Tal como em qualquer outro país, Portugal tem episódios da sua história que são menos conhecidos e divulgados entre o grande público. Podem ser episódios ditos “menores” ou até mesmo caricatos, que não alteram de forma significativa a história que nos é ensinada, e que, por isso, não são tão conhecidos. Ou podem ser apenas simples curiosidades.
Estas curiosidades enriquecem muito a história portuguesa e também nos ajudam a compreender o nosso passado e aquilo que somos enquanto povo. Afinal de contas, por vezes é nestes momentos em que a nossa personalidade coletiva se revela.
A lista de pormenores históricos que aqui lhe trazemos não irá alterar a sua percepção sobre a história do nosso país, mas irá enriquecê-la, de certeza. Descubra algumas curiosidades sobre Portugal que, provavelmente, desconhecia.
1. A nossa primeira bandeira
![Primeira bandeira de Portugal](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/06/bandeiraazul-1-1024x814.png)
Muito antes da nossa bandeira atual, tínhamos esta, que curiosamente é igual à atual bandeira da Finlândia. As cores azul e branca iriam permanecer na nossa bandeira até ao fim da Monarquia, embora tivesse sofrido alterações ao longo dos tempos, com a adição de elementos como a esfera armilar, dos castelos e dos escudos.
2. Existem mais igrejas portuguesas em Roma que em muitas cidades nacionais
![Roma](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2018/02/piazza_navona_1-1024x615.jpg)
São inúmeras as igrejas em Roma onde se podem encontrar os túmulos de ilustres cardeais e de diversos portugueses que por esta cidade foram passando. Por exemplo, temos o túmulo de D. Antão Martins de Chaves (na Basílica de S. João de Latrão) e o túmulo do cardeal D. Pedro Fonseca (nas catacumbas do Vaticano).
Mas não podemos deixar de destacar duas capelas: a Capela Fonseca, executada por Bernini, que se encontra na Igreja de S. Lourenzo in Luciano, e a Capela da Sylva, também feita por Bernini, que se encontra na Igreja de Santo Isidoro.
3. Paris é a 2ª cidade do mundo com mais portugueses
![Paris](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2018/07/bird-2590901_1280-1024x657.jpg)
Entre as décadas de 50 e 60, Paris foi o destino escolhido por 1,5 milhões de portugueses. Portanto, não é de admirar que a capital da França tenha tantos descendentes de terras lusas, que vivem as suas vidas por entre as suas grandes avenidas e bairros pitorescos.
4. Durante 800 anos, existiu um pequeno país entre Portugal e Espanha
![Couto Misto](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/04/Coutomixto4-1024x911.jpg)
Chamava-se Couto Misto e era um pequeno território cravado entre os dois países, que podia acolher refugiados quer de Portugal, quer de Espanha, e que tinha regras próprias. Cada cidadão do Couto Misto podia escolher a sua nacionalidade: espanhola, portuguesa ou ambas. Este pequeno país situava-se na zona de Tourém, em Montalegre.
5. Aristides de Sousa Mendes salvou mais judeus que Oscar Schindler
![Aristides de Sousa Mendes](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/06/aristides12-1024x708.jpg)
Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi, desafiou as ordens de Salazar e, durante 5 dias, concedeu milhares de cistos de entrada em Portugal a refugiados de diversas nacionalidades. Este herói terá salvo dezenas de milhares de pessoas do Holocausto, entre os quais cerca de 10 mil judeus.
6. Um português foi rei de Myanmar
![Filipe de Brito](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/06/Namban_Elefante_Filipe_de_Brito_1-1-1024x810.jpg)
Chamava-se Filipe de Brito, e era um comerciante que tentava fazer fortuna no Oriente. Como conselheiro do Sultão do Pegu (uma região de Myanmar) viu-se envolvido em diversas vitórias, o que lhe granjeou uma reputação (a ele e aos portugueses) tão grande, que as gentes do Pegu quiseram ser governadas por eles. O aventureiro acabou por receber a coroa em nome do rei de Espanha e Portugal.
7. Garcia da Orta recebeu Bombaim como presente por serviços prestados a um Sultão
![Garcia de Orta](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/06/garciaorta-1-1024x785.jpg)
Garcia da Orta foi um médico conceituado em Goa, que praticava medicina no hospital e prisão de Goa, e que era também médico de figuras de relevo, como o Sultão de Ahmadnagar. Graças aos seus serviços e à amizade que tinha com o vice-rei Pedro Mascarenhas, por volta de 1554 foi-lhe dado o foro da ilha de Bombaim, onde mandou construir uma quinta, no local onde os britânicos ergueram depois o Forte de Bombaim.
8. No século XVI, quase todas as cortes europeias tinham um médico português
![médico português](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/06/medico-1-1024x768.jpg)
Em plena Era dos Descobrimentos, a fama da Universidade de Coimbra estendeu-se por toda a Europa. Por isso, muitos dos grandes reis da época fizeram questão de ter um médico português a seu serviço, muito graças à formação que estes recebiam em Coimbra e aos conhecimentos trazidos das ex-colónias portuguesas.
9. Temos uma das fronteiras mais antigas da Europa
![Mapa de Portugal](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2022/06/A1DMELnXNDL._SL1500_-1-819x1024.jpg)
A nossa fronteira com Espanha, conhecida como A Raia, é uma das mais antigas da Europa, tendo alguns limites estabelecidos desde o tempo do Condado Portucalense e do Reino de Leão.
A história da Raia encontra-se ligada à Reconquista, na parte ocidental da Península. Tem como acontecimentos determinantes o Tratado de Zamora (1143), em que Portugal nasce como reino independente, e o Tratado de Alcanizes (1297), que estabelece no essencial as fronteiras do nosso país.
10. O chá foi introduzido na Inglaterra pelos portugueses
![Chá das 5](https://www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/06/chaaaa-1-1024x683.jpg)
É verdade que os ingleses são conhecidos pelo seu “chá das cinco”, mas quem introduziu esse costume no país foram os portugueses, e a primeira a criar o hábito do “chá das cinco” foi a portuguesa Catarina de Bragança, Rainha da Inglaterra por casamento.
Já agora, sabe porque é que chá, em inglês, se chama “tea”? Porque os portugueses transportavam o chá em caixas de madeira assinaladas com a letra T, que em inglês se pronuncia “tea”.
A experiência do Couto Misto poderia inspirar uma solução de estatuto especial para Olivença. Houvesse coragem de tratar do assunto!…