A presença do mosquito-tigre em Portugal está a aumentar de forma silenciosa, mas constante.
Com as temperaturas amenas a prolongarem-se no outono devido às alterações climáticas, especialistas alertam para a expansão desta espécie invasora, conhecida por ser transmissora de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Um inseto em crescimento no território nacional
O Aedes albopictus, vulgarmente chamado mosquito-tigre, tem vindo a ser identificado em várias zonas do país, sobretudo no litoral e em áreas urbanas densamente povoadas. Em 2025, a tendência mantém-se, e as autoridades de saúde pública reforçam a vigilância para acompanhar a progressão da espécie.
Monitorização rigorosa pelo Instituto Ricardo Jorge
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) lidera a monitorização nacional desta espécie invasora. Técnicos especializados recolhem e analisam amostras em pontos estratégicos, através de armadilhas distribuídas por todo o território.
Os dados obtidos permitem avaliar a densidade populacional, mapear a expansão geográfica e detetar precocemente possíveis surtos de doenças associadas ao mosquito. Esta vigilância é fundamental para definir medidas preventivas e proteger a saúde pública.
Pequeno, mas com grande impacto
Originário do Sudeste Asiático, o mosquito-tigre distingue-se facilmente pelo corpo escuro com listas brancas e pelas patas listradas. Diferencia-se de outras espécies por ser ativo durante o dia e picar várias vezes no mesmo período, o que aumenta o risco de transmissão de vírus.
A sua capacidade de reprodução também é notável: basta uma pequena quantidade de água parada — como num prato de plantas, balde ou pneu — para que os ovos se desenvolvam rapidamente, originando novas gerações em poucos dias.
Doenças e riscos potenciais
Portugal ainda não registou surtos de dengue ou zika associados ao mosquito-tigre, mas o risco existe. Basta que um viajante infetado introduza o vírus para que ocorra transmissão local.
Em países como França e Itália, já se verificaram casos autóctones de dengue, o que demonstra que o perigo não é distante.
As autoridades portuguesas sublinham que o controlo ambiental é a medida mais eficaz para travar a propagação do mosquito: eliminar pontos de água estagnada, limpar recipientes no exterior e instalar redes mosquiteiras são ações simples que podem fazer a diferença.
O papel dos cidadãos
O combate ao mosquito-tigre exige vigilância comunitária. A colaboração dos cidadãos é essencial: sempre que forem detetados insetos suspeitos ou possíveis criadouros, deve ser feito um alerta às autoridades locais ou através das plataformas oficiais de vigilância.
Com um clima cada vez mais propício à sua reprodução e a globalização a facilitar a disseminação de vírus, o mosquito-tigre representa uma ameaça crescente em Portugal. Atuar cedo é a melhor forma de evitar surtos de doenças no futuro.







