Os próximos dias deverão ser relativamente calmos, mas essa estabilidade pode não durar muito. As previsões começam a indicar que dezembro poderá trazer várias tempestades, períodos de chuva intensa e vento forte, num cenário mais instável do que aquilo a que muitos se habituaram nos últimos invernos.
O Atlântico está mais “energético”
De acordo com o Luso Meteo, o final de novembro já mostra mudanças claras na atmosfera. O Atlântico encontra-se com níveis de energia acima do habitual, resultado de águas mais quentes e grandes diferenças entre massas de ar.
Estes contrastes são terreno fértil para tempestades profundas, incluindo as chamadas ciclogéneses explosivas — sistemas que se intensificam muito rapidamente e que podem originar vento muito forte e chuva persistente.
O que dizem os modelos meteorológicos
Modelos de referência como o ECMWF começam a apontar para padrões invulgares: depressões muito intensas, algumas possivelmente abaixo dos 970 hPa, poderão passar perto de Portugal. Quando isto acontece, os impactos costumam ser significativos:
- vento forte;
- agitação marítima elevada;
- chuva intensa em curtos períodos de tempo;
- possibilidade de avisos laranja ou vermelho do IPMA.
Frio sim, mas sem extremos
Apesar da instabilidade, não se espera uma vaga de frio severa. Pode nevar, mas sobretudo nas zonas mais altas do país, como a Serra da Estrela, e acima dos 1200 metros.
Ainda assim, o comportamento atmosférico pode mudar rapidamente. Em alguns cenários, o anticiclone pode deslocar estas tempestades para norte, diminuindo os impactos em território nacional.
Quando podem chegar as tempestades?
A segunda semana de dezembro é, para já, o período mais provável para o início dos episódios mais fortes. Tudo indica que várias frentes ativas poderão atingir o território em sequência, criando dias de chuva mais intensa e vento mais persistente.
Conselhos úteis para enfrentar o mês
Numa fase de maior instabilidade, alguns cuidados simples podem fazer diferença:
- Acompanhar os avisos do IPMA antes de sair de casa.
- Evitar deslocações desnecessárias em dias com alerta para vento forte ou chuva extrema.
- Manter caleiras, varandas e ralos limpos, reduzindo o risco de inundações domésticas.
- Reforçar janelas e objetos expostos ao vento, especialmente em habitações mais vulneráveis.
- Ter atenção à agitação marítima e evitar zonas costeiras em dias de mar muito agitado.
- Verificar viaturas, sobretudo pneus e escovas limpa-vidros, que são essenciais em dias de chuva persistente.
- Prevenir cheias rápidas, especialmente em garagens ou zonas baixas.
Um inverno mais próximo do que já foi habitual
As projeções reforçam a ideia de que dezembro poderá ser um mês mais chuvoso e ventoso do que nos últimos anos.
Esta instabilidade não é inédita, mas reflete um Atlântico mais ativo e fenómenos meteorológicos mais concentrados.
Preparação e vigilância continuam a ser as melhores defesas, mesmo que o cenário acabe por ser menos severo do que o previsto.







