Vamos ser claros e concisos: não pretendemos criar conflitos nem gerar polémica. Pretendemos apenas tentar perceber as razões que levam os nossos povos irmãos a ter uma relação de quase amor/ódio, em que as pessoas se dividem de forma drástica, entre aqueles que adoram o povo irmão e aqueles que o desprezam. E falamos nos dois sentidos, ou seja, esse amor/ódio verifica-se tanto por brasileiros em relação a Portugal como de portugueses em relação ao Brasil.
Talvez esse tipo de relação tenha muito a ver com mal entendidos e desconhecimento de parte a parte. Por um lado, a história de Portugal que os brasileiros conhecem limita-se à época em que terminou a relação de metrópole/colónia. Por outro lado, os portugueses possuem conceitos muito errados sobre o Brasil porque adoptam esses conceitos apenas com base nas telenovelas que passam nas nossas televisões ou com base nos emigrantes brasileiros que para cá vieram em busca de melhores condições de vida.
O mito do ouro roubado ao Brasil
O tema do Ouro do Brasil sempre dividiu opiniões e gera inúmeras discussões entre portugueses e brasileiros. De um lado, alguns brasileiros acusam Portugal de lhes ter roubado o seu ouro. Mas terá sido bem assim? Talvez não. E para compreender esta situação, convém olhar para o assunto de uma perspectiva histórica e não apenas com base nos princípios e ideias que hoje possuímos. Um exemplo: como pode Portugal ser acusado de roubar ouro ao Brasil se, naquela época, o Brasil pertencia a Portugal? Portugal estava, como é óbvio, a explorar um recurso valioso num território que lhe pertencia. Importa ainda esclarecer que, tal como outros recursos que o Brasil possuía, o ouro não era usado nem valorizado pelos Índios, os originais e verdadeiros habitantes do território.
Segundo documentos inéditos que podemos encontrar no Repositório temático da Universidade do Porto, depois da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, a monarquia passou a contar com uma parte do ouro explorado no Brasil Mas afinal quanto chegou esse ouro a Portugal? Onde foi utilizado? Quem o utilizou e em que circunstâncias? Após a descoberta da colónia brasileira, a mesma ficou encarregue de pagar impostos à Coroa Portuguesa, muito deles pagos através da produção açucareira. No entanto, em meados do século XVII, quando D. João V era Príncipe do Brasil, essa produção sofreu uma séria crise, obrigando a antiga colónia a procurar novos territórios e novas formas de pagamento.
Foi nessa altura que se passaram a pagar os impostos através de ouro, levando mesmo a um período de grande emigração portuguesa para o Brasil, sendo o século XVIII o período áureo da exploração desse metal, enviado em grandes quantidades para Portugal. Chegaram mesmo a vir para Portugal, durante alguns anos, mais de vinte toneladas de ouro, isto já no período em que D. João V reinava. No entanto, coloca-se aqui a questão, onde foi empregue esse ouro? Muito desse ouro, infelizmente, foi utilizado para o enriquecimento de algumas famílias, outra parte para o enriquecimento temporário das finanças do Estado, enquanto outras partes foram utilizadas para muitos outros assuntos.
No Brasil, até 1760, ano em que os aluviões começaram a esgotar-se, produziram-se cerca de mil toneladas de ouro. Tudo se resumiu a um enriquecimento temporário das finanças do estado e à formação de algumas, mas poucas, fortunas particulares. Com esses recursos, o rei D. João V, que reinou em Portugal durante toda a primeira metade do século XVIII, promoveu a construção de algumas obras públicas, sendo a mais célebre o palácio-convento nacional de Mafra, cuja construção ocupa quase todo o reinado e que absorveu uma grande parte dos recursos vindos do Brasil.
Construiu-se também no Rio de Janeiro o palácio dos governantes. Também com o dinheiro vindo do Brasil o rei pôde intervir em alguns problemas europeus, como na guerra da sucessão de Espanha e, por exemplo, na defesa da Europa contra os Turcos, na batalha naval do cabo de Matapan, que destruiu a armada turca e salvou a Europa de uma ameaça eminente. Contudo, com os vários acordos estabelecidos entre Portugal e a Inglaterra a partir de 1642 (Tratado de Paz e Comércio entre D. João IV e Carlos I de 1642, Tratado de Paz e Aliança de Westminster de 1654, Tratado de Paz e Amizade de 1661, Tratado de Methuen de 1703) foram concedidos grandes privilégios ao comércio e súbitos britânicos, bem como a liberdade do comércio para os ingleses no Brasil e na Índia.
