Fundada em 884, a cidade de Burgos, também conhecida como a “Terra dos Castelos”, é charmosa, memorável e profundamente enraizada na sua história medieval. O charme desta cidade vem do seu ambiente castelhano setentrional e de uma dispersão de monumentos medievais como a Cartuja de Miraflores e a Abadia de Santa Maria la Real de Las Huelgas.
Por mais impressionantes que estes locais sejam, a principal atracção da cidade é a extraordinária e imponente catedral gótica. Um exemplo brilhante da incrível arquitectura religiosa da Espanha, é uma presença dominante no horizonte de Burgos e definitivamente imperdível.
Como Burgos é uma cidade limpa e tranquila, os visitantes são bem-vindos e encorajados a explorar a cidade a pé para descobrir algumas das partes menos conhecidas mas igualmente belas da região. Quem sabe, você pode até encontrar um requintado restaurante e provar a famosa gastronomia desta cidade. Estes são os melhores locais para visitar em Burgos.
1. Catedral de Burgos
A Catedral de Santa Maria de Burgos é, inegavelmente, uma das construções góticas mais espectaculares de todo o continente europeu. Não à toa, é o monumento mais conhecido e visitado da cidade. A sua construção iniciou-se em 1221, sobre um anterior templo românico erguido durante o reinado de Alfonso VI (1065/1109). As obras desta magnífica catedral começaram graças ao incentivo do monarca Fernando III e o Bispo Maurício. O seu estilo gótico foi inspirado nas catedrais francesas de Chartres, Amiens, Reims e na de Notre Dame de Paris. A parte principal da igreja já estava finalizada no final do séc. XIII, e o primeiro arquitecto conhecido é o chamado Mestre Enrique, mencionado num documento em 1261 (também responsável por uma parte da construção de outra catedral gótica fundamental, a de León). As ampliações realizadas nos séc. XV e XVI coincidem com a época dourada da cidade de Burgos.

Declarada Monumento Nacional em 1887, recebeu o título de Património da Humanidade em 1984, quando então foram realizados trabalhos de restauração na catedral. A Catedral de Burgos sofreu irreparáveis danos durante a ocupação francesa de início do séc. XIX, quando perdeu boa parte de seus vitrais góticos. As três portas que a compõem foram realizadas e reformadas posteriormente. A central, por exemplo, denominada de Porta do Perdão, foi construída em 1790 no estilo neoclássico, e as laterais foram reformadas no séc. XVII. Na parte central da fachada, vemos a 8 estátuas que representam personagens do Antigo Testamento, esculpidas no séc. XIII. As agulhas foram colocadas a mediados do séc. XV, por Juan de Colónia. O melhor conjunto escultórico da parte exterior da catedral corresponde à Porta del Sarmental, considerado um dos melhores do estilo gótico em todo o país.
2. Arco de Santa Maria
Burgos é uma cidade monumental com uma grande quantidade de locais históricos para se conhecer. Um dos seus monumentos mais emblemáticos é o denominado Arco de Santa Maria, a porta de entrada mais importante da antiga muralha medieval. Esta belíssima estrutura comunica a Ponte de Santa Maria, situada sobre o Rio Arlanzón, que atravessa a cidade, com a Plaza del Rey San Fernando, local onde se ergue a sua maravilhosa catedral gótica. Foi construído a partir dos séculos XIV, mas entre 1536 e 1553 foi reformada para receber o Imperador Carlos V na sua visita pela cidade.

