O mais difícil, quando se visita os Açores, é não de apaixonar. O mesmo acontece quando se visita Ponta Delgada. Começou por ser um simples povoado de pescadores atraídos pelas suas enseadas seguras, mas depressa começou a desempenhar o papel de principal porto da Ilha de São Miguel. A cidade cresceu e viu surgir durante os séculos XVII e XVIII os conventos, igrejas e casa senhoriais que ainda hoje definem o seu centro histórico.
Ponta Delgada é hoje uma cidade cosmopolita, voltada para o exterior, com uma vida económica e cultural activas. A extensa marginal, que ladeia o porto e o mar definindo o perfil da cidade, é a expressão do seu dinamismo, da adaptação aos novos tempos e também a via de acesso à cidade.
Mas fora da cidade e ainda dentro do concelho de Ponta Delgada, tem ainda inúmeras maravilhas naturais para descobrir, como a deslumbrante Lagoa das Sete Cidades. Estes são os melhores locais para visitar em Ponta Delgada, nos Açores.
1. Lagoa das Sete Cidades
A lagoa das Sete Cidades constitui-se no maior reservatório natural de água doce de superfície dos Açores, ocupando uma vasta área que chega aos 4,35 quilómetros quadrados, com uma profundidade de 33 metros. Caracteriza-se pela dupla coloração das suas águas, sendo dividida por um canal pouco profundo, atravessado por uma ponte baixa que separa de um lado um espelho de águas de tom verde e, do outro, um espelho de tom azul.

Essas características, e a beleza da paisagem envolvente, deram lugar a que surgissem belas lendas sobre a sua origem e formação, inclusive a que a liga ao mito da Atlântida. A lagoa, bem como a sua zona envolvente, encontra-se classificada como Paisagem Protegida.
2. Portas da Cidade
As Portas da Cidade de Ponta Delgada são um dos marcos arquitectónicos da capital da magnífica Ilha de São Miguel, no deslumbrante Arquipélago dos Açores. Situadas hoje em dia bem no centro da cidade, em plena Praça de Gonçalo Velho Cabral, as Portas da Cidade foram edificadas em 1783 junto ao antigo cais a Leste da cidade, tendo sido transferidas para este local de prestígio em 1952, devido às obras da também muito importante e bela Avenida Infante D. Henrique.

Classificadas em 1953 como Imóvel de Interesse Público, caracterizam-se pelos seus três arcos de volta perfeita, ostentando no centro o brasão das armas reais e da cidade, e pelo seu pavimento tipicamente calcetado com as pedras basálticas da região em tons escuros e o elegante mármore claro trazido do continente.
3. Convento de Nossa Senhora da Esperança
Intimamente ligado ao culto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, o convento e a capela foram construídos em 1545. Alterações posteriores foram efectuadas, nomeadamente a curiosa torre quadrangular com várias ordens de janelas. No interior, de referir o altar-mor revestido a talha dourada e os painéis de azulejo.

O coro-baixo, revestido por azulejos historiados do séc. XVIII produzidos por António de Oliveira Bernardes, dá acesso à Capela dedicada ao Senhor Santo Cristo. A imagem do Santo Cristo encontra-se envolvida por um retábulo de talha dourada e faz parte de um valioso tesouro, um conjunto de jóias acumuladas desde o século XVIII, no qual se destaca a coroa de espinhos cravejada de diamantes e rubis, o ceptro, a cana e a espiga, o resplendor de ouro e prata e o relicário.
4. Igreja Matriz de Ponta Delgada
A bela e imponente Igreja de São Sebastião, ou Igreja Matriz de Ponta Delgada, situa-se na bela capital da Ilha de São Miguel e do maravilhoso Arquipélago dos Açores. No local onde outrora existia uma pequena ermida em honra a São Sebastião, teve início a construção do actual templo, no ano de 1531, tendo sido finalizada no ano de 1547. A Igreja foi construída com o esforço da população, ao apelar ao Santo protector dos enfermos, um milagre de modo a pôr um fim na Peste que assolou a cidade entre 1523 e 1531.