Alguns historiadores defendem a tese de que o ouro brasileiro ajudou assim Inglaterra a concentrar reservas que fizeram do sistema bancário inglês o principal centro financeiro da Europa. No entanto, importa referir que apenas 20% do ouro explorado do Brasil era destinado à Coroa Portuguesa. Isso significa que grande parte desse mesmo ouro foi investido no próprio Brasil, na construção de cidades, acessos, igrejas e aquedutos. A exploração do ouro no Brasil teve grande importância porque deslocou o eixo político-económico da colónia para região sul-sudeste, com o estabelecimento da capital no Rio de Janeiro. Outro factor importante foi a ocupação das regiões Brasil adentro e não apenas no litoral como se fazia até então.
A exploração aurífera possibilitou ainda, um enorme crescimento demográfico e o estabelecimento de um comércio/mercado interno, uma vez que os produtos da colónia não eram mais apenas para exportação como ocorria com o açúcar e o tabaco do nordeste e fez com que surgisse a necessidade de uma produção de alimentos interna que pudesse suprir as necessidades dos novos habitantes. Ainda um último aspecto importante da explosão demográfica provocada pelo período de exploração do ouro no Brasil colónia, foi a questão do desenvolvimento de uma classe média composta por artesãos, artistas, poetas e intelectuais que contribuíram para o grande desenvolvimento cultural do Brasil naquela época.
Hoje, várias das cidades brasileiras consideradas Património Mundial da UNESCO foram construídas graças ao ouro explorado no Brasil. Também importantes monumentos do Rio de Janeiro, Bahia, Ouro Preto e Olinda, por exemplo, foram feitos à custa desse mesmo ouro. Por fim, resta ressalvar um facto muito importante: ao contrário da tese defendida por muitos historiadores que diz que Portugal roubou o ouro ao Brasil, tal não corresponde à verdade. Nessa altura, o Brasil era território português e, portanto, Portugal apenas estava a explorar algo num território que lhe pertencia.
Prezado(a), Eu me chamo Felipe Pimenta. Eu nasci no Brasil. A família do meu pai é de origem portuguesa, o que me faz ter duas nacionalidade lusobrasileira. Atualmente, resido na Itália e faço um mestrado em desenvolvimento local. Estudar a história do Brasil e a forma como a “colonização” forçada do nosso território aconteceu e o tratamento de índios e negros, me gerava conflitos com o fato de ter orgulho da minha ascendência portuguesa. Eu visitei Portugal apenas recentemente e o blog foi muito rico na minha tomada de decisão. Acompanho as matérias. Para mim, está matéria que fala sobre o Ouro proveniente do Brasil é péssima. Como você se refere ao fato como deveríamos ser gratos pelas cidades históricas serem consideradas patrimônios graças a isso, é horrível. Você sabe quantas vidas de negros que não queriam a escravidão foram ceifadas no Brasil? A população indígena foi quase dizimada. E o que nos resta é ficar gratos por termos patrimônios pela UNESCO? Vou oficializar uma carta de repúdio à sua matéria pelas organizações brasileiras que faço parte e esclarecer alguns dados históricos que você não mencionou, talvez por desconhecimento, que pode gerar faltas interpretações do que você está dizendo.
Evolua
Parem com essas críticas inoportunas. Na época dos colonizadores, as regras eram assim e até piores, a exemplo de Expanha, Inglaterra, Franca, Alemanha. Bélgica. O que esses países faziam com as diversas tribos africanas é algo inaceitável, pois ao invés de desenvolverem as tribos, entregavam-lhe armas e instigavam conflitos uns contra os outros de forma a financiar o comércio, a riqueza e o luxo de grandes metrópoles européias. Atualmente, ainda é comum o domínio de países europeus na África, mantendo povos piores do que escravos, apenas para patrocinar a ganança desses países. Portugal foi ao mar, na era dos descobrimentos, por necessidade e fez o que tinha que fazer e ponto final. Não sou portugues, apenas um brasileiro que lê a histórica sob a perspectiva dos tempos.
