Há lugares que nascem discretos, apenas conhecidos por alguns. A Praia do Amado, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, começou assim: refúgio de surfistas, escondida entre falésias recortadas e dunas baixas.
Hoje, sem nunca ter perdido o lado selvagem, tornou-se paragem obrigatória para quem procura natureza, mar e espaço para respirar.
A praia estende-se entre arribas de tons ocres, que mudam de cor com a luz do dia. O areal é amplo, suficiente para quem quer surfar, estender a toalha sem pressas ou explorar as formações rochosas que moldam o horizonte.
A ondulação atlântica atrai praticantes de surf, bodyboard e stand up paddle, com escolas locais prontas a acolher quem chega sem experiência ou sem prancha.
É, aliás, um ponto habitual do calendário competitivo nacional e europeu de surf. Mas mesmo nos dias sem provas, há sempre movimento na água — e um silêncio tranquilizador em terra.
A praia tem vigilância na época balnear, estacionamento e um pequeno bar onde se pode comer algo leve ou beber um café com vista.
A Bandeira Azul confirma o que os olhos já adivinham: a qualidade da água e o cuidado com o espaço são levados a sério.
Para além do mar, os trilhos que ligam o Amado a outras praias e miradouros são motivo suficiente para ficar mais tempo. As caminhadas por esta costa revelam pequenas enseadas escondidas e zonas de vegetação autóctone.
A fauna, discreta, espreita quem passa: andorinhões, raposas, coelhos e até algumas orquídeas silvestres no final da primavera.
Ao final do dia, a praia transforma-se. O céu escurece devagar, e a ausência de luz artificial cria um palco natural para observar estrelas.
Sem grandes equipamentos, basta deitar-se na areia e olhar para cima: a Via Láctea aparece, e os sons do mar tomam conta de tudo.
Nos arredores, há muito por explorar. Carrapateira está logo ao lado, Aljezur convida a um passeio até ao castelo e aos seus mercados locais, e Sagres surpreende com a imponência da fortaleza e do cabo.
Lagos, mais cosmopolita, fica a curta distância e junta história, gastronomia e marinas com passeios às grutas da Ponta da Piedade.
Mas mesmo com tantas possibilidades, há algo que prende no Amado: a sensação de que o essencial está ali. Um mar com força, um horizonte limpo, uma praia com alma. E um nome que faz jus ao que se sente.










