Em plena costa do Mediterrâneo, Valência é uma cidade especial que deslumbra quem a visita pela mistura entre a sua história e a sua modernidade. No passado, Valência foi a maior cidade da Península Ibérica e uma das grandes potências económicas e marítimas da região. Foi o chamado período de ouro valenciano. Com o tempo, a cidade foi incorporada na Espanha mas nem por isso perdeu o seu esplendor e a sua importância.
A cidade das artes e das ciências, com os seus edifícios futuristas, veio dar um novo impulso à cidade, mais modernista e cosmopolita. Mas Valência também respira história… nos seus edifícios, nas suas ruas, nas suas praças e nos seus monumentos.
Existem inúmeras atracções turísticas e pontos de interesse em Valência e por isso recomenda-se no mínimo 3 dias para explorar a cidade. As praias de Valência também merecem destaque pela sua beleza e pela água cálida do Mediterrâneo. Estes são os melhores locais para visitar em Valência.
1. Catedral de Valência
Depois da reconquista de Valência, êxito alcançado pelo monarca Jaime I em 1238, as mesquitas da cidade foram convertidas ao culto cristão e muitas delas foram transformadas em igrejas. O mesmo aconteceu com a Mesquita Mayor, a principal da cidade. A partir de 1262, foi sendo derrubada e no seu lugar iniciou-se a construção da Catedral da Assunção de Nossa Senhora. O processo construtivo foi rápido, de forma a “marcar o território” ocupado pelo novo rei cristão, e foi patrocinado pela burguesia local. Na realidade, este foi sempre um local sagrado, pois a Mesquita Mayor foi edificada sobre uma anterior Basílica Visigoda, que por sua vez foi construída sobre um templo romano dedicado a Júpiter ou Diana. O estilo predominante da catedral é o gótico, pois a sua estrutura básica pertence aos séculos XIII e XIV. Como é habitual, outros estilos foram sendo incorporados com a passagem do tempo, na medida em que se realizavam reformas e ampliações. Um exemplo desta variedade corresponde às 3 portas de acesso ao templo.

A mais antiga de todas é a Porta de Almoina, que dá para a praça de mesmo nome, também chamada de Praça do Arcebispo. De estilo românico, foi edificada nos primeiros anos das obras e muitos estudiosos afirmam que foi construída para eliminar rapidamente a parte mais sagrada da mesquita, o Mihrab, já que este se localizava justamente onde foi colocada a porta. De estilo gótico francês é a belíssima Porta dos Apóstolos. Iniciada em 1303, foi realizada pelo mestre Nicolás Autun. Na sua parte lateral, vemos as esculturas dos 12 apóstolos, e no tímpano a representação da Virgem Maria com o Menino Jesus nos braços, e rodeada por anjos músicos. Nas arquivoltas, vemos uma grande quantidade de santos, anjos e profetas. Nicolás de Autun empregou uma pedra de baixa qualidade e, como resultado, a porta teve que ser restaurada várias vezes. Em 1960, procedeu-se a uma nova intervenção e as estátuas originais foram retiradas e guardadas no Museu Catedralício devido ao seu péssimo estado de conservação, e foram substituídas por cópias, que vemos actualmente. Diante da Porta dos Apóstolos reúne-se todas as quintas feiras às 12 horas o Tribunal das Águas, instituição secular de administração e justiça relacionada ao direito e utilização da água nos campos da cidade.
2. La Lonja de Valência
A prosperidade económica e a estabilidade monetária alcançada por Valência no século XV transformou-a numa das maiores potências económicas do Mediterrâneo. Este período é considerado o século de ouro da cidade no plano demográfico, cultural e artístico. Com cerca de 75 mil habitantes em 1483, converteu-se na cidade mais importante da península, através do seu grande porto marítimo e o desenvolvimento das actividades mercantis. O edifício mais importante desta época é ainda hoje um dos referentes da cidade, a Lonja dos Mercadores. Uma lonja é um local de reunião de comerciantes, e a Lonja de Valência é considerada uma das obras mais importantes da arquitectura gótica civil de toda a Europa. Simboliza a pujança e riqueza da cidade no século XV, um exemplo perfeito da Revolução Comercial que se propagou por todo o continente, além do crescimento social e o prestígio alcançado pela burguesia valenciana.