Felipe Pimenta Se vives em Itália, certamente que te deves deslumbrar com todo esse encanto arquitectónico tao característico de Itália. Como é que achas que isso aconteceu? Achas que o sindicato dos pedreiros estava la para proteger os mesmos? Achas que nao teve mao-de-obra escrava? Tal como nas Pirâmides do Egipto ou dos Maias? Fala a serio, deves andar é a passear os livros, porque entender o que estudas nao entendes. Toda a Rosa tem os seus espinhos, sempre foi assim e sempre será. Se te sentes tao incomodado com o passado dos teus antepassados, nao entendo porque adquiris-te a cidadania Portuguesa, eu chamo a isso Hipocrisia de nível Hard, pura contradição . Faz um favor a ti próprio e renega esse passaporte, que nao mereces. Deixa ser Português quem é Português
Se o rapaz acima que interpôs sua resignação a este artigo, nota-se que ele pouco ou quase nada conhece de desenvolvimento social.
A respeito dos índios/silvícolas brasileiros, as tribos já viviam em guerra entre si e quando os europeus aqui chegaram, a equação é simples, umas ficaram ao lado dos franceses traficantes/contrabandistas de pau-brasil e outras ao lado dos portugueses, dos quais ele mesmo declara ser descendente.
No decorrer dos cinco séculos, perto de três séculos de colonização, os índios foram explorados pelos colonizadores, porém, ocorreu mais uma aculturação geral do que o tal genocídio.
Há de se saber também que em África os próprios negros de uma ou outra tribo aprisionavam os de outras e os traficavam com os europeus.
Se quer colocar essa culpa em alguém, que o faça, mas nesse desenvolvimento social da humanidade, não há santos, todos devem partilhar essa culpa entre si.
Prezado Felipe Pimenta.
Como brasileiro, e bisneto de português, entendo o seu sentimento, pois por muito tempo dele compartilhei. Contudo, após não somente o doutoramento em História, mas também um longo trabalho em pesquisa na área de História Colonial, vejo hoje o quanto a minha visão interpretativa era distorcida. Evidente, que essa é uma discussão longa, não cabendo aqui ser abordada com a profundidade devida.
É verdade que o ouro explorado sob o poder da Coroa de Portugal deixou realmente um legado, e não só arquitetônico, de grande importância. Por outro lado, uma quantidade maior de ouro do que a extraída durante o período colonial foi retirado do garimpo de Serra Pelada, durante o regime militar e o legado deixado foi de pobres barracos e um grande buraço, hoje cheio de água. Como temos o costume de botar na conta da colonização portuguesa tudo que temos de negativo, como ficamos no caso do ouro?
O que posso dizer em poucas palavras é que da história da colonização brasileira é de uma complexidade enorme, e, em grande parte, ainda não entendida. Basta observar que quando do início da nossa colonização a população de Portugal se restringia a pouca mais de um milhão de pessoas. Ao mesmo tempo, Portugal estava envolvido na construção da primeira estrutura geopolítica verdadeiramente globalizante. Ou seja, o número de portugueses diponível para dar conta do nosso processo colonial era certamente exíguo. No entanto, contado com um número insignificante de reinós, o nosso processo colonial resultou na formação de um país gigantesco, que vem a ser o maior espaço contínuo unido por uma única língua já existente, e essa língua é a do pequeno Portugal.
