É possível que os Coretos sejam dos espaços públicos mais ignorados pelo português deste século. Passamos por eles como se fossem publicidade. Não ligamos e ficam-nos retidos na memória inadvertidamente, pela frequência com que aparecem, quer em aldeolas que as serras fizeram esquecer, quer em jardins urbanos das capitais de distrito. Não fosse o seu nome, e se calhar nem saberíamos o porquê da sua existência. Desconfiaríamos apenas que deveria ter tido alguma razão de ser, caso contrário não teriam existido. Mesmo assim, eles aguentam-se. E alguns ainda têm o propósito de outros tempos.
Não são apenas espaços para as bandas locais darem canções ao povo – são também parte de uma identidade bem local, um pequeno orgulho das freguesias do país. O aparecimento dos Coretos na vida das gentes está intimamente ligada ao surgimento dos jardins enquanto espaço público. O jardim veio para ficar com o planeamento urbano que começou por alturas do século XVIII e XIX. A ideia era criar um espaço de todos, verde e cuja inspiração devia muito ao romantismo. França terá sido dos primeiros países a criar tal ambiência, no seio de cidades e aldeias, onde a democratização dos espaços comunitários foi estimulado na ressaca da Revolução Francesa. Inglaterra seguiu os passos dados pelo seu vizinho a sul. E em poucos anos o Coreto era uma inviabilidade europeia, e um sinal identitário da terra onde figurava.
O Coreto, enquanto complemento musical, entrou aí, com maior incidência a partir do século XVIII. Fixavam-se no centro do jardim, habitualmente. Quase que dava a entender que o jardim se foi fazendo à volta dele. E assim surgiu o primeiro rádio do mundo, muito antes desse aparelho ser sequer um pensamento.
1. Coreto de Tavira

2. Coreto de Campo Maior

3. Coreto de Moura

4. Coreto de Vila Nova de Gaia

5. Coreto de Oliveira do Hospital

6. Coreto de Tábua

7. Coreto de Évora

8. Coreto de Castelo de Vide

9. Coreto de Oliveira de Azeméis

10. Coreto de Coimbra

11. Coreto de Chaves

12. Coreto de Sobral de Monte Agraço
