Há praias que parecem feitas à medida para postais — e a da Marinha, em Lagoa, encaixa nesse retrato com naturalidade.
O tom dourado das falésias, o contraste com o azul do mar e a tranquilidade que ali se sente fazem deste lugar um refúgio que vale cada degrau da escadaria que lhe dá acesso.
Situada entre escarpas esculpidas pelo tempo, a Marinha tem um areal recortado, águas calmas e uma transparência que convida a explorar o fundo do mar.
É habitual ver visitantes de máscara e tubo, a deslizar silenciosamente à procura de estrelas-do-mar e cavalos-marinhos – a biodiversidade por aqui é generosa, e o mar convida a ficar.
O acesso não é dos mais fáceis. A estrada que leva ao topo da falésia termina num parque de estacionamento, e depois é preciso descer – ou subir – uma escadaria longa, mas segura.
Essa ligeira exigência física acaba por ajudar a manter o areal menos concorrido do que outras praias vizinhas, garantindo um ambiente mais sereno e próximo da natureza.
O reconhecimento tem vindo de vários lados: o Ministério do Ambiente atribuiu-lhe o galardão Praia Dourada; a CNN incluiu-a entre as 52 melhores praias do mundo; o Guia Michelin colocou-a no top 100 europeu.
Mesmo com este destaque, a Marinha continua discreta – e talvez esteja aí parte do segredo.
Quem aqui chega encontra um espaço bem cuidado, com vigilância durante a época balnear, um bar de apoio, duches e possibilidade de alugar toldos ou pequenas embarcações.
Sem perder o carácter quase selvagem, consegue oferecer o conforto essencial para um dia bem passado.
Para além do mergulho, a paisagem convida a caminhadas pelos trilhos nas falésias, onde cada curva revela novas perspectivas sobre o mar.
E depois do banho de mar e de sol, é fácil prolongar a visita por Lagoa – seja para descobrir a gastronomia local, seja para percorrer as vinhas e adegas que pontuam a região.
A Praia da Marinha não precisa de promessas exageradas. Basta um olhar à chegada – do alto, antes da descida – para se perceber que esta é uma daquelas praias que não se esquece.
E que, mesmo nos dias quentes do verão algarvio, continua a saber guardar um certo silêncio.