Evidente que, como brasileiro, não tenho razão em fazer discursos apologéticos a favor da colonização portuguesa, contudo hoje vejo o quanto é negativo o hábito de depreciar nossa formação histórica e cultural. Infelizmente não temos a oportunidade de aprofundar essa discussão, mas, calcado na minha vivência acadêmica, sugiro refletir sobre as versões históricas preconcebidas, com que somo bombardeados desde a formação primária,
Um abraço
Renato Pereira Brandão
Tampouco concordo com esta historia de roubar o ouro do Brasil . Também não considero que haja uma relação de amor/ódio entre nosotros, situação que já ocorreu quando a seleção portuguesa eliminou o Brasil em 66 ( se não me falha a memória) . Fora este evento de importância histórica o que mais me desgosta é ver os portugueses a pronunciar i no lugar de e ou u no lugar de o, enquanto os brasileiros nos orgulhamos de pronunciar o português exatamente como escrevemos. Mas dizem que faz parte da evolução da língua e que os brasileiros ficamos no passado, também com relação a língua. Imaginem se não houvesse o tão execrado “acordo ortográfico”. Teríamos que tomar aulas de português para poder ler um livro do Saramago.
Outro dia num programa de TV o reporter saiu à rua a perguntar como se escrevia êliatório ( palavra que desconheço, mas que grafaria com ê e i) . Ora , pois , tratava-se da palavra aleatório, que nenhum brasileiro tem dúvida quanto à grafia, embora , talvez quanto ao significado. Ou seja os portugueses estão a falar nossa língua de maneira aleatória ( ou seria êliatória).
Quanto ao “ouro do Brasil” o problema não é se era de Portugal ou era dos índios, e tampouco se os índios foram dizimados ou os negros escravizados, porque esta é uma idiotice esquerdista, progressista , e outros istas contemporâneos. O que importa é que os Dons Joões , Pedros e Afonsos ficaram a construir igrejas e conventos e a revesti-los com ouro e não construíram navios e canhões de modo que quando o sexto ( que ainda não era Sexto) teve que fugir do Napoleão não tinha nem um navio que o levasse ao Brasil e teve que pedir boleia aos ingleses, que acabaram ficando com o “ouro do Brasil”
O resto é bobagem.
É claro que ao visitarmos os Palácios e Igrejas construídos com a riqueza extraída das colonias ficamos maravilhados e orgulhosos de pertencermos à esta nação luso brasileira. Não se pode esquecer , porém , que não se pode transmutar ouro em palácios ou igrejas sem os milhares de artesãos que com mãos , marretas e cinzéis criaram estas obras maravilhosas. E que dizer da logística ??
Ao contemplar o mosteiro da Batalha ou dos Jerônimos os brasileiros costumam pensar ” olha o que os portugueses fizeram com o ouro que roubaram do Brasil”. Mentira.! Os Jerônimos são do século XVI e a Batalha do XIV. Quanto a por a culpa nos portugueses, acho que, sim têm parte da culpa. Mas não por terem matado índios ou negros, mas por não terem com a riqueza que tinham em mãos construído uma nação forte, próspera e feliz. A este respeito recomendo um conto do nosso querido Eça ( sem dúvida o maior escritor da nossa língua) chamado “A Catástrofe”, que acredito quase nenhum português conheça, mas que descreve muito bem o espírito de ” under dog” que parece permear nossa civilização luso brasileira.
A respeito dos comentários sobre índios e negros tão ao gosto das mentalidades “libertárias” que nos tampos atuais ” se alevantam” gosto muito destes versos do nosso poeta maior :
No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho
Destemperada e a voz enrouquecida,
E não do canto, mas de ver que venho
Cantar a gente surda e endurecida.
Peço desculpa esta minha sinceridade, não quero ferir ninguém, mas dizem no Brasil que tudo o que de mau se fez no Brasil é culpa de Portugal. Que não exista qualquer duvida, no Brasil existem mais descendentes de outras nacionalidades do que de Portugueses, na altura da colonização existia mais gente de outras nacionalidades e locais que Portugueses. Não existiu roubo porque o território Brasileiro era parte de Portugal. Muito mais se tem roubado actualmente o Brasil por multinacionais (que não fica nada no Brasil) e disso ninguém fala. Se hipoteticamente tivesse existido roubo então todos os actuais descendentes eram descendentes de ladrões, porque os únicos que tinham direito a essa riqueza era os nativos, tudo o resto roubou, se formos a ver ao pormenor. A independência do Brasil foi a 7 de Setembro de 1822 e continua cheio de problemas graves, é também culpa dos Portugueses? Grandes desigualdades sociais, grande percentagem de analfabetismo, violência brutal nas ruas etc.
