As rotundas estão em praticamente todas as localidades portuguesas e tornaram-se parte inevitável do quotidiano rodoviário. No entanto, continuam a gerar confusões, infrações e acidentes.
Apesar da sua função de facilitar o trânsito e reduzir colisões, o desconhecimento das regras transforma-as, muitas vezes, em locais de perigo e conflito.
Circular corretamente numa rotunda não é apenas uma questão de cumprir o Código da Estrada: é também um gesto de civismo e de segurança coletiva. O não cumprimento destas regras pode resultar em coimas até 600 € e perda de 2 a 4 pontos na carta de condução.
A entrada: o primeiro passo para evitar erros
Tudo começa na aproximação à rotunda. Escolher o carril certo é essencial para evitar manobras bruscas ou cruzamentos arriscados.
A regra geral é simples: entrar pela via da direita quando se pretende sair na primeira ou segunda saída. Já quem segue para saídas posteriores deve posicionar-se na via interior.
Há, contudo, uma exceção: se a faixa direita estiver congestionada, é possível entrar pela esquerda — desde que haja planeamento e espaço suficiente para mudar de via antes da saída pretendida. A antecipação é fundamental.
Dentro da rotunda: atenção e respeito pelas trajectórias
A confusão instala-se muitas vezes no interior da rotunda. Circular no anel exterior é a escolha mais segura, especialmente para quem vai sair nas primeiras saídas. O anel interior deve ser reservado a quem pretende sair mais à frente ou realizar ultrapassagens com segurança.
Grande parte dos acidentes ocorre quando um condutor sai diretamente da via interior sem sinalizar ou sem verificar o espaço disponível. Esta manobra, além de perigosa, é punida por lei.
O Código da Estrada considera contraordenação grave ou muito grave o desrespeito pelas prioridades e a execução de manobras imprudentes, o que pode significar coimas entre 120 € e 600 € e perda de pontos na carta.
A saída: o momento decisivo
A saída deve ser feita a partir da via exterior, com o pisca direito ligado com antecedência. O ideal é iniciar a mudança de via logo antes da saída anterior à desejada, para permitir uma manobra fluida e previsível.
Há exceções, nomeadamente quando a sinalização horizontal o permite ou quando o anel exterior está obstruído. Mesmo nesses casos, a regra é clara: só deve sair da via interior se o puder fazer com total segurança.
Caso contrário, é preferível dar mais uma volta. A segurança vale sempre mais do que a pressa.
Consequências e estatísticas preocupantes
Entre 2015 e 2019, registaram-se mais de 45 mil acidentes com vítimas em rotundas, segundo dados oficiais da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). A maioria resultou de erros evitáveis: saídas sem sinalização, escolhas erradas de faixa e manobras súbitas.
Além das coimas e da perda de pontos, estas infrações têm impacto direto na segurança de todos. Um simples erro numa rotunda pode provocar ferimentos, danos materiais e congestionamentos que afetam o fluxo urbano.
Como evitar multas e acidentes nas rotundas
- Planeie a manobra antes de entrar na rotunda;
- Escolha o carril adequado logo à entrada;
- Use sempre os piscas para indicar intenções;
- Evite travagens ou mudanças bruscas de direção;
- Se se enganar, continue a circular e dê mais uma volta — nunca force a saída;
- Mantenha distância de segurança e velocidade moderada;
- Observe atentamente os espelhos e antecipe movimentos dos outros condutores.
Conduzir com responsabilidade é proteger vidas
As rotundas não são complicadas — o problema está na falta de atenção e de respeito pelas regras. Conduzir de forma segura é uma questão de consciência: cada decisão influencia o trânsito à volta.
Como salienta o Postal do Algarve, respeitar as regras nas rotundas é uma forma de proteger não apenas a própria vida, mas também a dos outros. A boa condução é feita de prudência, empatia e respeito.
Saber entrar, circular e sair corretamente de uma rotunda é mais do que cumprir a lei — é demonstrar maturidade e contribuir para estradas mais seguras.








“Planeie a manobra antes de entrar na rotunda” é bonito de se dizer quando se conhece a rotunda. Quando não se conhece e, por isso, não se sabe quantas saídas ela tem, essa recomendação é inútil e temos que entrar às cegas. Além disso, em Portugal temos estas regras, mas, mal atravessamos a fronteira, tudo é diferente e só atrapalhamos o trânsito.
Cada vez há mais pessoas que não conhecem a lei e ainda gozam com os outros condutores devia haver câmaras nas rotundas.
“A regra geral é simples: entrar pela via da direita quando se pretende sair na primeira ou segunda saída. Já quem segue para saídas posteriores deve posicionar-se na via interior.”. Isto está Errado, como podem publicar coisas erradas online e assim enganar as pessoas, basta ir ver o codigo da estrada: 1 – Nas rotundas, o condutor deve adotar o seguinte comportamento:
a) Entrar na rotunda após ceder a passagem aos veículos que nela circulam, qualquer que seja a via por onde o façam;
b) Se pretender sair da rotunda na primeira via de saída, deve ocupar a via da direita;
c) Se pretender sair da rotunda por qualquer das outras vias de saída, só deve ocupar a via de trânsito mais à direita após passar a via de saída imediatamente anterior àquela por onde pretende sair, aproximando-se progressivamente desta e mudando de via depois de tomadas as devidas precauções;
d) Sem prejuízo do disposto nas alíneas anteriores, os condutores devem utilizar a via de trânsito mais conveniente ao seu destino.
2 – Os condutores de veículos de tração animal ou de animais, de velocípedes e de automóveis pesados, podem ocupar a via de trânsito mais à direita, sem prejuízo do dever de facultar a saída aos condutores que circulem nos termos da alínea c) do n.º 1.
3 – Quem infringir o disposto nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 e no n.º 2 é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.