Nos últimos anos, a fritadeira de ar quente tornou-se presença habitual nas cozinhas portuguesas. Compacta, rápida e fácil de usar, tem conquistado quem procura preparar refeições práticas e com menos gordura. Mas será que é mesmo mais económica do que o forno tradicional?
Embora ambos funcionem com ar quente, há diferenças importantes entre os dois equipamentos — e essas diferenças têm impacto direto na conta de eletricidade.
Dois métodos, objetivos diferentes
O forno elétrico continua a ser o aliado de quem prepara grandes assados, bolos ou pratos que exigem cozedura prolongada. Utiliza calor radiante, distribuído por resistências, e atinge temperaturas que podem ultrapassar os 250 °C.
A fritadeira de ar quente, por sua vez, faz circular ar quente a alta velocidade num espaço mais reduzido, conseguindo resultados semelhantes à fritura, mas com pouco ou nenhum óleo.
A diferença de dimensão é determinante: a fritadeira é pensada para pequenas porções — batatas, legumes, empanados ou asas de frango — enquanto o forno foi feito para cozinhar em maior quantidade. E essa diferença de capacidade tem reflexos diretos no consumo energético.
O que consome mais energia?
Segundo dados da Endesa, as fritadeiras de ar têm uma potência média entre 1000 e 1800 watts, o que corresponde a um consumo entre 0,8 e 1,5 kWh por utilização.
Já um forno elétrico convencional, de acordo com a Naturgy, consome entre 2000 e 3000 watts, com um gasto que pode variar entre 1 e 1,5 kWh — podendo ser superior em receitas que exigem pré-aquecimento ou cozedura longa.
Numa comparação prática, cozinhar uma pequena porção de asas de frango pode gastar cerca de 0,3 kWh numa fritadeira de ar, contra 1 kWh ou mais num forno. A diferença está na rapidez do processo e na menor necessidade de energia para aquecer o ar num espaço reduzido.
| Aspeto | Forno elétrico | Fritadeira de ar quente |
|---|---|---|
| Modo de funcionamento | Utiliza calor radiante, distribuído por resistências. | Faz circular ar quente a alta velocidade num espaço pequeno. |
| Potência média | 2000 a 3000 watts. | 1000 a 1800 watts. |
| Consumo por utilização | Entre 1 e 1,5 kWh (pode ser superior). | Entre 0,8 e 1,5 kWh (dependendo do modelo e tempo). |
| Pré-aquecimento | Necessário na maioria das receitas. | Quase desnecessário. |
| Capacidade | Grande — ideal para várias porções ou pratos simultâneos. | Pequena — adequada a refeições rápidas ou individuais. |
| Tempo de cozedura | Mais longo. | Mais curto, devido à circulação rápida do ar. |
| Temperatura máxima | Pode ultrapassar 250 °C. | Normalmente até 200 °C. |
| Textura dos alimentos | Resultados variados (assados, gratinados, bolos). | Alimentos mais crocantes, mas por vezes mais secos. |
| Eficiência energética | Menor, devido ao tamanho e ao tempo de cozedura. | Maior, especialmente para pequenas quantidades. |
| Ideal para | Receitas elaboradas, grandes quantidades e cozeduras longas. | Refeições rápidas, porções pequenas e uso diário. |
Hábitos que fazem a diferença
O consumo real depende também da forma como cada aparelho é usado. Abrir a porta do forno a meio da cozedura, por exemplo, faz perder calor e obriga o aparelho a consumir mais energia para estabilizar a temperatura. Na fritadeira, esse efeito é menor devido ao tamanho compacto.
Outro fator é a quantidade de comida preparada. Para refeições individuais, a fritadeira de ar é mais eficiente. Mas se for preciso cozinhar para uma família, pode ser necessário repetir o processo várias vezes, anulando parte dessa vantagem.
O forno, nesse caso, continua a ser mais prático e eficiente, sobretudo quando se cozinham vários pratos ao mesmo tempo.
A escolha depende do uso
No dia a dia, a fritadeira de ar é uma opção mais económica e conveniente para refeições rápidas. O forno mantém a preferência em receitas elaboradas e em cozinhas onde o espaço não é um problema.
Em tempos de energia cara e orçamentos apertados, conhecer o consumo de cada aparelho é essencial. E, nesse equilíbrio entre eficiência e praticidade, a fritadeira de ar quente leva uma ligeira vantagem — pelo menos quando usada com moderação e para pequenas quantidades.