Tratem de resolverem os problemas do Brasil e deixem os Portugueses em paz!
Gabirro Teixeira
Concordo. Para complementar, quem critica os portugueses o que eles querem. Que portugal mandasse seus guerreiros, para lutar, sofrer e morrer para descobrir novas terras e depois de feito isso, simplesmente entregava de volta para o povo original de presente. É muita ingenuidade pensar assim. Devemos muito respeito a Portugues, é nossa terra mãe e irmãos. Vamos acabar com essa futrica. Os piores inimigos do Brasil, somos nós mesmos que deixamos se elegerem figuras como Collor, Sarney, Lula, Dilma e não reagimos com a roubalheira desses canalhas.
Existe neste debate um “detalhe” que pouco conhecem e discutem, inclusivamente por Historiadores, o que me parece mais grave. O Brasil jamais foi colónia de Portugal, isso é uma mistificação feita desde o século XIX! O Brasil era parte integrante de Portugal, e como tal não havia algum distinção entre uma parte e outra além do oceano que nos separa! Mereceu sim a distinção de reino com regalias idênticas às do histórico canto europeu! E quando lhe foi injustamente retirada essa qualidade, a revolta brasileira fez sentir, o que não espantou nada os portugueses a não ser os idiotas que nos governavam – não o rei, essa é outra das mistificações da História D. João VI quiçá foi um dos reis mais sensatos da História Portuguesa, que sofreu ainda como regente os malefícios dos gananciosos e loucos pelo poder. Ao recuar a administração do reino para o seu território do outro lado do oceano, derrotou Napoleão, sem ter de passar por aquilo que passaram inúmeras casas reis por toda a Europa, que ruíram uma atrás de outra. Napoleão invadiu três vezes o pequeno Portugal, não fez tal em mais lado algum!!! Eis a vital importância que este pequeno país tinha, e que só é desdenhado pelos outros, por que são estúpidos, coisa que Napoleão não o era! Sabia bem o valor que este pequeno e pobre país tinha, que apesar de tudo isso, detinha um império enorme atendendo ao tamanho da sua população e dos seus meios. E mesmo assim, Napoleão saiu daqui derrotado e os Portugueses não lhe fizeram a vontade. Só houve duas excepções em toda a Europa: Portugal e mais tarde a Rússia! Por que será? Será que a retirada da Casa Real russa é mais nobre e não é considerada “fuga”? Por ter sido feita a cavalo? Também é mentira que Portugal não tivesse navios apara a retirada, tinha, o “Príncipe da Beira” era um dos mais modernos do mundo à época, o que tínhamos era uma marinha pequena e em renovação muito lenta que, por sinal se iniciou de novo no reinado de Dª Maria I! Os ingleses, nada interessados no ascender militar naval português, ainda nesta na altura, nada de mais fizeram além de proteger o seu fiel aliado que levou com a “porrada toda” na sua vez, evitando a invasão da sua ilha e fazendo a guerra fora do seu território, e ao mesmo tempo poder manter um pé no continente europeu para poder dar resposta ao colosso francês, coisa que só os portugueses lhes permitam! Em segredo os ingleses sabem dar importância a isso, pois sabem o quanto lhes custou mais tarde ter de atravessar o canal da Macha para derrotar o exército Nazi! Mais essa História do ouro é um debate ao nível das mais ignorantes estapafúrdias mentes, que num excesso de vitimização e ideologia vem com a desculpa do ouro, cuja exploração viável durou menos de 100 anos muito antes de o Brasil se tornar independente, por que Portugal continuou pobre. Investia imenso nas suas colónias, não é por acaso que apesar de pequeno é o país que tem com o maior património mundial espalhado pelo mundo! Nem foi por acaso que as cidades brasileiras por exemplo cresceram e têm o património que têm, basta olhar em volta. Portugal continuava pobre apesar do seu imenso império por que as colónias não eram tão ricas como se supõe, pelo contrário, jamais nos deram rios de prata que as dos espanhóis lhes deram, e o nosso comércio desde cedo invejado pelas outras potências – como os brasileiros têm a obrigação de saber -, passou ser sabotado em tudo que era lugar, éramos