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Diogo Botelho: o português que, em 1535, navegou da Índia até Portugal num barco a remos

Para provar o seu valor ao Rei, Diogo Botelho Pereira decidiu ir da Índia até Portugal num barco a remos. Mas não correu como ele esperava.

VxMag by VxMag
Mar 17, 2025
in História
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Diogo Botelho

Diogo Botelho

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No século XVI, em plena era dos Descobrimentos, um jovem piloto decidiu arriscar tudo para provar o seu valor. Diogo Botelho, nascido na Índia Portuguesa e filho de um capitão de Cochim, era talentoso na arte da navegação e um apaixonado pelo mar.

Mas quando pediu ao rei D. João III a capitania de Chául, recebeu uma resposta humilhante: “Os pilotos não podem ser capitães de fortalezas!” O jovem ficou ferido no orgulho e jurou mostrar ao mundo do que era capaz.

Em vez de reconhecimento, Botelho viu-se preso e enviado de volta para a Índia, onde lhe foi proibido regressar a Portugal. Mas o piloto não aceitou o destino que lhe impuseram.

Decidiu regressar por conta própria e de forma espetacular: atravessaria o oceano numa pequena embarcação, provando a sua mestria na navegação e a sua lealdade ao reino.

Aproveitando o secretismo, Botelho construiu uma fusta, um barco pequeno e ágil, no qual planeava atravessar o Índico e o Atlântico. Com uma tripulação reduzida, incluindo escravos remadores, partiu clandestinamente da Índia em 1535, levando consigo uma valiosa informação: a fortaleza de Diu estava finalmente concluída.

A viagem foi um pesadelo. Tempestades, fome e sede testaram os limites da tripulação. Uma revolta dos escravos quase lhe custou a vida, mas Botelho e os seus homens conseguiram derrotá-los.

Exaustos e debilitados, chegaram aos Açores, onde foram recebidos com desconfiança. O corregedor das ilhas reconheceu Botelho como degredado e mandou vigiar os seus movimentos.

Fugindo às autoridades, Botelho conseguiu chegar a Lisboa antes que o capturassem. Sem perder tempo, montou a cavalo e cavalgou a toda a velocidade até Évora, onde D. João III estava hospedado. De madrugada, bateu à porta do palácio real.

Quando o rei e a rainha o receberam, ouviram-no relatar a sua extraordinária viagem. Diogo Botelho ajoelhou-se e declarou que arriscara tudo para mostrar a sua lealdade. Apresentou, então, os planos detalhados da fortaleza de Diu, que trouxera escondidos como um tesouro.

D. João III ficou impressionado e perdoou-lhe o degredo, permitindo-lhe regressar ao serviço na Índia. No entanto, o reconhecimento que merecia nunca chegou verdadeiramente. O pequeno barco que o trouxera de tão longe foi queimado por ordem do rei, talvez para evitar que outros tivessem ideias semelhantes.

A viagem de Diogo Botelho foi uma das mais ousadas da época dos Descobrimentos, mas continua a ser pouco conhecida. Num tempo em que as travessias oceânicas eram feitas em grandes naus, ousou desafiar o destino numa embarcação minúscula.

Hoje, a sua história merece ser recordada como um exemplo de coragem, persistência e amor pelo reino.

Se tivesse vivido noutra época, talvez o nome de Diogo Botelho estivesse ao lado dos grandes navegadores portugueses. Mas, tal como muitos heróis anónimos, a sua maior recompensa foi o orgulho de ter desafiado o impossível.

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