Concebida como um verdadeiro templo dedicado ao comércio, foi construído em apenas 15 anos, entre 1483 e 1498, pelo mestre Pere Compte. A lonja situa-se na Praça do Mercado, centro vital da cidade desde a época árabe. Nela se realizaram corridas de touros, execuções públicas, etc. A sua função de mercado data do reinado de Jaime I, mas foi com Pedro IV de Aragón que adquiriu um carácter comercial permanente. Para que pudesse ser realizada a sua construção, foram adquiridas e posteriormente derrubadas 25 casas. O edifício assemelha-se aos castelos medievais por causa do seu imponente aspecto de fortaleza. A estrutura está repleta de figuras simbólicas e personagens grotescos. A Lonja de Valência consta de 4 partes. Na torre situa-se o calabouço, onde eram confinados aqueles que roubavam os comerciantes e os proprietários de estabelecimentos menos honrados. Uma das suas dependências mais espectaculares, a denominada Sala de Contratação deslumbra pela sua beleza gótica.
3. Torres de Valência
Antes da reconquista de Valência no século XIII por Jaime I, a cidade contou com dois recintos de muralhas, um construída durante a época romana e outro no período da dominação árabe. No século XIV ergueu-se um novo sistema defensivo durante o reinado de Pedro IV de Aragón, construído entre 1356 e 1370. Esta muralha medieval possuía 4 km de perímetro e estava composta por 13 portas, das quais 4 monumentais e 9 portas pequenas. A muralha foi derrubada em 1865 para que a cidade pudesse ser ampliada além dos seus limites, mas conservam-se duas das grandes torres de acesso ao seu interior. O acesso principal à cidade fazia-se pela denominada Torre dos Serranos, uma imponente construção que ainda é um dos referentes da cidade. A torre foi construída entre 1392 e 1398 pelo mestre de obras Pere Balaguer, que se inspirou nos modelos da arquitectura militar gótica de Génova, na Itália. Além de sua função defensiva, era usada como entrada para cerimonias oficiais, como a vinda de embaixadores e monarcas de outros países.

A outra torre pertencente à Muralha Medieval de Valência que se conserva é a robusta Torre de Quart. Foi edificada entre 1441 e 1460 pelos mestres Pere Compte e Francesc Baldomar, que se inspiraram nos sistemas defensivos de Nápoles. A sua denominação explica-se porque ela conduzia à cidade de Quart de Poblet, desde onde seguia o caminho ao antigo Reino de Castilla. Também característica da arquitectura militar gótica, a Torre de Quart está composta por duas torres gémeas. Desde o século XVII até 1952, foi utilizada como prisão militar e armazém de pólvora. Durante muito tempo foi chamada de Torre da Cal, já que por ela entrava este material na cidade. Esta magnífica construção suportou diversos ataques durante a sua história, como os efectuados durante a Guerra da Sucessão Espanhola (século XVIII), a Guerra da Independência (XIX) e a Guerra Civil do século XX. Podemos observar na torre as marcas que deixaram os canhões de Napoleão durante os ataques efectuados à cidade durante a Guerra de Independência.
4. Museu das Belas Artes de Valência
Valencia conta com um dos museus de arte mais importantes da Espanha, o Museu de Belas Artes, que segundo alguns estudiosos somente perde em quantidade e qualidade das obras expostas para o Museu do Prado de Madrid. A sua origem remonta à Real Academia de Bellas Artes de San Carlos, cujos estatutos foram aprovados pelo rei Carlos III em 1769. O impulso definitivo para a criação do museu deu-se através das medidas desamortizadoras realizadas no século XIX, sendo fundado em 1837. Desta forma, originalmente a colecção artística esteve formada pelas obras pertencentes a conventos, igrejas e mosteiros que foram suprimidos. Inicialmente, o Museu de Belas Artes esteve situado no Convento Carmelita, abrindo suas portas ao público em 1839. Em 1936, com o início da Guerra Civil, o museu foi desmontado e o seu espaço foi usado como armazém do tesouro artístico proveniente do Museu do Prado. Ao finalizar a guerra, o convento encontrava-se num estado ruinoso, e a sua colecção foi levada para o antigo Colégio Seminário de San Pio V, sua actual sede.

