A cidade de Olhão, localizada a 8 quilómetros a Este da cidade de Faro, conta com o maior porto pesqueiro do Algarve. Esta cidade e município conta com antigos bairros de pescadores com bonitas ruas e excelentes praias. A cidade não tem muitos monumentos, mas os seus bairros de telhados planos ao estilo árabe são agradáveis para dar um passeio.
Nas suas ruas encontrará excelentes restaurantes de peixe que atraem multidões de pessoas, assim como o seu mercado (na avenida 5 de Outubro). Esta localidade é um bom lugar para se aceder às diferentes ilhas do Parque Natural da Ria Formosa, especialmente a de Culatra e Armona, assim como para chegar ao centro ambiental do Parque de Quinta Marim.
Em Olhão vale a pena visitar o Bairro dos Pescadores, um conjunto de casas cúbicas, muitas delas com fachadas de azulejos e telhados planos. Aqui as ruas estreitas percorrem o bairro e pode-se apreciar a influência mourisca. Estes são os melhores locais para visitar em Olhão, no Algarve.
1. Centro Histórico
A zona histórica é um dos locais ‘obrigatórios’ a visitar em Olhão devido à sua tipicidade e à história que encerra. Desenvolve-se entre a Barreta, formada pelos núcleos do Gaibéu e do Manuel Lopes (a Poente), e o Bairro do Levante (a Nascente). Este local, bem perto da Ria Formosa, caracterizam-se pela disposição irregular do casario branco rematado por açoteias onde se elevam os mirantes e contramirantes, imprimindo-lhes um aspecto único.

Também a diversidade de recantos, becos, ruelas e travessas, com janelas e portas debruadas com platibandas, são uma característica mais profunda desta zona. Os seus habitantes, alguns que já aqui vivem há décadas, continuam a povoar estas ruas cheias de encanto e tradição.
2. Mercados de Olhão
Os Mercados Municipais de Olhão, um dos ex-libris da cidade olhanense, começaram a ser construídos em 1912, sendo inaugurados quatro anos depois. Há quase um século que são um dos postais ilustrados de Olhão e locai de visita obrigatória para turistas e residentes. Foram construídos roubando espaço à Ria, consolidando-se as edificações através de um processo conhecido por bate-estacas, ficando cada um dos edifícios apoiado em oitenta e oito estacas, ligados entre si através de arcos de alvenaria de tijolo. É um local a visitar, por estes e outros motivos.

Exemplo modelar da arquitectura do ferro e do vidro, o edifício, com enorme impacto urbanístico, em tijolo aparente e estrutura metálica, foi edificado para dotar a cidade de Olhão de uns mercados funcionais, o que veio a acontecer. Todos os dias, centenas de pessoas visitam os Mercados, em busca do melhor peixe, frutos e verduras. De planta longitudinal, os Mercados são compostos por dois espaços rectangulares de vértices arredondados, correspondendo ao Mercado das Verduras e ao Mercado do Peixe, sendo ambos delimitados por quatro torreões circulares envidraçados. Submetidos a obras de reabilitação nos finais do século XX, mantêm o aspecto exterior, reabrindo ao público em 1998. Uma das novidades mais recentes é o seu interior, forrado com azulejos pintados por Costa Pinheiro.
3. Ilha da Armona
A Ilha de Armona ou, mais invulgarmente, Ilha da Armona é uma ilha da Ria Formosa no concelho de Olhão, no Algarve, Portugal. A ilha está integrada no Parque Natural da Ria Formosa. A ligação à cidade de Olhão é feita diariamente por um ferry, de hora a hora, no verão, com um horário um pouco mais reduzido no inverno. A ilha é constituída por praias voltadas para a Ria Formosa e voltadas para o mar. Dispõe de um parque de campismo e de cabanas de aluguer, sendo também possível alugar casas particulares.

Existem ainda restaurantes perto do molhe, alguns deles com tradição familiar já passados de geração para geração. Na ilha não circulam carros só apenas veículos motorizados de emergência e da limpeza. Os adeptos dos desportos náuticos também encontram na ilha de Armona um bom local para os praticarem. Canoagem, vela e mergulho são apenas alguns exemplos. A pesca recreativa é também bastante popular. Para além da parte habitada da ilha, existe uma secção de cariz mais selvagem, onde é possível encontrar, por exemplo, camaleões e outros exemplares da fauna local.
4. Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário
A edificação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, actual Igreja Matriz de Olhão, iniciou-se em 1698, abrindo ao culto, ainda inacabada, em 1715, sendo que o contrato para a construção da sua torre data de 1722. Na fachada pode ler-se: “À custa dos homens do mar deste povo se fez este templo novo, no tempo em que só haviam umas palhotas”.