A reforma do Arco de Santa Maria foi realizada pelos arquitectos Juan de Vallejo e Francisco de Colónia, que conceberam um grande arco triunfal, distribuído como se fosse um retábulo feito de pedra. Finalizou-se com a incorporação de várias estátuas, realizadas pelo escultor Ochoa de Arteaga, que representam personagens de relevância do antigo Reino de Castilla, da própria cidade de Burgos e de Espanha. O arco está presidido pela Virgem de Santa Maria, padroeira da cidade. Entre os personagens representados, destacam o herói castelhano El Cid, que viveu na cidade. O Arco de Santa Maria foi a sede do governo da cidade até à construção da actual Casa Consistorial, erguida no século XVIII e situada na Plaza Mayor de Burgos. O mais interessante é que podemos visitar seu interior. Uma escada de origem medieval conduz-nos à sala principal.
3. Muralhas e Castelo de Burgos
Apesar das transformações ocorridas nos últimos séculos, a Idade Média deixou um importante legado em Burgos, ainda visível num passeio pela cidade. Uma das principais construções deste período histórico é o Castelo, situado no Cerro de la Blanca ou das Flores, que a 75 metros sobre a própria cidade, era um local perfeito para a edificação de uma fortaleza militar. O Castelo de Burgos foi construído durante o reinado de Alfonso III no ano de 884, coincidindo com a fundação da própria cidade. Está constituído por uma muralha com 2.30 metros de grossura com torres almenadas no seu entorno. Entre os séculos XI e XIII a fortaleza tornou-se a residência dos Reis castelhanos. O castelo carece de Torre de Homenagem, um dos elementos mais emblemáticos dos castelos europeus medievais. No seu lugar construiu-se um palácio para o rei Alfonso X.

Foi utilizado eventualmente como local de alojamento de personalidades importantes, encontros diplomáticos, celebrações da corte e também como prisão. O recinto está formado por uma série de poços e galerias subterrâneas, cuja finalidade principal era prover de água os ocupantes do castelo, principalmente durante os assédios. Um destes poços possui quase 70 metros de profundidade. No séc. XIV, passou a ser propriedade da nobreza, concretamente da família dos Stúñiga, que exerceu o governo da fortaleza até à chegada dos Reis Católicos. Posteriormente, funcionou como fábrica de pólvora e escola para artilheiros. No final do séc. XV ou princípio do XVI, o castelo foi reconstruído.
4. Praça Maior de Burgos
Como sucede muitas vezes com a história das denominadas Praças Maiores da Espanha, na Praça Maior de Burgos realizava-se antigamente o mercado da cidade. Os carros, puxados por cavalos, nela entravam pela Porta das Carretas, uma porta menor que integrava a muralha, para então chegar aos postos de venda, distribuídos pelo entorno da praça. No final do séc. XVIII, a Praça Maior sofreu uma profunda reforma, e tanto a porta quanto a muralha foram derrubadas. No lugar da Porta das Carretas, construiu-se o Edifício do Ayuntamiento, também chamado de Casa Consistorial. Foi edificada no estilo neoclássico, obra do arquitecto burgalês Fernando González de Lara, em 1784. Depois da sua inauguração, efectuou-se o derrubamento da muralha, e muitos outros edifícios foram construídos posteriormente, outorgando à praça o aspecto que possui actualmente.

A Praça Maior continua a ser um dos principais pontos de encontro da cidade. Cercada por comércios variados e restaurantes, é um bom lugar para relaxar e ver o ambiente local. A praça possui um formato de polígono irregular, e quando o sol aperta (também para fugir do intenso frio dos meses invernais), as galerias que a cercam são um bom refúgio para os seus habitantes. Durante as reformas da praça no séc. XVIII, foi colocada no seu centro uma estátua do rei Carlos III, que colaborou para a transformação da cidade. Neste período, e graças ao espaço criado com o desaparecimento da muralha, foram abertos novas áreas de ócio para os cidadãos, como o conhecido Paseo del Espolón. Devido a proximidade com a Praça Maior e o Centro Histórico, este espaço ajardinado converteu-se numa das áreas mais frequentadas de Burgos.
5. Cartuja de Miraflores
A Ordem dos Cartuxos é considerada uma das mais austeras de todas as ordens religiosas criadas na Idade Média. Durante toda a sua existência, professou o voto de pobreza como nenhuma outra, não caindo na ostentação e no luxo das suas instituições. Foi fundada em 1084 por São Bruno (1030/1101), um monge alemão que se mudou para a França, onde se fundou o primeiro mosteiro da ordem, situado na Provença, em 1147. Os monges cartuxos são, na realidade, eremitas que vivem em comunidade e as suas vidas estão regidas pelos princípios da contemplação e oração. Na Espanha, um dos principais conventos da ordem situa-se a 7 km da cidade de Burgos, a conhecida Cartuja de Miraflores.

