Quem conhece a zona de João de Arens dificilmente esquece. A poucos quilómetros do centro de Portimão, esta praia pouco falada continua a escapar ao radar de muitos veraneantes, mesmo em plena época alta.
A ausência de infraestruturas e o acesso algo irregular afastam o turismo mais apressado — e talvez seja esse o maior trunfo deste pedaço de costa algarvia.
Situada entre arribas douradas, a Praia de João de Arens distingue-se pela moldura de falésias escarpadas e pelo mar límpido que beija uma faixa de areia fina.
O trilho até lá exige algum cuidado, mas basta um par de ténis e vontade de caminhar para se chegar a um areal que convida a estender a toalha e esquecer o tempo. O silêncio é interrompido apenas pelas ondas e pelo som ocasional de gaivotas.
Este é um daqueles lugares que preserva o lado mais selvagem do Algarve. Não há bares nem restaurantes, guarda-sóis ou espreguiçadeiras.
Aqui, quem vem traz tudo o que precisa para passar o dia — chapéu, comida, água e protetor solar — e leva consigo o que trouxe.
A praia não é vigiada, o que obriga a redobrar a atenção, sobretudo a quem se aventura no mar.
Para os mais curiosos, há formações rochosas que escondem pequenas grutas e enseadas, acessíveis a pé ou a nado, quando a maré assim o permite.
É também um bom local para quem gosta de praticar snorkeling, graças à visibilidade da água e à vida marinha que se faz notar junto às rochas.
Apesar do isolamento, existe estacionamento improvisado no topo da arriba.
O caminho até à praia não está sinalizado, o que contribui para manter João de Arens como um segredo entre locais e alguns visitantes atentos. A paisagem é a protagonista, sem filtros nem adornos.
João de Arens não é para todos, mas é precisamente isso que a torna especial.
Num Algarve tantas vezes associado a praias cheias e ao turismo em massa, esta enseada discreta oferece outra ideia de verão — mais pausada, mais íntima e mais ligada à natureza.
Para quem procura um dia de praia longe do rebuliço, este recanto continua a ser um achado.