Este magnífico edifício foi construído no final do século XVII para acolher um colégio de seminaristas. Depois passou a ser utilizado com outras funções, como Academia Militar, Casa de Beneficência e Hospital Militar. Desde 1946 acolhe o Museu de Belas Artes. No plano arquitectónico, destaca a sua abóbada situada logo na entrada do museu. A sua riquíssima colecção engloba obras dos mais variados períodos históricos, estando representada por Velázquez, Goya, Murillo, pintores flamencos, etc. Valência foi uma das primeiras cidades da Espanha em receber as influências da arte italiana, com notório reflexo na sua produção artística. Em relação à Pintura Gótica, o Museu de Belas Artes não possui nenhum rival em todo o país, com uma excepcional colecção de quadros que nos mostram a evolução deste estilo desde o século XIV até ao XVI, em obras realizadas por pintores valencianos de grande qualidade.
5. Estação ferroviária de Valência
As pessoas que chegam a Valência de comboio desembarcam numa das estações ferroviárias mais belas do país, além de ser considerada uma das construções modernistas de maior relevância da cidade. A chamada Estação do Norte (Estació del Nord, no idioma valenciano) está situada em pleno centro, ao lado da Praça de Touros de Valência. O projecto construtivo iniciou-se em 1906, sendo que a estação foi finalizada em 1917, graças ao inspirado trabalho do arquitecto valenciano Demetrio Ribes Marco. A belíssima fachada da estação está composta por elementos derivados da Arquitectura Gótica. A sua destacada horizontalidade foi compensada pela disposição de três corpos ressaltados, dois deles formando torres nos extremos e um corpo central que permite o acesso à estação.

Abundantes detalhes decorativos caracterizam a construção, com peças de cerâmicas que reproduzem vários tipos de adornos florais e os escudos da Companhia Ferroviária do Norte e também da cidade de Valência. O interior impressiona pela sua maravilhosa decoração modernista, ornamentada por cores vivas. Os motivos florais e a cerâmica proporcionam um verdadeiro espectáculo visual, tanto nas paredes quanto no tecto. Os vitrais também foram utilizados como motivos decorativos e fonte de luz exterior. Na sala principal vemos a saudação de “Boa Viagem” escrita em vários idiomas… Outra sala foi decorada com mosaicos, azulejos e a técnica conhecida como Trencadís, explorada de forma magistral pelo famoso arquitecto Antoni Gaudí em Barcelona.
6. Mercado de Colón
Um dos monumentos modernistas mais impressionantes de Valência, o Mercado de Colón constitui uma das grandes atracções da cidade. A sua beleza decorativa e a elegância do seu espaço interno transformam o local numa visita obrigatória. A sua construção teve como finalidade cobrir as necessidades do Ensanche de Valência (processo de expansão da cidade ocorrido na segunda metade do século XIX para além das muralhas medievais, que foram então derrubadas), dominado pela classe burguesa. O Mercado de Colón foi projectado em 1914 pelo arquitecto Francisco Mora Berenguer, e recebeu o título de Monumento Nacional pela sua inegável importância histórica e arquitectónica, além do requinte decorativo que o caracteriza.

A construção combina principalmente a estrutura metálica com o tijolo, o ferro e a cerâmica como elementos ornamentais. O mercado possui duas fachadas coloridas que recordam as soluções estruturais e decorativas do Modernismo de Gaudí. Os grandes arcos existentes em ambas fachadas proporcionam uma agradável sensação de transparência em seu interior. A parte central e superior dos arcos foram revestidas com um grande painel de vidro, que também foram devidamente decorados.
7. Edifício da Câmara Municipal
O Edifício da Câmara Municipal de Valência domina com a sua grandiosidade a Plaza del Ayuntamiento (Praça do Município). Esta bela construção, declarada Monumento Histórico-Artístico em 1962, pode ser visitada, pois no seu interior encontra-se o Museu Histórico Municipal. A visita inclui outras dependências do município, e vale a pena entrar no edifício para descobri-las. O edifício foi levantado sobre a antiga Real Casa de la Enseñanza (ensino, em português), uma instituição criada no século XVIII para a educação de crianças sem recursos. Várias reformas e ampliações foram efectuadas, como a que se realizou a partir de 1906, modificando em especial a sua fachada, cuja obra foi encarregada aos arquitectos Francisco Mora Berenguer e Carlos Carbonell Pañella.