Para conhecer sua história, é necessário voltar ao ano 1401, quando o rei Enrique III decidiu construir um palácio de recreio. Depois, o monarca manifestou o desejo de transformá-lo num convento franciscano. Recebeu o nome de Miraflores, o nome tradicional de pagamento na época. Com a sua morte, o seu filho Juan II realizou o sonho do pai em parte, pois embora transformasse o palácio numa instituição religiosa em 1441, decidiu que seria governada pelos cartuxos. Quando as obras começaram, um incêndio destruiu todo o conjunto em 1452. Dois anos depois foi reconstruído pelo arquitecto Juan de Colónia. Com a morte deste monarca, as obras foram retomadas somente durante o reinado da sua filha, a rainha Isabel La Católica. Este facto sucedeu quando Isabel foi visitar o sepulcro do seu pai, que se encontra no interior do convento, e encontrou o local num estado deplorável. Para reformá-lo, contratou Simon de Colónia, filho do arquitecto acima mencionado. Em 1488, as obras foram finalizadas.
6. Museu da Evolução Humana
O Museu da Evolução Humana é uma construção emblemática da arquitectura contemporânea da cidade de Burgos. Conhecido pela sigla MEH, está localizado no local onde antigamente se erguia o Convento de San Pablo, pertencente à Ordem Dominicana. Desde a sua inauguração em 2010, tornou-se o museu mais visitado da Comunidade de Castilla y León, estando também entre os que maior número de visitantes recebe em toda a Espanha. Arquitetonicamente, o museu ganhou mais de 40 prémios nacionais e internacionais e foi projectado pelo arquitecto Juan Navarro Baldeweg.

A sua criação esteve vinculada à necessidade de conservar e divulgar os restos encontrados na Serra de Atapuerca. O Museu da Evolução Humana constitui uma referência a nível internacional em relação ao processo evolutivo dos seres humanos nos seus aspectos biológicos, ecológicos e culturais, que foram abordados numa sequência cronológica. O acesso ao museu dá-se por uma rampa situada no ajardinado Paseo de Atapuerca, uma agradável zona que permite um contacto próximo com o Rio Arlanzón. As visitas da cidade são belíssimas e podemos ver até a Catedral de Burgos.
7. Igreja de San Gil Abad
A Igreja de San Gil Abad foi erguida no final do séc. XIII e princípio do XIV e a sua austeridade exterior explica-se porque originalmente integrava o conjunto de muralhas da cidade. Na fachada principal destacam-se a sua singela portada e o rosetón composto por uma estrela de oito pontas. A pequena escada de acesso ao templo, construída em 1834, confere uma certa monumentalidade à igreja. A sobriedade que vemos na sua fachada exterior contrasta com a beleza e a luminosidade de seu interior. Um dos espaços mais surpreendentes da Igreja de San Gil é a Capela da Natividade, concebida como uma capela funerária para os seus fundadores, Juan de Castro e Inés de Lerma, ambos falecidos em 1548. A sua construção foi iniciada a partir de 1529, inspirada no modelo da Capela dos Condestáveis da Catedral de Burgos.

O centro da capela está presidido por um belíssimo retábulo dedicado à Natividade de Maria. A impressionante abóbada da capela possui um formato octogonal, de grande beleza e refinamento artístico. A declaração como Monumento Histórico-Artístico em 1931 comprova a sua magnitude no contexto do património da cidade. San Gil foi um abade beneditino e eremita de origem grega. Nasceu em Atenas, no ano 640. As suas relíquias sempre foram muito veneradas, constituindo-se num centro de peregrinação. Actualmente, encontram-se na Igreja Românica de St Sernin em Toulouse, na França, em pleno trajecto do Caminho de Santiago.
8. Igreja de San Esteban
San Esteban (Santo Estêvão, em português) é considerado o primeiro mártir da história do cristianismo, razão pela qual é denominado de “Protomártir”. Depois do falecimento e ressurreição de Cristo, foi um dos sete primeiros diáconos da então incipiente Igreja Católica. A sua postura radical do cristianismo fez com que fosse condenado a morrer por apedrejamento pelas autoridades de Jerusalém, facto que teve como consequência o final do cristianismo como uma seita do judaísmo, ocasionando a separação do culto cristão do judaico praticado na cidade. Um santo bastante popular na Europa, a ele foi dedicado esta bela igreja gótica de Burgos. A Igreja de San Esteban foi levantada no final do séc. XIII sobre um anterior templo românico. A sua localização próxima ao castelo fez com que várias vezes sofresse danos causados pelos assédios à fortaleza, como o ocorrido durante a Guerra da Independência contra os franceses.

