Quando se pensa nas palavras mais usadas na língua portuguesa, talvez se espere uma lista composta por termos ricos, expressivos, capazes de traduzir grandes ideias.
Mas a realidade é bem diferente: as palavras que mais circulam no nosso discurso são, na sua maioria, discretas e funcionais. Ligam frases, estruturam ideias, servem de ponte entre o pensamento e a fala.
Afinal, ninguém constrói frases sem de, a, e ou o. São palavras quase invisíveis, mas indispensáveis.
Ainda assim, há espaço para destacar também os substantivos, verbos, adjectivos e outros vocábulos com mais conteúdo semântico. Juntos, ajudam a perceber o que é mais comum, mais pensado e mais dito no quotidiano em português.
Os substantivos que mais se ouvem
Os substantivos são o centro da frase. Nomeiam objetos, sentimentos, pessoas, ideias. A palavra mais usada é coisa, termo vago e versátil, capaz de substituir quase tudo. Seguem-se vocábulos do dia a dia como casa, tempo, ano, entre outros.
Substantivos mais frequentes:
- coisa
- casa
- tempo
- ano
- dia
- vez
- homem
- mulher
- senhor
- senhora
- rapaz
- rapariga
Adjetivos: os mais repetidos
Os adjetivos que mais se destacam são simples, úteis e aplicáveis a muitos contextos. São eles que qualificam, avaliam e definem os substantivos com que convivem.
Adjetivos mais frequentes:
- bom
- grande
- melhor
- pior
- certo
- último
- próprio
Verbos: o que mais fazemos (ou dizemos que fazemos)
Os verbos dão corpo à acção. Os mais usados são os chamados verbos auxiliares, fundamentais para construir tempos compostos e dar estrutura às frases. São também verbos que usamos para estar, ser e ter — em suma, para existir.
Verbos mais frequentes:
- ser
- ir
- estar
- ter
- haver
- fazer
- dar
- ficar
- poder
- ver
Advérbios: tempo, modo e intensidade
Servem para precisar, reforçar ou negar. Os advérbios mais comuns apontam para o tempo das acções, a sua frequência ou a sua intensidade.
Advérbios mais frequentes:
- não
- mais
- muito
- já
- quando
- mesmo
- depois
- ainda
Numerais: quantidades que contam
A linguagem também precisa de números. O um é, sem surpresa, o mais usado — tanto como cardinal como ordinal (primeiro). Cem e mil surgem pela sua força simbólica e frequência em expressões do quotidiano.
Numerais mais frequentes:
- um
- dois
- primeiro
- cem
- mil
As palavras discretas, mas fundamentais
A base da construção frásica assenta em palavras que, apesar de parecerem menores, são essenciais. Artigos, preposições, conjunções e pronomes são o cimento da nossa língua.
Artigos mais frequentes:
- a
- o
- um
- uma
Preposições mais frequentes:
- de
- em
- para
- por
- com
- até
Conjunções mais frequentes:
- e
- mas
- ou
- também
- se
- assim
- como
- porque
Pronomes mais frequentes:
- que
- eu
- ele
- este
- esse
- isso
- sua
Interjeições: quando a emoção fala
Embora com menor peso gramatical, as interjeições são reveladoras da espontaneidade da linguagem falada. Expressam dor, surpresa, alívio, entre tantas outras emoções.
Interjeições mais frequentes:
- Ai!
- Ah!
- Au!
- Ui!
- Hum!
Estas 73 palavras ajudam-nos a perceber melhor não só a língua portuguesa, mas também a forma como pensamos e comunicamos.
São palavras pequenas, mas com grande presença. E, se as analisarmos com atenção, talvez revelem mais sobre nós do que imaginamos.










