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Casamansa: a ex-colónia portuguesa que luta pela independência

Ninguém fala nem ninguém parece preocupar-se, mas há no Senegal uma antiga colónia portuguesa que luta pela independência. Descubra a história de Casamansa.

VxMag by VxMag
Jul 22, 2021
in História
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Casamansa

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O domínio do Senegal na região tem vindo a ser contestado há muito, mas, quando entre 1974 e 1975 as antigas colónias de Portugal no Ultramar se tornaram nações independentes, as forças políticas de Casamansa viram a sua oportunidade de reivindicar a sua origem de “ex-colónia portuguesa”, apesar de Portugal a ter cedido definitivamente à França em 1908.

É verdade que a França tentava resolver a questão a seu favor de forma definitiva desde 1884-1885, e acabou por o conseguir na Conferência de Berlim, que dividiu África entre ingleses, franceses, belgas, alemães e portugueses, mas só mais tarde o conseguiu.

Os portugueses aqui chegaram primeiro, tendo Diniz Dias “descoberto” o local em 1445. Para outros, a região apenas foi descoberta em 1446, quando, por ordem do infante D. Henrique, António de Nolle e Luís de Cadamosto percorreram a costa do rio Geba. Uma coisa se sabe: a origem do nome, já que Casamansa significa, na linguagem do país, rei do rio dos Cassangas (mansa quer dizer rei ou senhor).

Casamansa
Mapa de Casamansa (a vermelho)

Esta colónia nasceu a partir de uma feitoria em Ziguinchor, e é hoje uma cidade com cerca de 40 mil habitantes (e um milhão nos seus subúrbios).  Foi criada para intensificar o comércio de escravos com o Império Gabu, um reino que englobava, para além de Casamansa, a Guiné-Bissau e a Gâmbia, reunindo etnias como a jola, a fula, a banta e a manjaco.

Atraídos pelo comércio de escravos, os franceses chegaram em 1459, sendo que, no séc. XVIII, franceses e portugueses combateram entre si na região. A partir de 1908, Casamansa passou a pertencer à França, mas não se integrou no Senegal.

Foi depois da Segunda Guerra Mundial que se criou a Federação do Mali, que reunia o Senegal e Casamansa. Com a democratização das atividades políticas, em 1947, surgiram o Bloco Democrático Senegalês, comandado por Leopold Senghor, e o MFDC, que apenas se juntou à luta armada em 1982. A Federação foi declarada independente em 1958, com o Mali a retirar-se dois anos mais tarde, já que pretendia que a capital fosse Bamako e não Dacar.

Assim, Casamansa ficou unida ao Senegal por um documento que previa a coligação por duas décadas, embora, em 1980, Senghor tenha entendido que era melhor que Casamansa continuasse unida ao Senegal. Após a sua saída do poder, deu-se a tragédia de Zinguinchor, com o naufrágio da balsa MV Le Joola, no qual pereceram pelo menos 1863 pessoas.

Ziguinchor, Casamansa
Ziguinchor, Casamansa

Dos 3,5 milhões de habitantes, apenas 10% são alfabetizados e sabem um pouco de francês. A maioria da população fala o idioma jola e o crioulo português, sendo que apenas alguns membros da elite usam o francês. A ligação à lusofonia é mais forte, até porque Portugal esteve por lá 462 anos, contra as oito décadas dos franceses. O crioulo de Casamansa é uma língua crioula baseada no português que é considerado um dialeto do crioulo da Guiné-Bissau falado principalmente na região de Casamansa no Senegal e também na Gâmbia.

Dacar esforça-se para erradicar a cultura lusa, mas existem ainda alguns monumentos em ruínas que atestam a presença portuguesa. Como curiosidade, não existem jornais ou emissoras de rádio em português em Casamansa. Apenas podem entrar jornais franceses impressos em Dacar.

Atualmente os laços com a Guiné-Bissau ainda são muito fortes, desde laços familiares, sociais, religiosos e étnicos, de tal forma que em 1985 num questionário, 70% respondeu já ter visitado a Guiné-Bissau. E mesmo apesar do crioulo de Ziguinchor ser do tipo do crioulo de Cacheu a influência do de Bissau ainda se faz sentir na região.

As diferenças étnicas e culturais entre os povos de Casamansa, da qual Ziguinchor é a capital, e dos povos da região norte do Senegal que são maioritariamente wolof são muito grandes, motivo que leva Casamansa já há alguns anos a lutar pela sua independência (desde 1982, mais concretamente). Muitos historiadores veem neste fato uma herança dos conflitos luso-franceses sobre o território que hoje se reparte entre a Guiné-Bissau e o Senegal.

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