combatentes fortes, mas sempre com um “pequeno grande defeito” fomos sempre poucos. O para nós uma frota com 10 navios era uma armada, para os holandeses por exemplo era de 120! Pois é. Hoje é triste ver que Portugal, ainda aparece hoje como esculpa para tudo o que de mal existe no próprio Brasil, como se isso fosse passados mais de 200 anos sobre a proclamação da independência desse território, a culpa fosse dos portugueses, e como se o enorme Brasil não tivesse sido construido com à custa desse pequeno povo e dele tenha a origem, a quem herdou a História, a cultura, a arquitectura etc etc, até a comida, mesmo com a mescla indígena e africana, que sempre ocorreu onde os portugueses estiveram -ainda hoje, se assiste a isso na cidade de Lisboa, os brasileiros que cá vivem são minhas testemunhas. Nem todos os nativos foram massacrados, essa é uma piada de mau gosto, foram atacados sim os que nos atacavam – dava mau jeito servir de jantar – agora avaliem quantas tribos eram aliadas e quantas se juntaram aos portugueses? Quantos mestiços existiam? Quantos contribuíram com o seu sangue para engrandecer o nome de Portugal? Quanto à escravatura é outro tema que deveria ser avaliado por que o estuda, pois sabemos que os portuguesas nada inventaram, que apenas aproveitaram uma parte de um “negócio” muito lucrativo em África, praticado desde sempre pelos africanos e árabes, que faziam de igual modo os portugueses escravos, deveriam saber desta também! Aliás a “caça” aos europeus e portugueses para a escravidão por africanos. No caso dos portugueses escravos só terminou em1838. Quando esta já havia sido proibida no território histórico português desde o Marquês de Pombal no reino de D. José! Os ataques às costas portuguesas em busca de escravos só após duras negociações com os poderes do Norte de África terminou. Aprendam que o mundo não é a preto e branco, nem que os homens de ontem tinham obrigatoriamente de pensar do mesmo modo que os de hoje, o mundo evoluiu, mas a mentira muitas vezes permanece.
Muito bem esmiuçado. Muita gente não sabe desses ataques às nossa populações costeiras, que seriam depois escravizadas nos países muçulmanos.
Outra coisa;
Dou-vos um pequeno excerto que retirei na Wikipédia, sobre a maneira da escravatura que Portugal fazia:
«« Ao chegar a Portugal, Antão Gonçalves foi recebido com entusiasmo, e os cativos muito bem tratados, mas Andahu pedia constantemente que o deixassem regressar à sua terra. O Infante D. Henrique acedeu ao seu desejo, e Antão Gonçalves, quando seguiu de novo para a Costa de África, levou consigo o chefe negro.»»
Boas considerações e atualmente no Brasil os professores de história gostam muito de ensinar a história/estória pronta e pouco se dão ao trabalho de uma pesquisa mais acurada.
Pior ainda é esses mesmos professores e os de economia querem pender todos os problemas atuais do Brasil aos portugueses, sem se preocuparem e contextualizarem todos os fatos/factos no decorrer dos séculos.
Perfeitas considerações. Portugal e Brasil pode ser considerando um pais só
Houve tempo em que o Brasil foi metrópolis e Portugal, colônia.
Felipe Pimenta Se vives em Itália, certamente que te deves deslumbrar com todo esse encanto arquitectónico tao característico de Itália. Como é que achas que isso aconteceu? Achas que o sindicato dos pedreiros estava la para proteger os mesmos? Achas que nao teve mao-de-obra escrava? Tal como nas Pirâmides do Egipto ou dos Maias? Fala a serio, deves andar é a passear os livros, porque entender o que estudas nao entendes. Toda a Rosa tem os seus espinhos, sempre foi assim e sempre será. Se te sentes tao incomodado com o passado dos teus antepassados, nao entendo porque adquiris-te a cidadania Portuguesa, eu chamo a isso Hipocrisia de nível Hard, pura contradição . Faz um favor a ti próprio e renega esse passaporte, que nao mereces. Deixa ser Português quem é Português
Se não fossem os Portugueses a chegarem ao Brasil primeiro outra grande potencia na época, chegaria lá.
E será que esses outros, levariam flores e pão de ló para os Índios?
