O Natal é celebrado de muitas formas, em diferentes partes do mundo. A época, associada ao nascimento de Cristo, à família e à partilha, assume significados diversos consoante a cultura e o país.
Mesmo em contextos não-cristãos, esta festividade deixou marcas e gerou tradições únicas – algumas insólitas, outras com raízes antigas.
Conheça nove curiosidades sobre o Natal que atravessam geografias, crenças e costumes.
1. Da Natividade ao Natal
A palavra “Natal” vem do latim Nativitas, que significa nascimento. Em português, a forma original era “Natividade”, mas acabou por evoluir para “Natal”. Já em inglês, Christmas deriva da expressão antiga Cristes Maesse, ou seja, Missa de Cristo.
2. O Pai Natal não é tão antigo quanto parece
A imagem do Pai Natal, com fato vermelho e barba branca, é bem mais recente do que se pensa.
Inspirado em São Nicolau, um bispo generoso do século IV, o Pai Natal como o conhecemos hoje foi popularizado nos Estados Unidos no século XX – com grande ajuda da Coca-Cola, que consolidou a figura nas suas campanhas publicitárias a partir dos anos 30.
3. Os primeiros cartões de Natal
A tradição de enviar cartões natalícios nasceu em 1843, quando Henry Cole, funcionário britânico, mandou ilustrar uma imagem festiva e reproduziu-a em papel para enviar a familiares e amigos.
Os postais tornaram-se comuns ao longo do século XIX e XX, embora o hábito tenha perdido força com a chegada da internet. Hoje, continuam a existir, sobretudo ligados a causas solidárias.
4. A bruxa italiana que distribui presentes
Em Itália, a lenda da Befana faz parte das tradições natalícias. Conta-se que, ao ser convidada pelos Reis Magos para seguir até Belém, a bruxa recusou — e arrependeu-se.
Desde então, na noite de 5 para 6 de Janeiro, sai em busca do Menino Jesus, oferecendo presentes às crianças. Em algumas regiões italianas (e também em Espanha), é tradição oferecer pequenas figuras da bruxinha.
5. A luz do Natal na Noruega
Na Noruega, os festejos começam a 13 de Dezembro, dia de Santa Lúcia. A luz é um símbolo central desta época, com velas e lareiras a criar ambiente nas casas.
Há também um ritual curioso: esconder uma noz num recipiente de arroz-doce. Quem a encontrar terá sorte no novo ano. E até os animais de estimação recebem uma refeição especial.
6. Um Natal de doze pratos na Rússia
A ceia de Natal russa, celebrada a 7 de Janeiro segundo o calendário ortodoxo, inclui doze pratos, representando os doze apóstolos. Mais tarde, na passagem de ano, chega Ded Moroz (o “avô gelo”) com a sua neta, Snegurochka.
Tal como o Pai Natal, distribuem presentes às crianças — mas com sabores mais eslavos, como bolos de gengibre e bonecas matrioshkas.
7. Omisoka: a tradição japonesa do ano novo
Embora o Natal não seja tradicional no Japão, a passagem de ano é levada muito a sério. A 31 de Dezembro celebra-se o Omisoka, dia de limpeza profunda da casa, num ritual de renovação.
À noite, come-se aletria (símbolo de longevidade) e, após os sinos dos templos soarem, muitas famílias dirigem-se aos santuários xintoístas.
8. Natal na Índia com influências portuguesas
Na Índia, o Natal é feriado nacional, especialmente celebrado por comunidades cristãs. As tradições incluem árvores, presépios e canções, num estilo próximo ao europeu.
Curiosamente, muitas dessas comunidades cristãs nasceram da evangelização portuguesa, sobretudo em Goa e no sul do país. O ano novo, porém, só começa em Abril, de acordo com o calendário lunar hindu.
9. Hanukkah: uma celebração paralela
Embora não seja um substituto do Natal, o Hanukkah é uma celebração judaica que acontece por volta da mesma altura. Comemora a reconsagração do Templo de Jerusalém após a vitória dos Macabeus.
Acendem-se velas durante oito noites, joga-se com o dreidel e partilham-se doces. É uma festa de luz e resistência, muito celebrada pelas famílias judaicas.
Estas tradições mostram que, mesmo em contextos diferentes, o final do ano é tempo de reunião, celebração e esperança. E que o Natal, seja com neve, velas ou bruxinhas, é uma época que continua a reinventar-se à volta do mundo.










