, o recorte das torres da Sé é um ponto de referência para quem visita a cidade de Viseu. A actual catedral foi construída junto a um primitivo templo suevo-visigótico que dataria do século X, época em que a povoação foi capital de um extenso território limitado entre os rios Douro e Mondego. Porém, foi durante o reinado de D. Afonso Henriques que a imponente catedral, símbolo da história viseense, começou a tomar forma.

Ao chegar ao adro da Sé, o visitante depara-se com a majestosa fachada delimitada por duas robustas torres sineiras, uma de construção medieval e a outra reconstruída no século XVII, após ter sido derrubada por um violento temporal. Entre elas, ergue-se o corpo central como um magistral retábulo de pedra, registo sobre registo, onde se distribuem seis nichos que albergam as esculturas representando os quatro Evangelistas, São Teotónio, padroeiro da Sé, e coroando o conjunto, a Senhora da Assunção. Ao centro, o portal de arco abatido convida a entrar.
2. Rossio de Viseu
Emoldurado por alguns dos mais interessantes edifícios de Viseu, o Rossio é o coração da cidade. Este espaço, onde nos finais do século XVIII se adoptou a moda europeia do passeio público, foi desde a era de Quinhentos o local de eleição dos viseenses para socializar. Actualmente o espaço continua a atrair a população local e os visitantes, que por ali podem usufruir de momentos de lazer entre as esplanadas, à sombra fresca das tílias e apreciando as cenas da vida quotidiana antiga pintadas no painel de azulejos que rodeia o espaço, desenhado por Joaquim Lopes em 1931.

Se quer aproveitar os espaços verdes, pode descansar no Jardim das Mães ou na vasta área arborizada do Jardim Tomás Ribeiro. No Parque Aquilino Ribeiro, as diversas espécies botânicas convivem com um lago e zonas relvadas, descobrindo-se por entre este pedaço de natureza a capela seiscentista dedicada a Nossa Senhora da Vitória. Venha tomar o pulso à cidade, bem junto ao seu coração.
3. Cava de Viriato
Apesar do nome que a designa, é hoje sabido que a cava situada junto ao Largo da Feira de São Mateus de Viseu nada tem a ver com Viriato, o guerreiro lusitano cuja estátua adorna este lugar. Ao contrário do que a imaginação popular levou a crer, a investigação recente atesta que não foram os lusitanos que edificaram esta fortaleza. E se alguns autores a atribuem aos romanos de cerca do século I a.C., outros há que afirmam que foram os muçulmanos quem ergueu esta cidade-acampamento. Enquanto novas escavações não confirmam a verdadeira fundação deste mítico local, venha apreciar este pedaço de história em plena cidade.

Como terá, então, surgido em Viseu esta gigantesca fortaleza? Eis a pergunta que muitos arqueólogos querem ver respondida. De planta octogonal com cerca de 38 hectares, rodeada por muros e protegida por taludes, a cava é cercada por um fosso de água que está dotado de um sofisticado sistema de engenharia hidráulica que ligava o seu interior ao rio Pavia e à ribeira de Santiago. Recentes teorias defendem que uma tal configuração, que não encontra qualquer semelhança a nível peninsular, parece corresponder à das cidades-acampamentos muçulmanas.
4. Museu Grão Vasco
Criado em 1916 e objecto de uma profunda remodelação entre 2001 e 2003, o Museu Nacional Grão Vasco está instalado no edifício do Paço dos Três Escalões, ao lado da Sé de Viseu, onde funcionava o antigo seminário.O destaque da colecção vai para o notável conjunto de pinturas de retábulo provenientes da catedral, de igrejas da região e de depósitos de outros museus, da autoria do pintor quinhentista português Vasco Fernandes, conhecido por Grão Vasco.

Mas quem visita o Museu Nacional Grão Vasco não deixa também de poder apreciar obras de pintores como Columbano Bordalo Pinheiro, José Malhoa, Alfredo Keil, Soares dos Reis, Silva Porto, António Ramalho, ou Sousa Lopes, ou peças de porcelana, mobiliário, escultura, joalharia e numismática – um tesouro guardado pela cidade de Viseu.
5. Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia da cidade de Viseu foi construída em 1775 e está dotada de um exterior do estilo rococó com uma bela fachada, equilibrada devido ao contraste entre os seus muros brancos e as pilastras de granito cinza. O corpo central, com uma bonita portada barroca rematada por um balcão, termina num elegante frontão.

Os seus dois campanários idênticos e o airoso pórtico reforçam o carácter simétrico de todo o edifício. O interior é do estilo neoclássico e um pouco sóbrio, que contrasta muito com a sua espectacular fachada. Alberga uma talha policromada e sem dourados.
6. Eco-Pista do Dão
A Eco-Pista do Dão estende-se por 47,5 km, unindo os municípios de Viseu, Tondela e santa Comba Dão. Esta fantástica eco-pista resultou da reconversão da antiga linha ferrovbiária do Dão. É, sem sombra de dúvidas, uma das eco-pistas mais belas do país!