A Igreja de São Sebastião apresenta uma bonita fachada em estilo Manuelino, onde estão presentes as armas reais e o escudo com as setas do martírio do Santo, tendo contudo sofrido algumas alterações no século XVIII com elementos Barrocos, como são exemplo os dois portais que ladeiam o central, quatro janelas e um óculo. O interior é rico em talha dourada e diversas e ricas madeiras locais, como o mobiliário em jacarandá do século XVII, e uma rica colecção de paramentos bordados a ouro.
5. Forte de São Brás
Nos Açores não existem castelos, mas sim fortes e fortalezas, uma vez que os castelos são do período medieval, antes da descoberta das ilhas. Na cidade de Ponta Delgada existiam vários fortes: O de São Pedro, o do Açougue e o de São Cristóvão que desapareceram com os arranjos da orla marítima, restando o forte militar de São Brás.

Este forte é uma construção de base poligonal, projecto do italiano Tomaso Benedetti, com quatro baluartes nos ângulos, preparados para receber peças de artilharia e cortinas de muralha baixas, de grande espessura. No seu interior há uma praça de armas e, em seu redor, um conjunto de edifícios de épocas e configurações diversas. Ao longo dos séculos, foi sendo alterado com novos acrescentos e transformações. É lá que se situa o Museu Militar dos Açores.
6. Museu Carlos Machado
O Museu Carlos Machado está instalado no antigo Convento de Santo André, edifício que remonta ao século XVI, tendo sido fundado em 1567 por Diogo Vaz Carreiro e sua mulher Beatriz Rodrigues Camelo e entregue definitivamente à ordem feminina de S. Francisco em 1577. Este edifício é um dos belos exemplares de arquitectura conventual de Ponta Delgada, tendo sofrido várias alterações ao longo dos séculos, até ser adaptado a Museu em 1930. A inauguração em 1880 do Museu Carlos Machado, então designado “Museu Açoreano”, reflecte a mentalidade científica dessa época, nomeadamente o grande interesse pelas Ilhas demonstrado pelos naturalistas, a par da divulgação da teoria da evolução das espécies de Darwin e das campanhas oceanográficas de Sua Alteza o Príncipe Alberto de Mónaco e El-Rei D. Carlos. As primeiras colecções de História Natural foram reunidas por Carlos Maria Gomes Machado, Reitor do antigo Liceu Nacional de Ponta Delgada e professor da disciplina de Introdução à História Natural.

A colecção de Arte inclui núcleos de Pintura, Escultura e Arte Sacra. Dentro da Pintura, salientam-se as telas do Morgado de Setúbal, dos finais do século XVIII, bem como as obras oitocentistas do micaelense Marciano Henriques da Silva, pintor régio de D. Luís. Na Escultura sobressai a obra de Ernesto Canto da Maya, artista micaelense, que estudou em Paris, onde ganhou o “Grand Prix de Sculpture”, em 1937. Na colecção de Arte Sacra salientam-se as tábuas quinhentistas da Oficina de Coimbra e as que representam os Santos Mártires de Lisboa. Do núcleo de pinturas da Igreja do Colégio dos Jesuítas de Ponta Delgada, merece particular atenção a “Coroação da Virgem” de Vasco Pereira Lusitano. De referir ainda a existência de um conjunto significativo de peças de Ourivesaria e de Esculturas em Marfim.
7. Igreja do Colégio dos Jesuítas
No século XVI a Companhia de Jesus expandiu-se aos Açores, fundando as suas Residências e os seus Colégios em várias Ilhas deste Arquipélago, nomeadamente em S. Miguel, na cidade de Ponta Delgada, a partir do ano de 1591. A primitiva Igreja do Colégio dos Jesuítas de Ponta Delgada, de invocação a Todos os Santos, por ter sido lançada a primeira pedra em 1 de Novembro de 1592, deu lugar a um monumento ímpar de criação barroca, com exuberantes elementos decorativos na sua fachada, de pedra vulcânica, na talha do retábulo do altar-mor e nos painéis de azulejos setecentistas.