Esta reforma fez com que o edifício adquirisse um aspecto de palácio, composto por elementos da arquitectura clássica. No corpo central situou-se a torre do relógio, franqueado por duas torres quadradas, em perfeita simetria. Quatro colunas sustentam o balcão de pedra, realizado entre 1965 e 1967. Mariano Benlliure, grande escultor valenciano, esculpiu dois relevos de mármore, representando a administração e a justiça. Precisamente debaixo do relógio, vemos duas figuras femininas, também realizadas por Mariano Benlliure, uma referência às Artes e às Letras. No centro, foi colocado o Escudo da Cidade de Valência. Nos extremos de cada lado, vemos torres circulares. Quando entramos no edifício, o primeiro que vemos é a imponente escada neoclássica que permite o acesso aos andares superiores. De 1924, foi reconstruída depois da Guerra Civil. No tecto, foi colocada uma clarabóia que permite a iluminação natural do espaço, composta por um estrutura acristalada plana, em cuja parte central vemos também o escudo da cidade. Maravilhoso pela sua bela decoração, o Salão de Festas, também denominado de Cristal, foi construído em 1929 e inaugurado pelo Rei Alfonso XIII.
8. Parque de Turia
Quando o curso do Rio Turia foi desviado para que as enchentes deixassem de provocar os estragos que habitualmente ocorreram ao longo dos séculos, no seu lugar surgiu um novo espaço urbano para o ócio da população. O Jardim de Turia tornou-se um local perfeito para a prática de desportos e também um lugar em que a cultura poderia manifestar-se. Inaugurado em 1986, a construção do Jardim de Turia constituiu um desejo dos próprios habitantes de Valência, que solicitaram ao governo uma nova zona verde para a cidade. Hoje em dia é o maior jardim urbano da Espanha.

Devido ao seu grande tamanho, algumas zonas receberam uma denominação própria, como o chamado Parque de Gulliver, assim chamado pela enorme escultura de 70 metros que representa o famoso personagem literário de Jonathan Swift. A escultura retrata o momento em que Gulliver é capturado pelos habitantes de Lilliput, e amarrado com cordas. Muitas outras obras artísticas podem ser admiradas num passeio pelo jardim, como na Ilha das Esculturas, repletas de esculturas de ferro realizadas por Lucas Karrvaz. Outra grande escultura que se destaca homenageia o livro. Feita de bronze e pesando 14 toneladas, foi esculpida por Juan García Ripollés.
9. Palácio do Marquês de Dos Águas
Visitar o belíssimo Palácio de Dos Águas em Valência é uma oportunidade única de conhecer uma mansão aristocrática do século XVIII. Além das suas salas e requinte decorativo, possui uma incrível colecção de cerâmicas de várias épocas, que formam o acervo do Museu González Martí, inaugurado no local em 1949. Manuel González Martí (1877/1972) foi um historiador, crítico de arte e político valenciano de grande prestígio. Com 18 anos de idade iniciou uma excepcional colecção de cerâmica, que doou ao estado em 1946. Entre 1922 e 1936, ocupou o cargo de director da famosa Escola de Cerâmica de Manises, situada na cidade de mesmo nome, e que durante décadas foi uma das poucas escolas relacionadas à fabricação de cerâmica existente na Espanha. Foi também diretor do Museu de Bellas Artes de Valencia.

O acervo de cerâmicas do Museu González Martí está composto por peças das várias culturas que passaram pelo país, como a grega, ibérica, romana, árabe, além da cerâmica produzida no próprio país durante a Idade Média Cristã. Visitar as diversas salas que compõem o museu permite-nos conhecer os diferentes tipos de cerâmicas e a sua importância cultural ao longo do tempo. Durante a época muçulmana, por exemplo, a cerâmica foi aplicada como um elemento ornamental da arquitectura e constituiu um dos materiais principais na construção dos edifícios. A cerâmica cristã, elaborada entre os séculos XIII e XIV, foi uma herdeira directa do mundo muçulmano, e os principais centros na Espanha foram as cidades de Valência e Granada. De grande qualidade artística, as cerâmicas mudéjares foram elaboradas em Valência graças ao grande contingente de população mourisca existente na cidade. Um dos espaços domésticos onde tradicionalmente a cerâmica foi empregada nos lares valencianos foi a cozinha. No Museu González Martí reproduziu-se uma delas, com cerâmicas dos séculos XVIII e XIX.
10. Antigo Convento Carmelita
A Ordem Carmelita chegou a Valência em 1280, logo depois da morte do rei Jaime I. Os frades estabeleceram-se num convento, hoje centro cultural, que engloba vários estilos arquitectónicos. O antigo convento articula-se em redor de dois claustros, sendo o mais antigo construído no estilo gótico, entre os séculos XIV e XV. Numa das capelas do claustro gótico podemos ver o sarcófago do escritor, jornalista e político espanhol, nascido em Valência, Vicente Blasco Ibáñez (1867/1928). A obra foi encarregada pelo governo da cidade ao grande escultor, também valenciano, Mariano Benlliure Gil (1862/1947), que finalizou o sepulcro em 1935. O outro claustro conventual foi edificado no estilo renascentista, entre os séculos XVI e XVII, cujo responsável da construção foi o frade carmelita Gaspar de Sent Martí.