Devido à sua imponência, atrai muitos olhares dos turistas que visitam a zona histórica de Olhão, na baixa da cidade, onde está situada. Na segunda metade do século XVIII a sua fachada principal, uma das mais impressionantes de todo o Algarve, foi reformulada, passando a contar com um coroamento de feição triangular. No seu interior, de uma só nave e transepto ligeiramente saliente, existem cinco altares. A capela-mor tem um retábulo e arco triunfal em talha dourada, um tecto decorado com um fresco e uma imagem de Nossa Senhora do Rosário.
5. Compromisso Marítimo de Olhão
O Compromisso Marítimo de Olhão alberga, actualmente, o Museu da Cidade. É um edifício de grande valor histórico e que merece uma visita até porque, para além da sua própria história, exibe durante o ano várias exposições temporárias ou permanentes sobre temas relacionados com a cidade e o concelho. Data de 1768 a escritura pública com os dois mestres canteiros escolhidos para a realização da obra: João dos Santos Tavares e Álvaro da Silva.

O edifício, de dois pisos e três frentes com um tratamento cuidado do frontispício, ficou concluído três anos depois, conforme se pode ler na sua fachada “Esta obra foi feita à custa dos mareantes da Nobre Casa do Corpo Santo deste lugar de Olhão, em tempo do Felicíssimo Reinado do Fidelíssimo Rei Senhor D. José, o Primeiro, que Deus guarde, sendo Juiz da mesma Casa, António de Gouveia, no ano de 1771”. O Compromisso Marítimo de Olhão, criado para apoiar os pescadores da cidade possuía, no piso térreo, uma botica (farmácia) e um açougue para serviço dos mareantes. No andar nobre localizava-se a Sala dos Despachos que apresenta uma pintura no forro de madeira da cobertura onde se destaca o brasão das armas reais portuguesas.
6. Chalé Dr. João Lúcio
Situada na Quinta de Marim, a casa do poeta João Lúcio é de visita obrigatória para quem quer conhecer os belos chalés do início do séc. XX neste concelho. Começou a ser construído por volta de 1916, sendo a obra interrompida com a morte do seu proprietário, João Lúcio, advogado e poeta, em 1918. O edifício apresenta uma original composição.

O Chalé João Lúcio é uma casa rotativa, de planta circular, desprovida de traseiras, logo, também, de uma fachada principal. A quadratura do círculo, presente em vários sistemas de pensamento, confere a esta casa, entre outros elementos, uma forte carga simbólica. Os acessos realizam-se a partir de quatro escadas distribuídas pelos pontos cardeais: a escadaria a norte tem a forma de peixe, a sul de guitarra, a nascente de violino e a poente de serpente. Assim, o peixe representa a água, a guitarra o fogo, o violino o ar e a serpente a terra.
7. Capela do Senhor dos Aflitos
De construção barroca e situada nas traseiras da Igreja Matriz, é constituída por dois andares, sendo o superior uma loggia. Esta capela ostenta ao centro um painel de azulejos com a Crucificação de Cristo. Muitas pessoas, tanto residentes como visitantes, atraídas pelas velas que não se apagam, seja de dia ou de noite, fazem ali as suas orações.

Esta capela transformou-se num local de culto para milhares de pessoas e, como tal, é também um local de visita obrigatório. Virada para a ampla e movimentada Avenida da República, este é óptimo ponto de partida para descobrir a cidade e o comércio local.
8. Caíque Bom Sucesso
Expulsas que são as tropas francesas de Olhão, e também do Algarve, em Junho de 1808, o Caíque Bom Sucesso, ou Drago como era anteriormente conhecido, parte para o Brasil, para comunicar ao Rei a boa nova. A tripulação, oriunda de Olhão, enfrenta uma travessia tenebrosa e o seu piloto, sem qualquer aparelho de orientação ou carta marítima, guia-se por estimativa traçada num primitivo mapa, aproveitando as correntes marítimas e os ventos favoráveis. Regressados a Olhão, anunciam: o Príncipe Regente concedera ao antigo lugar de Olhão o honroso título de Vila de Olhão da Restauração.