Como consequência, a igreja perdeu parte dos seus elementos originais, como os vitrais de seu rosetón, construído em 1479. Ainda assim, conserva-se a sua belíssima portada principal, edificada em 1300. No tímpano representa-se a imagem de Cristo como juiz, com São João e a Virgem. Na parte inferior, vemos o Martírio de San Esteban. O interior da igreja é deveras interessante, pois acolhe o Museu do Retábulo, com uma grande colecção de retábulos procedentes de povoados que compõem a Diocese de Burgos. A maioria pertencem ao período compreendido entre os séc. XVI ao XVIII. Podemos contemplar também sepulcros de comerciantes destacados de Burgos na Idade Média, como o pertencente a Sancho Sánchez de Rojas, da segunda metade do séc. XIV. Um dos tesouros do museu é esta Pia Baptismal Românica, da segunda metade do séc. XII.
9. Hospital do Rei
Burgos é uma das cidades fundamentais do Caminho Francês, o mais popular e famoso dos Caminhos que levam a Santiago de Compostela. Na Idade Média, o fluxo de peregrinos era intenso, de forma que foi necessária a construção de centros assistenciais para auxiliar aqueles que realizavam o caminho. Um dos mais importantes de toda a rota jacobea, o Hospital del Rey encontra-se na saída da cidade… Este hospital foi fundado pelo Rei Alfonso VIII de Castilla e pela sua esposa Leonor no ano de 1195. A sua construção reflecte a importância de Burgos na Idade Média, e desde a sua fundação até ao século passado esteve governado pelo Real Monastério de las Huelgas, situado próximo ao hospital.

Antes de entrar no hospital, construiu-se uma Ermita, dedicado a Santo Amaro, e um cemitério, onde os peregrinos falecidos eram enterrados. No século XV, o Hospital del Rey chegou a contar com 87 leitos, um número considerável para a época. A sua excelente estrutura fez com que fosse considerado o melhor centro assistencial de todo o Caminho de Santiago. A igreja actual é barroca e data do século XVII. Durante a Guerra Civil Espanhola do século XX (1936/1939), o Hospital del Rey foi utilizado pelo bando nacionalista como hospital das tropas marroquinas que integravam o exército de Franco. Construiu-se, inclusive, uma mesquita, que infelizmente não se conservou.
10. Mosteiro de las Huelgas
Outra instituição religiosa de capital importância medieval na cidade de Burgos é o famoso Monastério de Santa María La Real de Las Huelgas. Como o próprio nome indica, o mosteiro é uma fundação real, criado por Alfonso VIII (1156/1204) e pela sua esposa, a rainha da Inglaterra, D. Leonor de Aquitânia (1160/1214). O mosteiro fazia parte de um complexo residencial no qual o rei Alfonso VIII pudesse ter um Panteão Real para ele e para os seus descendentes. D. Leonor, no entanto, desejava transformá-lo numa abadia feminina, que estivesse submetida somente à autoridade do Papa. Finalmente, ambos conseguiram concretizar os seus desejos, pois no interior do mosteiro encontra-se o sepulcro dos monarcas, sendo considerado o mosteiro feminino pertencente à Ordem Cistercense mais poderoso e influente da Espanha. Neste mosteiro estiveram como religiosas boa parte das damas castelhanas na Idade Média. A sua abadessa chegou a possuir poderes extraordinários sob um amplo território, incluindo 14 povoados grandes e 50 pequenos.

