A mais de 1.000 metros de altitude, o homem teve de aprender a viver no território. Ao invés de outras zonas mais férteis no que é hoje o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o terreno não foi moldado para servir o homem. Aqui a natureza impôs-se. Castro Laboreiro tem uma característica que a torna única no mundo. O povoado está separado em três distintos tipos de ocupação. Nas zonas mais abrigadas no vale que se forma logo por baixo do planalto existem aglomerados de habitação permanente. E, depois, temos ainda as brandas e as inverneiras de origem castreja.

Em todo o mundo, só em Castro Laboreiro as brandas são primeira habitação. A ocupação destes dois últimos tipos de aldeia não é permanente, sendo antes utilizadas consoante o clima que se faz sentir. As inverneiras, indica-o o nome, estão nas encostas escondidas ao vento norte da Serra da Peneda e são utilizadas de inverno. Já as brandas, percebemos agora o seu nome, são habitação durante os meses mais quentes.

Este esquema adaptado ao clima é de alguma forma comum em zonas de alta montanha. O que torna Castro Laboreiro um caso único no mundo, ao que nos dizem no Centro Interpretativo de Lamas de Mouro, é o facto de as brandas serem a primeira habitação. As pessoas viviam aqui entre Fevereiro/Março e o final de Outubro, deslocando-se depois para as inverneiras. Estes são os melhores locais para visitar em Castro Laboreiro.
1. Castelo de Castro Laboreiro
Trilhar o alto do Monte de Castro Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, permite conhecer a antiga fortaleza de Castro Laboreiro e, ao mesmo tempo, desfrutar das mais belas vistas que Melgaço possui. Para aqui chegar, o caminho não é fácil, tendo que se subir uma boa parte a pé, até alcançar cerca de 1033 metros de altitude. Quando aqui se chega, porém, esquece todo o caminho que ficou para trás, tal a beleza e imponência da paisagem.

Da antiga fortificação medieval, quase em ruínas, é possível descortinar restos das muralhas, a torre de menagem e uma velha cisterna. A porta principal, designada Porta do Sol, é visível do lado nascente, enquanto a Porta da Traição ou do Sapo, no lado norte, dá acesso ao terreiro interior. A história deste local começou na Idade do Ferro, sendo mais tarde aqui construída a fortaleza, pela mão de Dom Afonso Henriques. Depois de ser destruído por um violento temporal, Dom Diniz reconstruiu-o – tudo isto prova a sua importância estratégica e histórica, que apenas vem reforçar o misticismo que o local transmite. Para além da historicidade subjacente ao local, este granjeia uma visita também pelas fantásticas panorâmicas que oferece.
2. Ponte da Cava da Velha
A ponte Nova ou da Cava da Velha, construída no rio Laboreiro, destaca-se pela originalidade das suas características arquitectónicas e por um notável enquadramento paisagístico. Apresenta características comuns nas pontes medievais, não sendo, no entanto, uma construção dessa época, mas sim da época moderna (daí a designação, ponte nova, provavelmente em contraposição à ponte medieval de Assureira).

Ao contrário do que alguma bibliografia aponta, também não foi construída aproveitando uma estrutura romana. O aparelho almofadado que apresenta foi frequente nos séculos XVI a XVIII, distinguindo-se do original romano por apresentar almofadas mais pequenas e com melhor acabamento, menos rústicas. Além disso, no contexto arqueológico de romanização, Castro Laboreiro não sustenta a existência de qualquer rede viária associável a esta ponte.
3. Aldeia de Pontes
A “Inverneira” Pontes, é um aglomerado de casas tradicionais ao redor de um riacho. Ao longe parece abandonado como tantos outros lugares nesta zona, mas ao aproximarmo-nos apercebemo-nos que este local está a ser recuperado, o actual dono de todas as casas, e que em tempos passados residiu aqui durante os longos e frios Invernos, tem um sonho de recuperar todas as casas para tornar dar vida a este local. As brandas e inverneiras são povoamentos típicos das Serras do Soajo e da Peneda. Estes são pequenos núcleos habitacionais temporários e cuja origem está relacionada com a necessidade das populações utilizarem os pastos localizados na serra para alimentar o gado e está associado a um processo de transumância que garante os alimentos e a sobrevivência das populações serranas.

A “inverneira”, tal como o nome indica, é a aldeia onde a família passa o Inverno. Localizada em vales em altitudes baixas, via as famílias mudaram-se para lá no princípio do Outono, e aí permaneciam até Março. Nessa altura, deslocavam-se de novo para a “branda”, onde se fazem as sementeiras e onde se passa a maior parte do ano. Hoje em dia, nas poucas aldeias que mantêm a tradição, as pessoas apenas levam os animais e alguns haveres, ao contrário de antigamente, em que as pessoas levavam até a mobília.
4. Cascata de Castro Laboreiro
A Cascata do Laboreiro é uma queda de água (cascata) localizada em Castro Laboreiro, concelho de Melgaço, Distrito de Viana do Castelo, em Portugal. Esta queda de água é formada pelas águas do rio Castro Laboreiro que atravessa neste local serrano um acentuado desnível e precipita-se do cimo de altas fragas rochosas num mar de espuma branca.

