Há dúvidas que teimam em resistir, mesmo entre quem escreve todos os dias.
Uma das mais recorrentes – e também das mais simples de resolver – é saber quando usar “senão” ou “se não”.
À primeira vista parecem iguais, mas cada uma tem o seu lugar. Vamos por partes.
Quando se escreve “se não”?
“Se não” escreve-se separado e resulta da junção da conjunção “se” com a palavra “não”. Usa-se para introduzir uma condição negativa. Exemplos:
- Se não chover, vamos à praia.
- Termina o relatório, se não quiseres que o projeto atrase.
A lógica é simples: há uma condição (chover ou não chover, terminar ou não terminar) e algo depende disso.
E “senão”?
“Senão”, escrito junto, tem usos diferentes e aparece, sobretudo, em dois contextos:
- Como conjunção, com o sentido de caso contrário ou de outro modo:
- Estuda, senão reprovas.
- Trabalha com empenho, senão não chegas lá.
- Como substantivo, significando defeito, falha ou objeção:
- O plano era bom, mas tinha um senão difícil de contornar.
- Também pode surgir com valor de alternativa exclusiva, no sentido de a não ser:
- Não havia outra hipótese senão aceitar.
Como saber qual usar?
Deixa-te guiar por dois truques simples:
- Consegues substituir por “caso contrário” ou “mas sim”? Se sim, escreve “senão”:
- Estuda, senão (caso contrário) reprovas.
- Podes inserir o “não” a seguir a “se”? Então escreve “se não”:
- Se não te apressares, perdes o comboio.
Em resumo
- Usa “se não” para condições negativas: Se não leres, não aprendes.
- Usa “senão” para consequências ou alternativas exclusivas: Lê, senão ficas na ignorância.
Dominar esta distinção não é apenas uma questão de rigor – é uma forma de escrever com mais clareza e confiança.
E, com a prática, a dúvida acaba por desaparecer naturalmente.










