Guimarães é mais do que o berço de Portugal. É uma cidade viva, onde a história se cruza com tradições que perduram, festas que movem multidões e episódios curiosos que marcaram a identidade local.
Estas cinco curiosidades ajudam a perceber como Guimarães é feita de episódios que, mesmo fora dos manuais escolares, revelam o carácter e o orgulho das suas gentes.
1. A batalha entre mãe e filho que mudou o destino do país
Em 1128, às portas de Guimarães, travou-se um dos momentos fundadores da nacionalidade portuguesa. D. Afonso Henriques enfrentou as tropas da sua mãe, D. Teresa, e saiu vitorioso na Batalha de São Mamede.
Esta vitória consolidou o seu poder no Condado Portucalense e preparou o caminho para a independência do reino. É por isso que, ainda hoje, se lê na muralha da cidade a inscrição: “Aqui nasceu Portugal”.
2. A praça de touros construída em tempo recorde
Na madrugada de 28 de julho de 1947, um incêndio destruiu a recém-construída praça de touros de Guimarães, prevista para inaugurar no próprio dia. As festas da cidade aproximavam-se e, perante o desânimo geral, surgiu a mobilização popular.
Com materiais e mão-de-obra oferecidos por toda a comunidade, a praça foi reconstruída… em apenas cinco dias. A corrida das “Gualterianas” realizou-se como previsto — e o país inteiro assistiu, orgulhoso, à determinação dos vimaranenses.
3. O primeiro teleférico de Portugal
Foi em Guimarães que se construiu o primeiro teleférico de Portugal, inaugurado a 11 de março de 1995.
A ligação de 1700 metros entre a cidade e a Montanha da Penha proporciona vistas únicas e conduz ao Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Penha, envolvido por uma paisagem natural rica em rochedos, trilhos e vegetação autóctone. No topo, há ainda restaurantes, hotel, parque de campismo, ciclovias e percursos pedestres.
4. Nicolinas: mais do que uma festa de estudantes
As Festas Nicolinas são uma das tradições mais enraizadas de Guimarães. Com origem na devoção a São Nicolau, padroeiro dos estudantes, estas celebrações decorrem entre 29 de novembro e 7 de dezembro, misturando religiosidade, folclore, gastronomia e um espírito comunitário muito próprio.
Eventos como o Cortejo do Pinheiro ou as Maçãzinhas envolvem jovens e antigos estudantes, mas também toda a cidade. Nas Maçãzinhas, por exemplo, raparigas atiram fitas e maçãs desde as varandas aos rapazes que desfilam com lanças — uma forma tradicional de cortejo amoroso que ainda hoje se cumpre.
5. Guimarães, Capital Europeia da Cultura em 2012
Em 2012, Guimarães foi Capital Europeia da Cultura, afirmando-se no panorama europeu com uma programação artística e cultural intensa e diversificada. O ano ficou marcado por concertos, exposições, performances e intervenções urbanas que deixaram marcas na cidade.
Dessa dinâmica cultural nasceram novos espaços, como a Plataforma das Artes e Criatividade, o Instituto de Design e a Casa da Memória. Guimarães reinventou-se sem perder o vínculo à sua história — e continua a afirmar-se como um dos centros culturais mais relevantes do país.
Guimarães é feita de símbolos e de histórias que lhe dão alma. Visitar a cidade é percorrer séculos de história, mas também conhecer uma comunidade que sabe preservar as suas tradições e reinventar-se com autenticidade. E é isso que torna Guimarães tão única.