Pormenor Com a expulsão dos Jesuítas, por ordem do Marquês de Pombal, em 1760, esta igreja salão, de nave única, que possuía um vasto e valioso espólio artístico, ficou destituída de grande parte dos seus bens e alfaias religiosas, desaparecidos ou integrados noutros templos da Ilha, principalmente a partir de 1800, ano em que se interrompeu o culto. Em 1834, a igreja foi adquirida ao Estado, por Nicolau Maria Raposo de Amaral, proprietário do Colégio dos Jesuítas, por herança paterna. Passados 139 anos, seus descendentes e herdeiros doaram a Igreja de Todos os Santos, com o respectivo espólio, à Câmara Municipal de Ponta Delgada, que deliberou ceder o espaço ao Governo Regional dos Açores, em 1977, para instalação do Núcleo de Arte Sacra do Museu Carlos Machado, tendo sido o projecto museológico aprovado em 2004.
8. Jardim António Borges
Hoje em dia um parque municipal, foi outrora pertença da propriedade de António Borges Medeiros, um negociante e político Açoriano muito interessado na botânica, e na inserção de novas espécies, nomeadamente exóticas, na Ilha, transformando a sua propriedade num interessante Jardim Botânico. O bonito espaço verde retrata o espírito Romântico e pitoresco do século XIX, e é hoje palco das mais diversas actividades desportivas, lúdicas e culturais.

Do século XIX, foi fundado pelo seu patrono. Este parque tem espécies arbóreas de várias partes do mundo, formando um jardim de rara beleza, com um conjunto de grutas e de recantos, bem como a existência de dois belos mirantes, um simples e outro cisterna mirante, ambos recuperados pela Câmara de Ponta Delgada. Este jardim foi propriedade privada até aos anos de 1950, altura em que passou para a posse da Câmara Municipal de Ponta Delgada.
9. Miradouro da Boca do Inferno
Há uma paisagem na Ilha de São Miguel que é muito comum ser vista nos catálogos de viagens para os Açores, mas que a grande parte dos turistas, que viajam para a ilha, nunca chegam a conhecer.

Trata-se do Miradouro da Boca do Inferno, na Mata do Canário, junto à Lagoa do Canário. Neste local único é possível ter uma vista da Lagoa das Sete Cidades, da Lagoa Rasa, da Lagoa de Santiago, da Lagoa do Canário, de parte da povoação das Sete Cidades e da Serra Devassa. A uma altitude de 730 metros, vemos o mar, a montanha e as lagoas, no meio de uma vegetação natural e selvagem.
10. Miradouro Vista do Rei
Miradouro sobre a Lagoa das Sete Cidades, assim chamado por ter sido este o local onde o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia se quedaram a apreciar tão inolvidável paisagem aquando da sua visita à ilha de S. Miguel, em 1901.

Miradouro situado no concelho de Ponta Delgada, na freguesia das Sete Cidades. Circulando na ER-8-2, no sentido de Ponta Delgada para as Sete Cidades, no cruzamento em que se inicia a descida para esta localidade, segue-se em frente cerca de 1 km, pela ER-1-1, onde se descobrira o miradouro.
11. Lagoa de Santiago
A Lagoa de Santiago situa-se na Serra Devassa, bem próxima da fantástica Lagoa das Sete Cidades, na maravilhosa Ilha de São Miguel, Arquipélago dos Açores. Num local de franca beleza natural, a Lagoa de Santiago surpreende pela sua envolvente de verdejantes escarpas montanhosas plenas de riqueza e diferentes espécies de fauna e flora, que parecem querer guardar para si a beleza deste caudal, num tom de verde escuro vívido.

A Lagoa de Santiago ocupa uma cratera vulcânica, bem visível no próximo Miradouro da Lagoa do Canário, de onde se tem um panorama de beleza ímpar, imagem pura do melhor que todo o verdejante Arquipélago dos Açores tem para oferecer a quem tem a fortuna de o contemplar.
12. Lagoa das Empadadas
Localizadas perto da Lagoa das Sete Cidade, estas Lagoas são um autêntico tesouro pouco conhecido; são um conjunto de pequenas lagoas rodeadas por um lindíssimo bosque e separadas entre si por pequenas faixas de terras.

Esta lagoa que se divide por dois lençóis de água com origem em duas diferentes crateras vulcânicas unidas entre si apresenta-se rodeada por bardos de Azáleas e por florestas típica da macaronésia e por florestas de criptomérias.