Com formas esculturais e um ar exótico, as próteas são plantas originárias da África do Sul que têm vindo a conquistar cada vez mais espaço nos jardins portugueses.
São resistentes, de baixa manutenção e impressionam pelas inflorescências grandes, duradouras e de cores intensas.
Há mais de uma centena de espécies conhecidas e, apesar de parecerem delicadas, as próteas adaptam-se bem ao clima mediterrânico, desde que se respeitem as suas preferências: solos pobres, sol pleno e regas moderadas.
Cultivar próteas no jardim
Para que as próteas cresçam de forma saudável no exterior, é essencial escolher bem o local e preparar o solo:
Solo e drenagem
Estas plantas preferem solos arenosos, ácidos (pH entre 5.5 e 6.5) e bem drenados. Evite solos argilosos ou pesados. Se necessário, pode melhorar o solo com turfa, perlite ou areia grossa. As próteas não toleram fósforo em excesso, por isso escolha um adubo adequado, sem este nutriente.
Rega
Durante o primeiro ano, as regas devem ser mais frequentes para favorecer o enraizamento. Depois disso, regue apenas nas épocas de calor intenso, uma vez por semana é suficiente. Regue sempre pela manhã ou ao final da tarde, evitando molhar as folhas.
Luz e temperatura
As próteas precisam de muito sol direto — idealmente, seis ou mais horas por dia. Toleram temperaturas baixas, mas devem ser protegidas em zonas com invernos rigorosos, especialmente se houver humidade excessiva.
Mulching
Aplique uma camada de folhas secas ou casca de pinheiro à volta da base da planta. Ajuda a reter a humidade, mantém a acidez do solo e protege as raízes do frio.
Cultivar próteas em vaso
Não tem jardim? Também é possível cultivar próteas em vaso — basta escolher a espécie certa e seguir algumas regras básicas.
Substrato e vaso
Escolha um vaso grande, com furos de drenagem, e forre o fundo com argila expandida ou pedras. Use um substrato leve e ácido, com pelo menos 30% de perlite.
Rega e fertilização
- Verão: regue diariamente, sem encharcar.
- Inverno: reduza a rega, mas mantenha o substrato ligeiramente húmido.
- Fertilização: use um adubo sem fósforo, combinado com quelato de ferro. No verão, fertilize semanalmente. No outono, a cada duas semanas.
Luz e abrigo
As próteas em vaso devem estar num local muito iluminado. No inverno, se houver risco de geada, resguarde a planta num espaço protegido e bem ventilado.
Espécies recomendadas
Há várias espécies que se adaptam bem ao cultivo em Portugal, tanto em vaso como no jardim:
- Protea cynaroides: também conhecida como flor do rei, é a mais emblemática. Tem flores grandes, redondas e vistosas, em tons de branco, rosa, vermelho ou salmão. Pode chegar aos 2 metros de altura.
- Protea compacta: de porte mais baixo (cerca de 60 cm), é ideal para jardins pequenos. As flores, em tons de vermelho e amarelo, lembram pequenas coroas.
- Protea neriifolia: tem folhas alongadas e inflorescências em forma de cone. As cores variam entre o branco, rosa e vermelho. Pode atingir até 3 metros.
- Protea ‘Little Prince’: híbrido de pequena dimensão, ideal para cultivo em vaso. As flores são rosadas, com apontamentos brancos, e mantêm-se bonitas durante muito tempo.
- Leucospermum cordifolium: apesar de não pertencer ao género Protea, é da mesma família. As suas flores globosas com estames salientes lembram alfinetes coloridos — amarelos, laranja ou vermelhos.
Pragas e doenças
As próteas são relativamente resistentes, mas podem ser afetadas por:
- Pulgões e cochonilhas, que se combatem com sabão neutro ou óleo de neem.
- Fungos, devido ao excesso de humidade. Evite molhar as folhas e garanta boa ventilação.
- Clorose (amarelecimento das folhas), sinal de excesso de fósforo ou carência de ferro. Neste caso, suspenda o adubo e use quelato de ferro.
Um toque exótico e duradouro
Se procura uma planta fora do comum, resistente e decorativa, a prótea é uma excelente escolha.
Exige pouco, floresce de forma generosa e resulta muito bem tanto em jardins como em varandas soalheiras. Uma aposta segura para quem valoriza estrutura, textura e cor.