Esta era a antiga linha ferroviária do Dão, agora convertida num dos percursos mais apaixonantes do Centro de Portugal. O trajecto de Viseu estende-se por 17 km, começando no Parque Urbano da Aguieira. Ao longo deste percurso, irá observar antigas estações de comboios, estradas e pontes romanas, a ponte de Ortigueira, desenhada por Eiffel, e a encantadora aldeia de Mosteirinho.
7. Parque de Fontelo
Ao entrar no Jardim Renascentista do Antigo Paço Episcopal (Fontelo) regressamos ao século XVI, quando muitos jardins eram projectados para celebrar o domínio do Homem sobre a Natureza. Criação paisagística com influência italiana, terá tido como impulsionador D. Miguel da Silva, Bispo de Viseu de 1526 a 1547.

Ao longo de séculos foi construído o mais exótico e exuberante jardim de Viseu. As camélias, a falsa-tuia, a azaléia e a oliveira-do-paraíso são plantas originárias da Ásia, a magnólia e a pseudotsuga da América do Norte, a aruacária da América do Sul, o feto arbóreo, o escovilhão e a fiteira da Oceânia. Escolha um banco de granito e descontraia neste belo cenário idílico. Observe a taça e repuxo ao centro, a pequena cascata, os vestígios de um troço de aqueduto e fascine-se com a diversidade de formas, cores e odores.
8. Muralha Romana de Viseu
Quando a Câmara Municipal iniciou a requalificação da Rua Formosa em 2004 não imaginava a surpresa que as obras iriam trazer à cidade de Viseu. A descoberta, no subsolo, de um importante troço de muralha romana trouxe novo alento à discussão sobre as origens remotas da cidade que foi, há dois mil anos, um importante centro político, económico e militar. A par da muralha, importantes achados arqueológicos da vida quotidiana dos antepassados viseenses definiram a importância da preservação deste troço de história. Afinal, se a muralha não pode ser levada para o museu, pode levar-se o museu à muralha.

Assim, ao passear pela Rua Formosa não se admire se vir no chão uma placa de vidro. Esta janela aberta para a muralha romana é um projecto do Arquitecto Henrique Torres, que permitiu a musealização do sítio arqueológico. O desafio é caminhar sobre a placa de vidro e apreciar a muralha e o torreão semi-circular romanos, perfeitamente preservados. Este museu ao ar livre permite passear na moderna cidade de Viseu com o passado, literalmente, aos seus pés.
9. Museu do Quartzo
O Museu do Quartzo é único no mundo e foi idealizado pelo prestigiado geólogo Galopim de Carvalho, situando-se num antigo local de extracção do quartzo. Nas palavras deste conceituado especialista, o Museu do Quartzo, situado no Monte de Santa Luzia, em Viseu, pode converter-se num centro de investigação deste minério, a nível mundial!

O aproveitamento deste recurso deixou uma cratera, como que uma janela aberta na crosta terrestre que vale a pena observar. Por solicitação da Câmara Municipal de Viseu, o Museu Nacional de História Natural, da Universidade de Lisboa, concebeu um projecto de valorização do sítio, envolvendo a sua aceitação como um geomonumento.
10. Museu de Arte Sacra
Integrado na Catedral, o espaço de exposição do Tesouro localiza-se no segundo piso, compreende o coro-alto e três salas situadas numa das alas do Claustro Superior, entre as quais a Sala do Cabido e duas salas com elementos arquitectónicos do período medieval.

A estas áreas de exposição associam-se mais dois espaços, particularmente interessantes do ponto de vista arquitectónico, mas também por constituírem miradouros, a partir dos quais se pode fruir de uma vista panorâmica sobre a cidade de Viseu em diferentes perspectivas, numa abrangência urbana e natural. Dependendo da hora do dia e das condições atmosféricas estes dois locais convidam a parar, a estar e a observar o encanto e a beleza da cidade.
11. Bar de Gelo de Viseu
Na criação do Bar de Gelo Viseu, localizado no Palácio do Gelo Shopping, foram utilizadas toneladas de gelo provenientes dos glaciares do Canadá. Para proporcionar uma experiência verdadeiramente insólita, este bar oferece mais do que paredes feitas desse material: todo o mobiliário, incluindo os candeeiros, os copos onde são servidas as bebidas e a magnífica decoração, composta por diversas esculturas, são de gelo translúcido.

Neste ambiente original, onde as temperaturas descem entre os 5 e os 12 graus negativos, a temática da sala, a iluminação e as esculturas são renovadas pelo menos uma vez ao ano, para que, cada vez que regressar ao espaço, se divirta com algo diferente. A duração de uma visita ronda os 30 minutos.
12. Igreja dos Terceiros de São Francisco
A Igreja dos Terceiros de São Francisco é uma construção barroca do século XVIII que está localizada no Parque Municipal Aquilino Ribeiro da cidade de Viseu, Portugal. Destaca-se do seu interior os abundantes dourados barrocos e os painéis de azulejos que representam a vida de São Francisco.

A sua fachada é fruto da mestria do arquitecto António Mendes Coutinho, natural da cidade de Lamego e discípulo de Nasoni. O corpo principal desta igreja é marcado por dois pilares e rematado por um frontão ondulado, um jogo de curvas e contracurvas ao bom gosto da estética barroca.