Também nós fomos aprisionados e vendidos como escravos. Até 1810 os corsários do norte de África, faziam razias nas costas Portuguesas, levavam e roubavam tudo o que podia. Só em 1810 é que houve um acordo Luso/Argelino para acabar com isto.
É preciso olhar para a História com os olhos da época e não com olhos de agora!!!!!!!!!
Concordo com o colega. Portugal fez o que tinha que fazer e fez muito. Até hoje constatamos a forte influência portuguesa na arquitetura, religião, nos costumes. Nós somos em muita parte o que Portugal nos legou. Quando vejo as cidades de Minas gerais, ouro preto, as igrejas, me sinto em Portugal e quando estou no Porto, Guimarães ou Braga me sinto no Brasil. São duas nações, que se devem reciprocamente. Está no sangue. Criticar Portugal com a visão de hoje é fácil e irresponsável, quero ver nos colocarmos no lugar dos descobridores na época. Eu admiro a coragem e a bravura desses portugueses.
Se alguém tivesse que reclamar a colonização portuguesa, são os naturais do Brasil, os índios, não os descendentes dos colonos e os imigrantes que para lá foram. Essa questão, é mais uma das anedotas que nos chegam daquelas bandas.
Há uma verossimilhança entre as relações Brasil/Portugal e Palestina/Israel quando o assunto é a precocidade do uso do solo. Tal fato se justifica porque envolve questões de ancestralidade e religiosidade. Visto pelo prisma do conflito da ocupação das terras, percebemos que um povo primeiramente habitou essa porção sul do continente americano. Pesquisas arqueológicas apontam para algo em torno de 58.000 anos de ocupação humana do território que hoje chamamos Brasil. Os portugueses apareceram por essas bandas há pouco mais de 500 anos. A questão é saber quem tem (tinha) o direito sobre o que, qual será o metro será usado para fazer justiça e, mesmo, a necessidade da discussão. Se o ouro era valioso para Portugal, a mata, como lócus de produção de alimentos, era essencial para os povos que habitavam o espaço pindorâmico. Diferentemente de outras civilizações pré-colombianas como Incas, Maias, Olmecas, Astecas e Toltecas, os povos que aqui viviam (erroneamente chamados de índios) não possuíam um sistema de agricultura bem desenvolvido e isso justifica a necessidade de amplas áreas para caça, pesca e coleta de frutos. É inegável que Portugal contribuiu para acabar com essa realidade, ao adentrar as florestas, com suas entradas e bandeiras, capturar os povos e começar por derrubar a vegetação para agricultura. Tem-se aí a gênese da agricultura extensiva que depois foi continuada com a mão-de-obra escrava de nossos irmãos africanos que para cá vieram em diáspora. Obviamente que não estou a defender que existia uma harmonia entre os povos, pois de fato havia guerras entre eles, justamente pela disputa de território; ocorre que as forças bélicas eram semelhantes entre eles. Portugal agiu diferentemente: tratou de destruir a cultura do povo, por meio da horrenda cristianização dos povos, levada a efeito pelos aldeamentos de cariz religioso. Depois, o uso das armas de fogo contra as flechas colocava o povo do qual sou descendente legítimo em desvantagem. Aí com o poderio bélico e ideológico-religioso ficou fácil dominar os povos e tomar as suas terras para extrair o que interessava a Portugal: o ouro e a exploração da agricultura: cana-de-açúcar e depois café, mormente. Por outro lado, tenho sangue, nome e sobrenome português, gosto da língua portuguesa, pois foi essa que me introduziu ao mundo, inclusive para ajudar-me a desvencilhar de um fardo deixado pelos portugueses a nós descendentes indígenas: o nefando cristianismo. Poderia ter feito diferente? Não sei e não será eu o revisionista histórico a dar lição de moral, pois isso me cheira pensamento judaico-cristão. O que fez Portugal com o ouro, pouco me importa; antes, interessa-me mais saber a que custo humano tal ouro foi retirado. A questão edípica precisa ser compreendida por nós, de modo que isso não nos cause sofrimento a ambas as partes.
