As filhoses transmontanas são um verdadeiro tesouro da doçaria portuguesa, uma iguaria que enche de alegria e sabor as mesas de Trás-os-Montes durante o Natal. Esta especialidade, com raízes profundas na cultura e na tradição da região, é uma demonstração do amor e da habilidade dos seus habitantes pela culinária.
Caracterizadas pela sua textura leve e sabor adocicado, as filhoses são um convite irresistível ao paladar, evocando memórias de celebrações em família e momentos de convívio. Cada filhós é um pequeno milagre de sabor, resultado de uma massa cuidadosamente preparada e habilmente frita.
A receita tradicional, transmitida de geração em geração, mantém-se fiel aos ingredientes simples e autênticos. O ato de preparar filhoses não é apenas um processo culinário, mas também um ritual festivo que reúne pessoas de todas as idades, unindo-as em torno da arte de cozinhar.
Em Trás-os-Montes, as filhoses são mais do que um doce – são um símbolo da identidade regional e um testemunho das tradições que resistem ao tempo. Fazer filhoses é recriar um pedaço da história, é manter vivos os costumes e as práticas de uma região rica em património cultural e gastronómico. Cada casa tem a sua própria receita, cada família tem o seu segredo, tornando cada filhós única e especial.
Ingredientes:
- 500 g de farinha de trigo
- 25 g de fermento de padeiro
- 3 ovos
- 100 ml de leite morno
- 50 g de açúcar
- Raspa de 1 limão
- 1 colher de sopa de aguardente
- Óleo para fritar
- Açúcar e canela para polvilhar
Preparação:
- Dissolva o fermento no leite morno.
- Numa tigela grande, misture a farinha com o açúcar, os ovos, a raspa de limão e a aguardente.
- Junte o leite com o fermento à mistura e amasse bem até obter uma massa homogénea e elástica.
- Deixe a massa levedar num local morno até dobrar de volume.
- Após a levedura, retire pequenas porções de massa e estique-as, formando discos finos.
- Frite as filhoses em óleo quente até dourarem de ambos os lados.
- Escorra em papel absorvente.
- Polvilhe as filhoses ainda quentes com uma mistura de açúcar e canela.
Dicas:
É crucial verificar se o fermento de padeiro está fresco antes de usar, pois um fermento velho pode não ativar corretamente, afetando a levedura da massa. Uma boa dica é dissolvê-lo em leite morno e esperar alguns minutos; se formar uma espuma na superfície, está ativo e pronto a usar.
O leite morno ajuda a ativar o fermento, mas cuidado para não o aquecer demasiado, pois temperaturas elevadas podem matar o fermento. O leite deve estar confortável ao toque, aproximadamente à temperatura do corpo.
Amassar a massa energicamente ajuda a desenvolver o glúten, o que é essencial para criar a textura certa nas filhoses. A massa deve ser trabalhada até ficar lisa, elástica e não pegajosa, o que pode levar vários minutos.
A massa deve levedar num local morno e sem correntes de ar para assegurar uma fermentação adequada. Um bom truque é colocar a massa num forno desligado com a luz acesa, criando um ambiente ideal para a levedura.
Estique a massa o mais finamente possível sem a romper, pois filhoses demasiado espessas podem ficar cruas por dentro. A massa fina garante que as filhoses fiquem crocantes por fora e macias por dentro após a fritura.
A temperatura ideal do óleo é crucial para uma fritura perfeita. Se o óleo estiver demasiado frio, as filhoses vão absorver gordura; se estiver demasiado quente, vão queimar por fora antes de cozinhar por dentro.
Ao fritar, evite colocar muitas filhoses de uma só vez, pois isso pode baixar a temperatura do óleo e resultar numa fritura desigual. Frite em pequenas quantidades para que cada filhós tenha espaço suficiente para cozinhar corretamente.
Após a fritura, é importante deixar as filhoses repousarem em papel absorvente para remover o excesso de óleo. Isso não só torna as filhoses menos gordurosas, mas também ajuda a manter a sua textura crocante.
Polvilhe as filhoses com açúcar e canela imediatamente após a fritura enquanto ainda estão quentes. O calor ajuda a mistura de açúcar e canela a aderir melhor, criando uma cobertura deliciosa e uniforme.