A réplica da embarcação original, está atracada junto aos Mercados Municipais de Olhão e permite a residentes e visitantes sentirem-se parte da história dos heróicos olhanenses que rumaram ao Brasil. Mediante marcação, realizam-se passeios pela Ria Formosa nesta embarcação de dois mastros e duas velas latinas triangulares ou bastardos de, aproximadamente, 18 metros de comprimento. O Caíque Bom Sucesso, antes de ‘ficar’ para a história, foi utilizado na pesca ao alto, no Mediterrâneo e Norte de África e também no transporte de mercadorias para cidades como Cádis, Tânger, Lisboa ou Porto.
9. Igreja Matriz de Moncarapacho
A Igreja Matriz de Moncarapacho, dedicada a Nossa Senhora da Graça, é um dos monumentos religiosos a visitar no concelho de Olhão. Tem origem medieval mas foi reconstruída no período renascentista. Destaca-se o monumental pórtico, da autoria de André Pilarte, que constitui a mais impressiva peça desta tipologia no Algarve.

Este pórtico apresenta uma grande delicadeza no desenho dos elementos escultóricos, dos quais se destacam um turbulento Ecce Homo associado à representação da prisão de Cristo, figurada pelos soldados romanos e da Flagelação, representada pelas figuras com chicotes. Os grotescos que preenchem as pilastras e o friso superior são de grande qualidade plástica. No interior, imponente e solene, evidenciam-se as pinturas das capelas das Almas, do Calvário e de Santo António e a imaginária como a Nossa Senhora do Rosário e do Senhor da Paciência.
10. Fuseta
A Fuseta, segundo os relatos históricos mais antigos datados de 1572, era conhecida por “Fozeta” (diminutivo de foz) o que teria tido origem no facto de ali desaguar um ribeiro chamado “ribeiro do tronco”. A actividade principal desta Vila continua a ser a pesca e os seus derivados, despontando actualmente o turismo, devido à praia, à proximidade da Ilha da Armona-Fuseta e ao Parque de Campismo que acolhe centenas de visitantes no Verão.

Terra de pescadores, ainda conserva muitas das suas casas de forma cúbica, rematadas por terraços – as açoteias – com as curiosas chaminés de balã, características desta zona do Algarve.
A Igreja Matriz guarda algumas boas imagens do séc. XVIII. O seu adro é um miradouro sobre a vila, com vastos horizontes da Ria e do mar. O porto de pesca, colorido pelos barcos, assim como a praia e toda a zona ribeirinha, cuja recuperação ambiental foi recentemente premiada, são visitas obrigatórias.
11. Jardim Pescador Olhanense
Óptimo espaço de lazer da cidade, atrai a população e visitantes para momentos de passeio e convívio. Durante o ano, decorrem neste local vários eventos de índole cultural. Neste jardim encontra-se implantado um coreto, construção do século XX e excelente exemplo de arquitectura civil, de planta hexagonal com estrutura em metal que suporta uma cobertura semicircular.

Nos vários bancos dispostos neste jardim, podemos contemplar painéis de azulejos que retratam a revolta do povo olhanense contra os franceses e a viagem do Caíque Bom Sucesso ao Brasil. É um dos postais ilustrados de Olhão, logo à entrada e junto à Ria Formosa, para quem chega de fora.
12. Ponte de Quelfes
Constituída por um único arco de volta perfeita, a ponte de Quelfes tem levantado inúmeras questões quanto à data da sua construção. Alguns autores apontam para o séc. I d.C. relacionando-a com as diversas estradas que cruzavam o território algarvio aquando da ocupação deste pelos povos oriundos da Península Itálica. Outros ainda, encontram características arquitectónicas do período Medieval Tardio, com uma possível reconstrução e alargamento já na Idade Moderna.

No entanto, esta estrutura guarda um significado muito especial para a população do Concelho, pois em 18 de Julho de 1808 – dois dias depois de iniciada a revolta na Cidade de Olhão – é travada neste local uma batalha entre as forças leais à Coroa Portuguesa composta por homens de Moncarapacho e Olhão, contra as tropas francesas de Junot. A vitória dos olhanenses é assinalada com uma placa colocada nas imediações.