Você aprendeu que: Os portugueses desembarcavam no litoral africano invadiam a mata para caçar os nativos. Com poder de fogo superior, derrotavam tribos inteiras e as levavam para a praia. As vítimas eram forçadas a embarcar em navios negreiros , depois vendidas em vários portos ao redor do mundo.
A verdade:
Os próprios africanos vendiam escravos. Os portugueses não se aventuravam África adentro – eles tinham entrepostos comerciais no litoral, onde compravam escravos de guerra. Esse tipo de comércio sustentava a economia africana havia séculos. Os reis locais mais poderosos tinham escravos brancos e tanta influência que trocavam cartas com monarcas europeus.
Esse papo de ”os próprios africanos vendiam escravos” é muito conveniente…óbvio que daí não ventam os ventos da gloriosa ”civilização europeia”, tal qual não ocorre quando o civilizado branco europeu va fazer nefando turismo sexual em paraísos da pedofilia do sudeste asiático…
Falam em colonização, falam em escravatura e nem sabem que isso tudo fez parte do desenvolvimento do mundo em geral, os próprios portugueses já foram escravizados e já foram colonizados por outros povos… mas isso não interessa nada porque interessa falar só do seu umbigo. Na realidade toda essa coisa devia ficar na história ou no museu como o nós fizemos por isso evoluímos e conseguimos chegar até onde estamos. Pode não ser o paraíso mas já limpamos muita merda deste nosso pequeno país e recebemos as pessoas de braços abertos, convivemos como sempre com todas as culturas. Instigar separações, ódios, fobias baseado em linhas mal escritas do passado é o mesmo que preparar gente com barras de maconha e lavagem cerebral para iniciar uma guerra e, outra, e outra… para isso já há países a fazê-lo, infelizmente. O mundo precisa evoluir em direção ao entendimento e à paz.
Um comentário barrigudo e conservador.
Enfim, é o ser humano a funcionar na sua plenitude. Deixando aos nossos filhos esta mediocridade, esta falta de sensibilidade para com o espaço onde vivemos e sem se saber como vamos sair deste caus social (desabafo).
Gabirro Teixeira
Se o Brasil e Portugal continuassem um só País, o Brasil neste momento faria parte também da comunidade Europeia.
Gabirro Teixeira
O Brasil pertencia a Portugal, eles tinham todo o direito de fazer com o ouro o que eles bem desejassem.
Muito boa discussao! Estao todos corretos! mas acho q a cultura brasileira forjou-se a partir de uma realidade a qual o pais era usado como “celeiro” . Usado como fonte de riqueza para outro. Pegavam o q precisavam e levavam. Essa “cultura” do “sirva-se e leve para si” enraizou-se no povo brasileiro e por isso a tamanha corrupcao no sistema politico brasileiro. Outro ponto e q o Brasil nao lutou pela sua independencia. Comprou-a de Portugal assumindo a divida q Portugal tinha com os Ingleses por ajudarem na guerra contra Napoleao. Falta amor a patria.
Quase um ano após a publicação, encontro este interessante artigo. Não me quero alongar muito nesta questão. Apenas lembrar que, quando o território que hoje é Portugal era pertença do Império Romano, as pessoas que aqui habitavam, entre as províncias da Lusitânia, da Tarraconense e, mais tarde, a Galécia, não se chamavam portugueses. Eram romanos e só do Conventus Bracaraugustanus foi levado ouro para Roma, suficiente para a construção do Coliseu. Podemos dizer que os romanos roubaram o ouro de Portugal? Com certeza que não! Isso seria um absurdo já que Portugal ainda estava longe de existir. Aqui era Roma e Roma limitou-se a explorar recursos que existiam no seu Império.
Da mesma maneira, o Brasil, como país independente, também não existia até 1822. Provavelmente, se não tivesse sido colónia portuguesa, não existiria hoje tal como é. Seria mais provável existirem nesse grande território vários países, uns maiores, outros menores, tal como acontece no resto da América do Sul. Foram os bandeirantes e os vários tratados com Espanha, especialmente o de Madrid 1750 (assinado, precisamente, por D. João V), que fizeram do Brasil a grande nação que hoje é.
Abraço amigo a todos de uma margem e outra do Atlântico!