O convento possuía todas as dependências necessárias para o seu funcionamento, como refeitório, dormitórios, e uma igreja situada na Plaza del Carmen. A Paróquia de Santíssima Cruz, o seu nome oficial, foi construída a partir de 1343. Da construção original nada resta, pois o templo foi reformado no século XVII, no estilo barroco. Na primeira metade do século XIX, o Convento Carmelita foi desamortizado e abandonado pela comunidade religiosa, mas a igreja continuou a realizar cultos após o encerramento do convento. A partir desse momento, o antigo espaço conventual passou a sediar várias instituições culturais, transformando-se na primeira sede do Museu de Belas Artes de Valência.
11. Cidade das Artes e das Ciências
É um complexo arquitectónico, cultural e de entretenimento composto por construções de desenho singular que fazem do conjunto uma obra prima única e sem igual assinada por Santiago Calatrava e Félix Candela. Além da combinação de beleza arrebatadora dos edifícios com a cultura e o lazer, o complexo tem como peculiaridade ter sido concebido onde no passado passava o leito do rio Turia. Não foi somente a arquitectura única que tomou o lugar do rio, mas também um jardim que corta toda a cidade de Valência e completa a integração entre a obra humana e a natureza.

Em 2007 a Cidade das Artes e das Ciências foi eleita um dos 12 Tesouros da Espanha. Uma mistura das obras de Gaudí e Niemeyer com uma pitada de Opera House de Sydney. É uma das principais atracções turísticas da cidade e deve guardar um dia inteiro para isso, se quiser explorar todas as instalações. Entre outras coisas, o complexo abriga um museu de ciências, o maior aquário da Europa e um planetário.
12. Igreja de San Nicolás
Em pleno Centro Histórico de Valência situa-se um dos templos mais belos da cidade, a Igreja de San Nicolás e de San Pedro Mártir. O local onde a igreja se situa sempre foi, ao longo dos séculos, um espaço sagrado. Já em época romana, havia um templo, que foi substituído por uma mesquita durante a dominação muçulmana. Com a reconquista efectuada pelo Rei Jaime I no século XIII, a mesquita foi consagrada como uma paróquia cristã e entregue à Ordem Dominicana, que baptizou o templo em homenagem a San Nicolás de Bari. Anos depois, a ordem decidiu incorporar a titularidade da igreja a San Pedro Mártir, considerado o primeiro santo mártir dos dominicanos. No século XV, o chamado de Século de Ouro Valenciano, a igreja foi reconstruída e ampliada, adquirindo o aspecto gótico que possui actualmente. Esta reforma ocorreu durante o governo eclesiástico do Bispo Alfonso de Borja, que se tornaria cardeal e posteriormente Papa com o nome de Calixto II.

Durante o período da Contrarreforma, no final do século XVII (entre 1697 e 1700), a igreja foi reformada no estilo barroco. Todo o interior do templo foi coberto por um excepcional conjunto de pinturas (quase 2 mil metros quadrados), realizado pelo pintor Dionís Vidal, discípulo do grande Antonio Palomino (1653/1726), considerado um dos maiores teóricos da arte em Espanha, além de ter sido nomeado pintor de câmara do Rei Carlos II. As pinturas foram realizadas na própria estrutura gótica do templo, e representam episódios das vidas dos santos titulares, San Nicolás e San Pedro Mártir. Conhecida como a Capela Sistina Valenciana, a Igreja de San Nicolás é considerada um dos melhores exemplos da combinação do estilo gótico com a decoração barroca.