Localiza-se numa paisagem de montanha nos domínios da freguesia de Castro Laboreiro, no alto planalto nortenho. Nas suas imediações existem vários vestígios megalíticos e a alguma distância a fronteira com Espanha. Esta cascata encontra-se a sul da Ponte Velha de Castro Laboreiro e pode ser vista do cimo das muralhas do Castelo de Castro Laboreiro.
5. Ponte Velha de Castro Laboreiro
À saída da aldeia a “Ponte Velha” ou “Ponte dos Mouros” de Castro Laboreiro servia como ponto de passagem do Rio Laboreiro para aqueles que vindo do Rodeiro e dos Portos, seguia para o castelo. Serviu sobretudo para dar acesso aos moinhos existentes nas margens da linha de água.

De tradição arquitectónica medieval, em alvenaria de granito, com tabuleiro estreito e cavalete pouco pronunciado, sobre um único arco de volta perfeita, vence um triedro com mais de 5 metros de altura por 6 metros de comprimento.
6. Museu de Castro Laboreiro
A freguesia de Castro Laboreiro, a maior e mais antiga do concelho de Melgaço, tinha necessariamente que ter um núcleo museológico que preservasse e promovesse a sua rica história e etnografia. É na sede da antiga Fábrica de Chocolates de Caravelos que actualmente se pode visitar o Núcleo Museológico de Castro Laboreiro. Aqui o turista fica a conhecer a cultura Castreja da região, a paisagem e as vivências locais, tudo coadjuvado com um vasto espólio de documentos fotográficos e documentários sobre a freguesia. Merece especial atenção a informação sobre as Brandas e Inverneiras, um dos sistemas de ocupação do território mais interessantes do nosso país.
A necrópole megalítica do planalto de Castro Laboreiro também tem o seu lugar de destaque, existindo vários filmes sobre o assunto. Vai ficar com vontade de colocar a mochila às costas e partir à descoberta destes locais! Para terminar a visita, transite para a casa anexa à sede, um edifício tipicamente castrejo onde poderá vislumbrar o dia-a-dia numa habitação regional na segunda metade do século XX. Vai encantar-se com o mobiliário simples em madeira escura, com as mantas típicas da região e com os pequenos e castiços pormenores que dão vida à casa, como as lamparinas, os potes em barro e até um penico debaixo da cama…
7. Igreja Matriz
A freguesia de Castro Laboreiro brinda o turista com vários sítios de interesse, entre eles a Igreja Paroquial de Castro Laboreiro, também conhecida como Igreja de Santa Maria da Visitação. Aqui é possível antever vestígios da sua construção primitiva, com elementos pré-românicos e góticos, mas também alguns elementos que denunciam as profundas reformas que sofreu e que denotam influências galegas.

Passeie pela zona exterior, com um agradável adro, admirando a fachada. Junto ao pináculo sul, atente no original relógio de sol do tipo meridional. Entrando para visitar o interior, salta à vista a decoração da pia baptismal, de estilo românico e o retábulo-mor neoclássico.
8. Moinhos de Castro Laboreiro
Os moinhos de rodízio de Castro Laboreiro têm um enquadramento paisagístico extraordinário, construídos como estão na margem granítica e declivosa do rio Laboreiro, a jusante da Ponte Velha. Era precisamente através da Ponte Velha que se tinha acesso aos moinhos da margem esquerda: um grupo de quatro mais próximos e outros dois um pouco mais a jusante. Pequenos degraus talhados na rocha facilitavam a progressão, de pessoas e animais, carregados com o grão e a farinha. Na margem direita do rio encontra-se outro moinho, tendo sido construído um pontão para lhe dar acesso.

São construções que datam, provavelmente, da segunda metade do século XX. São construídos em granito, de planta rectangular, com cobertura de duas águas. Têm dois pisos, um ao nível de entrada e outro ao nível de saída da água. Possuem uma porta que assenta no solo de cota mais elevada que dá acesso a um compartimento único, com pavimento de madeira, onde se encontra a moega e as mós. Podem ser observados a partir da Ponte Velha ou fazendo um pequeno percurso pedestre, com inicio junto ao Núcleo Museológico de Castro Laboreiro, que conduz a um miradouro natural de onde se observa a ponte, os moinhos e as cascatas do Laboreiro. Neste ponto recomenda-se, porém, um cuidado redobrado no sentido de evitar acidentes. Não deve ser visitado em períodos de chuva, geada ou neve.
9. Ponte da Dorna
A ponte da Dorna é um dos mais claros exemplos de como algumas destas estruturas de passagem são estilisticamente incaracterísticas, a ponto de não se poder afirmar peremptoriamente qual a sua época de construção. Em muitos casos, o utilitarismo da estrutura e a modéstia de meios levou a que os construtores executassem projectos pouco mais que sumários, resumindo-se a edificação a um arco pouco pronunciado e a um tabuleiro superior, não existindo talhamares, guardas laterais ou outros elementos que pudessem ajudar a uma mais objectiva classificação cronológico-estilística.

À semelhança do que aconteceu com muitas outras pontes históricas da região de Castro Laboreiro (Assureira, Cava da Velha ou Varziela), também esta terá sido inicialmente construída na época romana, sucedendo-lhe uma intervenção de consolidação estrutural na Baixa Idade Média. A esta conclusão nos levam alguns indícios, ainda que não possam ser tomados como definitivos, pelo menos sem que exista um mais rigoroso estudo do local, das fundações e do aparelho da ponte. No período romano, a zona era atravessada por uma estrada que ligava a Portela do Homem à “Terra-Chã, Mareco e Castro Laboreiro”, via que cruzaria a Ribeira da Dorna neste ponto. A hipótese de, na origem, a ponte ter sido romana é ainda reforçada pelo acesso através de duas curvas, enquadramento típico do período de domínio romano.