No seu interior celebraram-se cerimónias solenes de armamento como cavalheiros de muitos dos Reis de Castela, como Fernando III, Alfonso X, Alfonso XI, Enrique II e Juan I. Nas margens do Rio Arlanzón existia no séc. XII um lugar chamado Huelgas del Rey, que foi escolhido por Alfonso VIII para a fundação do mosteiro. Este termo, de uso corrente na Idade Média, designava as comarcas de pasto para o gado que não se dedicavam ao trabalho (denominadas de Huelgo). O nome estendeu-se ao mosteiro e ao terreno onde estava situado. Em 1187, o Papa Clemente III concedeu a bula de aprovação para a fundação do Monastério de las Huelgas, dedicado a Santa Maria, e no mesmo ano o rei outorgou a carta fundacional sob a regência da Ordem Cistercense. Doze anos depois, os fundadores entregaram o mosteiro às religiosas, com uma cláusula de que ele e os seus sucessores fossem enterrados no local.
11. Casa do Cordão
Este impressionante edifício foi construído por Simon de Colónia nos anos 80 do séc. XV, por encargo do Condestable de Castilla D. Pedro Fernández de Velasco e sua esposa Doña Mencia de Mendoza. A Casa del Cordón foi ampliada nos séculos XVI e XVII e o seu nome originou-se pelo cordão franciscano que decora a sua fachada. Em 1853 construíram-se as torres e os imponentes balcões foram feitos por Vicente Lampérez no começo do séc. XX. O interior do palácio articula-se por um grande pátio construído nos finais do séc. XV. Actualmente, o edifício é a sede de uma instituição financeira. A Casa del Cordón foi residência real e cenário de acontecimentos transcendentes tanto para a Espanha, quanto para o mundo, pois nela os Reis Católicos receberam Cristóvão Colombo quando regressou depois da sua segunda viagem a América.

Anos depois, os monarcas receberam Gonzalo Fernández de Córdoba, conhecido como “El Gran Capitán”, graças às vitórias militares que obteve em solo italiano, que proporcionaram uma ampliação dos territórios da Coroa Espanhola. Na casa faleceu também o rei Felipe Hermoso em 1506, esposo da conhecida Juana, filha dos Reis Católicos e herdeira do Reino de Castilla, mas que foi impossibilitada de assumir o trono depois da morte de sua mãe a rainha Isabel la Católica, pela instabilidade da sua personalidade, cujo apelido se tornou conhecido para a posteridade como Juana “La Loca”.
12. Igreja de San Nicolás de Bari
O riquíssimo património histórico e artístico de Burgos muitas vezes é “eclipsado” pela beleza da sua catedral. Dessa forma, muitos monumentos de um extraordinário valor tornam-se desconhecidos para a maioria dos visitantes que chegam à cidade. Um exemplo é a Igreja de San Nicolás de Bari, situada em frente à Praça de Santa Maria, aberta aos pés da catedral desde o séc. XV, quando várias casas foram derrubadas para a sua construção. No entanto, o aspecto actual da praça é do séc. XVII, quando foi colocada a Fonte da Virgem com o Menino Jesus rodeado por querubins, realizada pelo artista Clemente de Quintana. Apesar de ser uma das igrejas mais antigas de Burgos, muitos desconhecem as impressionantes obras que possui. A sua existência está documentada desde 1163, mas o templo actual foi erguido a partir de 1408, quando foi patrocinada pela família López Palanco como local para o seu sepultamento. Os membros desta nobre família sentiam especial devoção por San Nicolás, padroeiro dos navegantes, já que eram proprietário de um navio mercante.

Da sua sóbria arquitectura exterior destaca-se a portada composta por um arco gótico, arquivoltas decoradas e o tímpano, com uma representação de San Nicolás na cátedra, acompanhado por São Sebastião e o burgalês San Vitores. Mas o que realmente impressiona qualquer pessoa que visite o seu interior é o Retábulo Maior da igreja, projectado por Simon de Colónia e executado pelo seu filho Francisco de Colónia. Esta família de artistas deixou um maravilhoso legado de seu trabalho na Catedral de Burgos. Este retábulo feito de pedra em 1505 é considerado um dos mais espectaculares de todo o património espanhol. Nele vemos na sua parte central uma estátua de San Nicolás rodeado por 8 cenas que nos contam episódios da sua vida e alguns dos milagres a ele atribuídos.