A capital do Algarve, Faro, passa frequentemente despercebida dos roteiros turísticos sobre esta região do sul do Portugal. Os turistas que viajam para o Algarve fazem-no sobretudo à procura das praias paradisíacas que aparecem nos postais e Faro, apesar de possuir excelentes praias, está um pouco longe daquelas que os turistas preferem. E no entanto, talvez isso contribua para dar ainda mais charme e encanto a Faro. Esta que é a capital do Algarve cresceu muito nos últimos anos, fruto do investimento trazido pelos serviços do governo que aqui existem ou pelo aeroporto que trazem turistas para as praias.

Mas Faro soube preservar a sua história e fugir ao turismo massificado. Por toda a cidade abundam monumentos, museus, igrejas e conventos dignos de uma visita. A cidade possui ainda um centro histórico bem conservado e onde é agradável passear e fazer compras. Estes são os melhores locais para visitar em Faro.
1. Sé de Faro
A Sé ou Catedral de Faro ergue-se sobre uma praça plantada de laranjas conhecida como Largo da Sé, na cidade de Faro, a capital do Algarve. Foi mandada construir por Afonso IV após a tomada da cidade sobre os restos de uma mesquita muçulmana que datava do ano de 1251, na qual esteve erguida uma outra igreja hispano-goda. Na actualidade é um compêndio de estilos arquitectónicos, se bem que pode ser associada ao período de transição romântico-gótico e ao renascimento. Da sua igreja primitiva apenas está de pé a imponente torre com pórtico na entrada, cuja terceira planta, aparentemente em ruínas nunca foi acabada.

No interior é do século XVI e tem o Museu Catedralesco, onde poderás contemplar vários objectos litúrgicos, imagens, pinturas e vestuário religioso de grande beleza. A sua capela de estilo gótico encontra-se debaixo de um tecto revestido de azulejos do século XVII e no seu presbitério exibe um valioso retalho renascentista. Também vale a pena ver o órgão vermelho de madeira pintada, adornado de motivos chineses. Desde o cimo da sua torre medieval desfrutarás de umas vistas maravilhosas sobre a cidade amuralhada e esta da costa algarvia.
2. Museu Municipal de Faro
Foi o segundo museu criado no Algarve. Em 1894, no 5º centenário do nascimento do Infante D. Henrique, a Câmara Municipal de Faro inaugurou o Museu Archeologico e Lapidar Infante D. Henrique dedicado ao Heroe de Sagres. As primeiras instalações foram no edifício dos Paços do Concelho. Em 1912, o espólio foi transferido para a Igreja do antigo Convento de Santo António dos Capuchos e aí se manteve até 1969, ocasião em que transitou para as actuais instalações.

O espólio arqueológico é o mais significativo, integrando objectos da pré-história e das épocas romana e medieval. De entre os objectos mais relevantes apontam-se como exemplos da época romana um mosaico dos séculos II/III, os bustos imperiais de Adriano e Agripina e um acervo de epígrafes de Ossonoba. Uma colecção de grande qualidade é a de pintura dos séculos XVI a XIX composta, principalmente, por espécimes religiosos outrora pertencentes a templos algarvios. A pintura do séc, XX de Carlos Porfírio, sobre as lendas do Algarve, também é de grande importância. O Museu municipal de Faro integra a Rede Portuguesa de Museus desde Maio de 2002.
3. Palácio de Estói
A origem do Palácio de Estói remonta a um nobre local, que morreu algum tempo depois do início da construção do palácio, algures em 1840. No entanto, José Francisco da Silva comprou o palácio com o objectivo de o acabar, e as obras acabaram finalmente em 1909. Graças a este feito José Francisco da Silva foi nomeado Visconde de Estói. A construção do Palácio de Estói foi levada a cabo pelo arquitecto Domingos da Silva Meira, que cultivava um grande gosto pela escultura. O interior do palácio é extremamente detalhado e está elaborado à base de estuque e pastel.

No jardim é possível ver as palmeiras e as laranjeiras, que se enquadram perfeitamente com o ambiente rococó do palácio. No terraço inferior é possível ver um pavilhão com azulejos azuis e brancos, denominado a Casa da Cascata, e no seu interior está uma cópia das Três Graças, de Canova. No terraço superior, chamado o Patamar da Casa do Presépio, é possível deslumbrar um pavilhão grande com vitrais, ninfas e nichos em vários azulejos. Actualmente o palácio serve como uma pousada aberta ao público, depois de ter sido classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977.
4. Capela dos Ossos de Faro
A Capela dos Ossos, em Faro, é uma pequena mas fascinante e macabra capela localizada na parte de trás da bela igreja do Carmo. A capela é forrada com os ossos de mais de mil esqueletos e esses ossos decoram as paredes e os tectos em macabros padrões geométricos. Os ossos foram exumados no século XIX do cemitério superlotado de Faro e pertencem aos monges que outrora serviram a cidade.

Estes monges, há muito tempo mortos, olham de todas as superfícies da capela para os visitantes – a Capela dos Ossos é verdadeiramente uma das mais estranhas e assustadoras atracções de Faro. A Igreja do Carmo é igualmente interessante, com uma imponente fachada barroca e um interior refrescante de altares esculpidos. A Capela dos Ossos e a Igreja do Carmo combinam-se para formar uma das melhores atracções turísticas de Faro, digna da curta caminhada a partir do porto.